Enquanto estamos envolvidos com festas que não têm fim, Pirenópolis aguarda que grandes problemas sejam solucionados. Uma cidade que recebe semanalmente centenas de turistas, e em feriados, milhares, não pode se dar ao luxo do descaso.
Enquanto tramita na Câmara Municipal o projeto de municipalização do trânsito, os tocos de limitação de bitola foram retirados e os caminhões gigantes circulam tranquilamente pelo centro histórico, como se isso fosse a coisa mais natural do mundo.
O mal cheiro dos descartes clandestinas de esgoto na rede pluvial, problema que há pouco foi solucionado por intervenção do Ministério Público, voltou a incomodar. É o resultado de ações de moradores que não têm consciência de que vivem em comunidade.
O prédio do teatro, que está em vias de desabar, está com a restauração paralisada porque ocorreu um problema técnico na licitação e todo o processo terá que ser refeito. Enquanto isso fica lá aquele esqueleto sinistro a nos assombrar diariamente.
Já é o momento de guardarmos as roupas de festas e vestir as das reivindicações. Se não ficarmos de olho, a cidade começa a se deteriorar, como uma tapera que o tempo tenta apagar da história. E infelizmente a vigília é eterna, porque um segundo de cochilo e lá se vai a memória.
Adriano Curado