sexta-feira, 24 de junho de 2011
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terça-feira, 21 de junho de 2011
A demolição do Salão Paroquial
O coreto da Praça Central será demolido |
Começaram esta semana as obras de revitalização do Largo da Matriz. O primeiro a ser demolido é o Salão Paroquial, que já tem seu teto parcialmente desmontado. A Igreja Católica, proprietária do imóvel, tentará aproveitar o máximo de material possível.
A Casa Paroquial começou a ser demolida |
Depois que o caixotão de tijolo desobstruir totalmente a visão da Matriz, então será a vez da Praça Central, que perderá toda a sua estrutura de pedra atual, além do coreto, do chafariz e da passarela, e voltará a ser um espaço urbano arborizado.
Maquete da revitalização do Largo da Matriz |
Embora seja eu um dos maiores defensores da volta do largo, confesso que senti uma certa nostalgia ao passear na praça pela última vez e fotografá-la ao máximo, para guardar de registro histórico. Apesar de feia, essa praça fez parte da história da minha vida, quando era o único local movimentado de Pirenópolis e a gente ir para lá sábado à noite para passear. Era lindo quando o chafariz ainda funcionava, mas a molecado começou a saltar lá dentro e tiveram que secá-lo para evitar acidentes. Depois disso, a área do chafariz virou um boteco, por mais de década, e recentemente foi desocupada.
Maquete da revitalização do Largo da Matriz |
Se eu fosse o rei de Pirenópolis, mandaria limpar toda a área do largo, inclusive o prédio horripilante dos Correios, e ali não construiria nada, apenas plantaria árvores frutíferas e jardins ornamentais.
by Adriano César Curado
sexta-feira, 17 de junho de 2011
quinta-feira, 16 de junho de 2011
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Reflexão
Mascarado, liberados, entram no campo |
Temos que repensar alguns conceitos, depois dos tristes acontecimentos da Festa do Divino de Pirenópolis de 2011.
O folclore é uma flor muito sensível, que só sobrevive numa determinada região, e uma vez maculada, morre sem remédio que a cure. Por isso, repensemos se vale a pena tocar numa manifestação cultural espontânea de um povo, seja qual for o motivo.
Nossa Festa do Divino já perdeu muito do seu glamour. Cito aqui o exemplo do tocador de caixa que saía pela madrugada, num som ritmado, convocando para o ensaio das Cavalhadas, que o pirenopolino associou à onomatopeia: “vamo pro campo cavaleiro, vamo pro campo cavaleiro”. Depois que Ramiro morreu, essa figura desapareceu e é pouco provável que a ressuscitem. Outro exemplo é o Batalhão de Carlos Magno, que vive apenas na lembrança dos antigos, e que nada mais era que Cavalhadas à pé, embora com riquíssima coreografia.
Na intensão de conter a violência, o Ministério Público protocolou uma ação civil pública e mandou citar o Município de Pirenópolis. O Juiz de Direito sentenciou no sentido de limitar o deslocamento da figura folclórica dos Mascarados. Acontece que o pirenopolino se recusou a cumprir a sentença judicial, da qual não foi citado para se defender, e para não se submeter a uma possível interferência da força policial, tirou os Mascarados da festa. Foi um protesto pacífico, silencioso, breve.
Uma liminar obtida numa ação cautelar inominada fez ressurgir a alegria no povo triste e acabrunhado. De repente, foi como se o Brasil vencesse a Copa do Mundo de Futebol. Uma energia boa percorreu a arquibancada e os camarotes. Na terça-feira da Festa, as pessoas se abraçavam nas ruas, riam, choravam de alegria, parecia que era todo mundo amigo íntimo ou parente.
Não houve nenhuma ocorrência mais séria, os Mascarados desarrearam seus animais logo que anoiteceu e a população foi para suas casas. A espontaneidade dos festejos é isso. Não é preciso que uma norma seja regulamentada, pois ela já vive nos usos e costumes do povo pirenopolino (direito consuetudinário).
Vamos repensar com boa vontade os últimos acontecimentos e cuidar para que a flor do folclore não se extingua, pois ela deve se multiplicar até virar um jardim multicolorido.
by Adriano César Curado
by Adriano César Curado
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terça-feira, 14 de junho de 2011
Os Mascarados voltaram!
Ainda que hoje seja o último dia das Cavalhadas, ainda que a Festa do Divino esteja no fim, ainda que só tenha este dia para tomar minha Brahma no camarote, ainda assim sinto-me radiante, pois vejo meus conterrâneos felizes e festivos.
Este é o espírito do pirenopolino, um povo ímpar, que supera as adversidades com alegria de festança. Foi muito ruim ver o Campo das Cavalhadas sem brilho, e em vez das palmas e vivas, ouvir vaias e protestos.
Mas deixemos esses revezes de lado e vamos comemorar, pois hoje tem os Mascarados de volta! Senti a falta deles, sempre brincalhões, com seus trajes multicoloridos e a voz em falsete. A alma do folclore é a espontaneidade do povo, algo que vem de baixo para cima, não pode ser imposta e nem regulamentada.
O símbolo do Divino Espírito Santo é a pomba branca, prenúncio da paz e da liberdade!
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by Adriano César Curado
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Liminar a favor dos Mascarados de Pirenópolis
Uma decisão liminar concedida pelo Tribunal de Justiça de Goiás liberou os Mascarados de Pirenópolis para se apresentarem sem a numeração. Embora a decisão somente fosse prolatada no final da Festa do Divino, serviu para que a cidade, no último dia das Cavalhadas, tivesse a presença multicolorida dessas figuras singulares.
A ação rescisória foi proposta pela recém-criada Associação dos Mascarados de Pirenópolis e, após obtida a liminar, seguirá o mérito, com a citação da parte no processo principal, que é o Ministério Público.
O folclore
Pirenópolis é uma cidade rica em atrativos turísticos porque sua longa história está fincada na origem do próprio Estado de Goiás e ela preserva relativamente bem seus patrimônios material e imaterial. Turistas do mundo todo vêm para cá conhecer a natureza exuberante, deliciar-se com nossa hospitalidade, provar da exótica culinária e, principalmente, por conta do folclore.
Dentro da nossa cultura popular, o folclore é o gênero que agrega as tradições e os costumes que surgiram espontaneamente e seguem transmitidos de uma geração para outra. Digo que é espontâneo porque não há como “impor” uma manifestação cultural a um povo. Se inventássemos, por exemplo, as Cavalhadas de Goiânia, isso seria ridículo e alvo de chacotas. Por quê? Porque viria de cima para baixo, e não das bases populares.
A cidade de Luziânia, antiga Santa Luzia, é um pouco mais jovem que Pirenópolis e também já teve festas populares grandiosas, como Cavalhadas suntuosas, mas hoje perdeu essa referência cultural. Há alguns anos, a prefeitura local buscou gente de Pirenópolis para recriar as Cavalhadas de lá, o que foi feito, e seguiu-se uma linda festa do Divino, que no entanto morreu pouco tempo depois. Sabe por quê? Por falta da espontaneidade. Não adianta impor uma manifestação cultural a um povo.
O episódio lamentável da ausência dos Mascarados na Festa do Divino de Pirenópolis põe em risco nosso rico folclore, na medida em que os costumes são frontalmente afetados. É um impacto violento sobre a capacidade de mobilização do pirenopolino e sobre sua vontade de se dedicar aos festejos que espera o ano todo.
Tudo que se refere à Festa do Divino é feito de livre vontade pelo pirenopolino, como igualmente fizeram seus pais e avós. Durante meses, por exemplo, doceiras se revezaram voluntariamente na casa do Imperador para confeccionar os alfenins verônica. Do mesmo jeito agiu o responsável por preparar as roqueiras, as cozinheiras que se levantaram de madrugada para servir café aos cavaleiros etc.
Ninguém impôs a essas pessoas que saíssem de suas casas e fossem trabalhar de voluntárias ao Imperador. Foram por devoção, por amor à tradição, por amizade ao festeiro etc. Não importa o motivo, o que vale é a espontânea mobilização popular, repito uma vez mais.
A ausência da figura dos Mascarados pode representar a agonia inicial da Festa do Divino de Pirenópolis. Se perdermos nosso referencial folclórico, então não mais compensará mobilizar toda uma cidade para festejar Pentecostes. Seremos um povo culturalmente extinto, que apenas recorda, não mais vive.
Que essas palavras sirvam à reflexão!
by Adriano César Curado
by Adriano César Curado
quinta-feira, 9 de junho de 2011
A revitalização do Largo da Matriz
Imagem MPF |
Desta vez é para valer. Finalmente terão início as obras de revitalização do velho Largo da Matriz, com a demolição do Salão Paroquial, da Praça Central e da Casa do Padre.
Não é, obviamente, o melhor para o lugar, pois perfeito seria a desocupação total da área, com a volta primitiva do Largo, embora com paisagismo, para que os moradores voltassem a se interagir. Nem é o ideal a permanência daquele prédio horroroso dos Correios, mas foi um grande avanço.
Segundo o Ministério Público Federal, a obra do novo Salão Paroquial foi licitada por R$ 1.428.203,50 e sua execução ficará a cargo da empresa Archaios Engenharia, Consultoria, Projeto e Restauração. O lançamento da obra será no dia 17.6.2011, às 16h, com duração prevista para 10 meses.
Segundo a Procuradoria da República em Goiás: “Entre as principais ações a serem realizadas está a demolição da casa paroquial e a relocação do Salão Paroquial, que deverá ser demolido e reconstruído na parte superior do largo em estilo que se harmonize com a arquitetura do local. O objetivo é o de proporcionar maior visibilidade ao conjunto dos bens tombados do Largo da Matriz de Nossa Senhora do Rosário”.
Confira outras postagens no blog Cidade de Pirenópolis sobre o assunto:
Fonte: Ministério Público Federal
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