sábado, 28 de maio de 2011

José Reis


SÉRIE BIOGRAFIAS

JOSÉ REIS



      José Raimundo Reis da Silva (22.07.1939 – 28.05.2011) era membro-fundador da Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música, da Sociedade dos Amigos de Pirenópolis, e um grande defensor da cultura pirenopolina.

      Foi um nordestino que se mudou para Brasília, ali constituiu família, formou-se em jornalismo e por fim, através de concurso público, trabalhou na publicação do Diário Oficial da União.

      Certo dia, no princípio da década de 1980, manuseava Reis os classificados do Correio Brasiliense à procura de um investimento, quando deparou com uma notícia inusitada: “Vende-se casa em Pirenópolis”. Ele que nunca havia visitado nossa cidade, colocou toda a família no carro e veio parar na Rua do Rosário. Encontrou Dr. Emílio de Carvalho sentado à soleira da porta, que lhe indicou, quase em frente à sua casa, um casarão bonito, com muitas janelas azuis e um quintal imenso, que chegava às margens do Rio das Almas.




      José Reis comprou a casa e nunca mais deixou Pirenópolis. Dividia o tempo entre a Capital Federal e a Terra dos Pireneus. Muito envolvido com a área cultural, logo fez amizade com Maria Eunice Pereira Pina, ajudou-a a fundar um jornal puramente cultural, o Nova Era, que circulou na década de 1990. Depois fundou a Sociedade dos Amigos de Pirenópolis (Soap) e ajudou a fundar a Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música (Aplam).

      Se Pirenópolis tem hoje uma Igreja Matriz restaurada, depois do incêndio tenebroso, deve isso a José Reis, que arregaçou as mangas e se dedicou com exclusividade ao restauro. Através da Soap, ele contactou amigos em Brasília e conseguiu trazer para Pirenópolis patrocínios milionários. E assim a Soap restaurou por duas vezes a Matriz, restaurou o Teatro, reconstruiu o Cine Pireneus, refez a Ponte do Carmo etc.

      A pedido do governador Marconi Perillo, Reis disponibilizou a Soap para receber o dinheiro que será direcionado a Pirenópolis e assim quitar as despesas da Festa do Divino deste ano. Essa missão ele deixou sem concluir.

      A última vez que nos encontramos foi na 3ª Feira Literária de Pirenópolis (Flipiri), quando o vi se desdobrar para montar o estande de exposição da Aplam. “Nossa Academia não pode ficar de fora” - contou-me. Naquela mesma semana ele me ligou para saber se eu tinha gostado da Feira, falamos algumas trivialidades, e nunca mais tive contado com ele.

      Esta semana, Reis sofreu um infarto em Pirenópolis, sozinho na casa onde morava. Levado para Brasília, não resistiu e morreu hoje, 28.5.2001. Perdi um amigo, Pirenópolis perdeu um benfeitor. Homem honesto e íntegro, por suas mãos passaram aproximadamente uns R$ 10 milhões, nas tantas obras que gerenciou em Pirenópolis, mas ninguém nunca duvidou de qualquer ato seu. Pelo contrário, a Soap recebeu um ofício de menção honrosa do Ministério da Cultura, pela excelência na prestação de contas das obras sob sua gestão.

      Agora Reis deve ter ido se encontrar com o amigo Emílio de Cavalho em outros planos da criação.

Foto: J. Freitas - ABr

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Na foto de J. Freitas, dia 6.6.2003, o governador de Goiás, Marconi Perillo, repassa a José Reis, presidente da Soap, cheque de R$ 1,1 milhão, para a reconstrução da Igreja Matriz.

10 comentários:

  1. Tristeza nos corações pirenopolinos, alegria no céu. A fatalidade levou uma das poucas pessoas que realmente gostavam de nossa cidade e dela cuidava sem maiores 'interesses' ou segundas intenções...
    Parabéns pelo texto, tio, um dos mais bem escritos que já li em muito tempo.

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  2. João Gonçalves Ferreira30 de maio de 2011 às 08:03

    Reis foi um dos maiores homens que já conheci. Honestíssimo, amigo fiel, sincero ao extremo, dedicado às causas que abraçava. Tinha um grande coração, desses capaz de perdoar às maiores ofensas.

    Na área cultural, dedicou muitos anos da sua vida à causa de Pirenópolis, usando de contatos pessoais para canalizar recursos para a cidade. Poucas vezes recebeu o reconhecimento que merecia. Mas Reis era uma pessoa acima dessas pequenas mazelas da vida e não se importava quando, em inaugurações de obras que promovia, mal lhe davam um minúsculo espaço para manifestação. Ele não estava ali para aparecer ou fazer currículo, sua missão era ajudar, pouco lhe importando se angariava ou não benesses para si.

    Deus quis que ele nos deixasse agora, pois provavelmente precisam de outra Soap em algum lugar do amplo Universo. Deixa já saudade e também boas lembranças.

    Vá em paz, meu grande amigo, e saiba que estará sempre presente cá no meu coração.

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  4. Esteja em bom lugar, querido e saudoso amigo. Sua passagem pelo IBICT (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia) deixou muitos amigos e admiradores. Bons tempos aqueles em que trabalhamos juntos e pudemos desfrutar do seu constante bom humor e da sua competência profissional ... Deixo o meu carinho aos familiares e meus sentimentos solidários aos tantos amigos que o "Reizinho" deixou em Pirinópolis.

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  5. Zezinho, meu bom amigo, até agora não acredito no que aconteceu! Sei que o Criador precisou dos seus préstimos em outras Piri, mas o coração está apertado de saudade!

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  6. Maria Cláudia de Siqueira30 de maio de 2011 às 12:01

    Já estamos com saudades de vc, cá em Piri, baixinho falador!!

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  7. José Porfílio do Nascimento31 de maio de 2011 às 07:48

    Só agora eu soube do ocorrido com meu grande e estimado amigo José Reis. Fiquei chocado. Há poucos dias estivemos juntos e conversamos dos seus planos para pagar as despesas da Festa do Divino! Meus sentimentos aos familiares e amigos.

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  8. Luciana, filha do Zé Reis1 de junho de 2011 às 11:11

    Prezado Adriano, fiquei emocionada com as suas palavras sobre meu pai, que destacaram a sua dedicação a Pirenópolis e o seu apego ao seu povo. Se papai foi útil a esta cidade, tenham certeza que Pirenópolis e seus amigos goianos fizeram a vida dele muito mais alegre e vibrante!! Gostaria de agradecer as expressões de solidariedade e carinho de todos e convidá-los para a Missa de 7º dia, a ser celebrada aqui em Brasília, na próxima sexta-feira, dia 03/06, às 19:00hs, na Igreja Nossa Senhora de Guadalupe, na 311/312 sul. Carinhos. Luciana

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  9. Grande amigo e pai José Reis, é com imensa dor e tristeza que soube do problema de saúde em Pirenópolis e seu falecimento em Brasília. Quantas vezes já conversamos sobre assuntos diversos e via nesta pessoa, um homem de coração puro, amigo, sincero e um verdadeiro pai que ganhei aí nesta cidade. Infelizmente, não pude ir ao enterro, nem à missa, por problemas diversos. Mas, estou retribuindo minha gratidão ao Zé, com muitas orações e pedido aos amigos da igreja que faça menções ao grande amigo e pai que tanto admiro. Á Helena, Maurício, Luciana, Marcelo e Augusto, meus sinceros sentimentos. Fábio Soares. ASAPIN-DF

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  10. Vejam só com são as coisas... Estava eu a poucos minutos contando as travessuras que fazíamos na época do Jornal Ciclo&Motor, quando o "Mexirica" era o astro do Bicicross e nós viajamos acompanhando nosso atleta. Sai da alegria para a tristeza... Mas é a vida... "Seu Zé", uma referencia de Pai !! Esse era o sentimento que tenho por ele. Sinto mais ainda por não poder mais revê-lo. Sobre Pirenópolis, sempre brincávamos chamando-o de Prefeito, pois o amor dele pela cidade era de um filho nativo.
    Deus com certeza guardo um lugar especial na Academia Celestial de Letras. Ufa !!!
    RICARDO PRUDENTE

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