Em audiência pública sobre o tema, líder do Democratas anunciou novo debate em 2016 com o prefeito local, que não compareceu, e empreendedores. “Todos devem ser ouvidos e atuar pela preservação do turismo sustentável, afirmou o senador
Após conduzir audiência pública hoje (17/12) sobre a construção de dois empreendimentos no centro histórico de Pirenópolis, o senador Ronaldo Caiado (GO), afirmou que nenhuma nova estrutura deve deformar a vocação turística da cidade. O debate, que ocorreu na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, teve a presença de representantes de moradores e de um turismólogo. O prefeito, Nivaldo Antônio de Melo, foi convidado, porém, informou hoje que não poderia comparecer.
Caiado defendeu a realização de nova audiência pública no início de 2016 com a participação de todos que estiveram hoje na comissão, além do prefeito e dos responsáveis pelos empreendimentos na cidade goiana. O senador destacou que é fundamental ouvir e debater todas as posições em busca de uma conciliação que resulte na preservação do turismo sustentável local, principal vocação do município. “Pirenópolis tem um turismo diferente, não é possível comparar com Caldas Novas que tem com fonte principal a água quente e precisa erguer grandes hotéis. A cidade não pode ficar cercada por uma estrutura que vai deformar sua vocação principal. Turistas e moradores querem conviver com aquela realidade de preservação do centro histórico, com as cachoeiras, feiras de artesanatos. O assunto deve ser debatido com a comunidade. Esse empreendimento, como mostrou o turismólogo que esteve aqui, não respeita o plano diretor cidade”, opinou Caiado.
“Já me comprometo a apresentar novo requerimento de audiência pública em fevereiro para que possamos ouvir todas as posições. Espero que dessa vez o prefeito possa comparecer assim como os empreendedores. O objetivo do senador Ronaldo Caiado e da comissão é que todos participem e possamos fazer um debate claro, transparente, em busca da conciliação em torno da preservação do turismo sustentável de Pirenópolis”, acrescentou.
Convidados
A representante dos moradores Maria Rosa Demarchi denunciou que não houve audiências públicas com a comunidade sobre a obra e nenhuma consulta do IPHAN à população local. Maria Rosa ainda mostrou que a rede de saneamento e de abastecimento já não comporta a estrutura existente hoje no município. “A prefeitura precisa ser reestruturada. Falta fiscalização. Vemos casas que avançam nas calçadas, além do permitido. Basta ser ‘amigo do rei’. Somos contra essa obra e temos a informação extra-oficial de que são sete empreendimentos. Estão perfurando poços artesianos em áreas de nascentes, o que é proibido porque seca as nascentes”, informou a pirenopolina.
Já o turismólogo, Luis Triers revelou que os empreendimentos em questão desrespeitam o plano diretor da cidade. Ele declarou que não é contra o progresso da cidade, nem da construção de condomínios, mas se preocupa com o impacto que esse tipo de estrutura causará. “Nosso grande problema é a falta de clareza em relação aos empreendimentos. Há um entrave para buscarmos informações. Dizem que estão há sete anos estudando o local para os empreendimentos. Tanto tempo e a população não foi consultada. Não houve estudo de impacto de vizinhança. Já recebemos reclamações de que houve perfuração de poços artesianos de madrugada. Os impactos já estão ocorrendo”, argumentou Luis Triers, também observador de aves, que ainda mostrou preocupação com as consequências da obra à fauna local. Na cidade, informa, há mais de 350 espécies catalogadas, uma delas só vista na região.
Participação popular
A audiência contou com a participação também de moradores presentes e de internautas que enviaram perguntas por meio do sistema de interação do Senado. O morador Aluizio Vieira ressaltou que a questão precisou ser provocada pelo senador Ronaldo Caiado para chamar a atenção do poder público. “Deveria ter audiência pública no município, e não ter que esperar a provocação do senador Ronaldo Caiado. A cidade precisa desse apoio político em todas as esferas, ressaltou.