terça-feira, 15 de novembro de 2022

107 anos do nascimento de Bernardo Elis


 O Icebe vai comemorar os 107 anos do nascimento de Bernardo Elis com inauguração de sala de exposição e entrega de duas láureas 

 Nilson Jaime* 

Hoje, dia da Proclamação da República, completa 107 anos do nascimento do escritor Bernardo Élis, maior nome do conto e do romance em Goiás. 

Nascido na cidade de Corumbá de Goiás, em 15/11/1915, Bernardo Élis faleceu no dia 30/11/1997, em Goiânia. Todo ano, no interregno entre o dia do nascimento e falecimento do escritor, comemora-se a Quinzena Bernardo Élis. 

Autor dos clássicos Ermos e Gerais (contos, 1944),  O tronco (romance, 1956) e Veranico de Janeiro (contos, 1965) além do livro de poesias Primeira chuva (1955), Bernardo Élis deixou obra com 20 livros, cinco antologias e seletas, além de quatro trabalhos inéditos. Sua obra é objeto de dezenas de livros, teses e dissertações.

No próximo dia 18, sexta-feira, às 16 horas, o Instituto Cultural e Educacional Bernardo Élis Para os Povos do Cerrado (ICEBE) vai inaugurar a sala de exposições para o acervo do escritor, na Casa-Museu Bernardo Élis.

Nela, serão expostos os livros, anotações, objetos pessoais, documentos, apetrechos e indumentárias indispensáveis ao escritor, como canetas, óculos, boinas e chapéus, além de máquinas de datilografia e livros autografados por dezenas de grandes escritores,  dedicados ao imortal.

O fardão e o espadim, usados por Bernardo Élis na Academia Brasileira de Letras (ABL), receberão uma abóboda em acrílico, a fim de garantir melhor preservação. 

Na ocasião, os escritores Horieste Gomes e Eurico Barbosa  receberão o Troféu Cariama (Cariama cristata, "seriema"), alusivos aos anos de 2021 e 2022, respectivamente.

O ICEBE é parceiro do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (IHGG) e da Sociedade Goiana de História da Agricultura (SGHA) no projeto GOIÁS +300, que lançará um Box com três livros  (História, Geografia e Memória e Patrimônio) no próximo mês. 

Estou organizando o livro "Ermos do homem e ideias gerais - 20 entrevistas de Bernardo Élis", com lançamento previsto para o início de 2023. Toda a renda deste livro será destinada ao ICEBE.  

Salve os 107 anos do nascimento de Bernardo Élis.

Você é nosso convidado (a).


*Nilson Jaime é presidente do ICEBE

domingo, 13 de novembro de 2022

Meia Ponte: entroncamento de estradas

 

Mapa traçado por Cunha Matos em 1826
                                               Mapa traçado por Cunha Matos em 1826

Bartolomeu Bueno da Silva, o filho, ao retornar em definitivo à terra dos índios goiases, fundou o Arraial de Santana (Cidade de Goiás) em 26/07/1727 por encontrar farto veio aurífero no Rio Vermelho. Daquela localidade, com a autoridade que lhe foi confiada pelo rei português e no intuito de cumprir a missão de novas descobertas do precioso metal, começou a enviar expedições para diversas localidades. Uma delas foi a chefiada por Urbano do Couto Menezes e financiada por Manoel Rodrigues Tomar, ambos lusitanos, que chegaram ao local onde hoje está a cidade de Pirenópolis em 07/10/1727 e, diante da abundância do ouro, foi ali fundado um pequeno núcleo populacional apelidado de Meia Ponte.

Embora naqueles primeiros tempos o garimpo tivesse rendido lucros elevados, estima-se que a produção não tenha durado mais que quatro décadas. De modo que, ainda no século XVIII, a garimpagem já estivesse em decadência total na região. E isso não se deu apenas em Meia Ponte. O declínio do ouro goiano foi mais rápido que, por exemplo, em Minas Gerais. E o resultado foi a decadência de muitas povoações, várias delas inclusive extintas porque abandonadas por seus habitantes. A população meia-pontense, então, migrou para a zona rural e a cidade meio que estagnou quanto ao seu crescimento habitacional. 

Mas há um diferencial que permitiu a Meia Ponte se destacar em relação a outros locais, inclusive a Cidade de Goiás: sua localização privilegiada. Sim. Isso mesmo. O local onde o arraial se localizava era o entroncamento de diversas estradas reais e isso permitiu que ali se formasse um entreposto comercial forte. Na época da colonização, todos os caminhos que chegavam ao Planalto Central passavam por Meia Ponte.

Falemos primeiramente do Caminho dos Paulistas, que foi aberto pelo Anhanguera filho. Ele partia de São Paulo de Piratininga e adentrava terras goianas pelo Triângulo Mineiro, de lá seguia para Santa Cruz, Bonfim (Silvânia) e Meia Ponte, onde encontrava a Picada da Bahia e a Estrada Real, para seguir rumo à capital Vila Boa.

A Estrada Real (ou Picada de Goiás) interligava Minas Gerais ao Rio de Janeiro e também às minas goianas. Aberta por Urbano do Couto Menezes, adentrava pelo Arraial de Santa Luzia (Luziânia), daí para Corumbá de Goiás, Meia Ponte e Vila Boa.

Já a Picada da Bahia, que ligava Goiás ao Nordeste, se iniciava no Recôncavo Baiano e penetrava terras goianas pelo Arraial de Couros (Formosa) e depois Meia Ponte e Vila Boa.

Por fim, havia a Estrada do Norte, que se iniciava em Meia Ponte, seguia por Vila Boa, passava pelas minas do Tocantins e chegava às capitanias do Grão Pará e Maranhão.

Portanto, quatro importantes estradas se encontravam em Meia Ponte. Por isso a região se tornou um entreposto comercial e se caracterizou por constante movimentação de gente e carga. E é interessante observar que, por muito tempo, alimentou-se a tese de que Goiás ficou isolado após o declínio da extração mineral, mas isso está atualmente refutado, principalmente após os estudos de Nasr Chaul.

A Estalagem de Joaquim Alves de Oliveira


As estradas que se dirigiam para o Norte/Nordeste saiam de Meia Ponte pelo caminho que ligava a Corumbá de Goiás, ou seja, onde hoje está o bairro Alto do Bonfim. As demais estradas entravam pelo Alto da Lapa, lugar onde Joaquim Alves de Oliveira construiu, no princípio do século XIX, um edifício destinado ao pernoite dos viajantes e que passou a ser denominado de Estalagem.

Adriano Curado



Obras consultadas:

CHAUL, Nasr Fayad. Caminhos de Goiás: da construção da decadência aos limites da modernidade. Goiânia: Editora UFG. 5ª edição, 2018.

ESTEVAM, Luís. O tempo da transformação: estrutura e dinâmica da formação econômica de Goiás. 2ª. ed., Goiânia: Ed. UCG, 2004.

MAGALHÃES, Luiz Ricardo; ELEUTÉRIO, Robson Eleutério. Estrada Geral do Sertão – na rota das nascentes. Brasília: Editora Terra Mater Brasilis, 2008.



sábado, 12 de novembro de 2022

Tem gente nova na Aplam


 A Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música (APLAM) receberá novos membros efetivos para compor seu time de intelectuais. 

A primeira é a ativista cultural e diretora do teatro de revista As Pastorinhas, Séfora de Pina, que ocupará a cadeira cuja patronesse é Nathércia de Siqueira e que anteriormente era ocupada por Natália de Siqueira. 

Já Valterli Guedes é jornalista e implantou na Fazenda Babilônia um Museu da Imprensa, sendo justo que ocupe a cadeira que tem como patrono Joaquim Alves de Oliveira, o criador do primeiro jornal do Centro Oeste: A Matutina Meiapontense.

Karla Jayme é filha da terra e uma exímia escritora, já tendo trabalhado em jornais de grande circulação, como O Popular.

Oona é historiadora e escritora, uma pessoa bastante voltada para a preservação da cultura pirenopolina. É também ativista ambiental e luta pela preservação do Parque Estadual dos Pireneus.

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

APLAM na FLIPIRI + fotos

Mais fotos da participação da Academia Pirenopolina de Letras Artes e Música na Feira Literária de Pirenópolis em 2022.