Há 288 anos, no dia 7 de outubro de 1727, foi fundado o arraial de Meia Ponte pelo bandeirante português Manoel Rodrigues Tomar, às margens do rio das Almas, no local onde Urbano do Couto Menezes descobrira as minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte. Era possivelmente um dia chuvoso, porque as estações ficavam bem definidas naquele tempo, e a região se tornou movimentada com a chegada cada vez maior de negros africanos escravizados.
Logo começaram a levantar a Matriz e alguns casarões já apareciam ao seu redor. Enquanto isso, movimentavam-se os ricos e influentes empresários do garimpo para registrar as datas minerais, documentos que lhes concedia autorização da coroa portuguesa para extrair o ouro.
A região do garimpo era local de grandes conflitos e desavenças, como não poderia ser diferente. Crimes ocorriam à luz do dia e a vida valia bem pouco. E falamos, obviamente, da vida dos brancos livres, porque escravo era considerado “coisa” e sua morte contabilizada apenas como prejuízo.
Com o tempo, Meia Ponte se tornou um importante centro urbano, a extensão de suas terras dividiu a região dos Goiases em duas. A do sul pertencia a Meia Ponte e a do norte, a Vila Boa (Cidade de Goiás). A rivalidade entre as duas se estendeu por muitos anos.
Após o declínio do ouro, floresceu o comércio e a agricultura, sucesso devido à sua localização ser cruzamento de caminhos. Também se destacou no século XIX como o Berço da Música Goiana, graça ao surgimento de grandes músicos e corporações musicais, assim como Berço da Imprensa Goiana, por conta da criação do primeiro jornal do Centro-Oeste (Matutina Meiapontense).
Meia Ponte mudou o nome para Pirenópolis em 1890, no meu entendimento desnecessariamente, e ficou isolada durante o século XIX e parte do XX, até que a construção de Brasília mudou seu conceito, e de cidade histórica passou a turística.
Que desafios ainda esperam as Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte? E como conseguiremos resolvê-los? São perguntas que só o tempo saberá responder.
Adriano Curado