quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Beirão e o Cordel Iluminado
Tem programação da boa na Feira de Quintal, localizada na rua Rui Barbosa (antigo Beco do Amphylóphyo), Centro Histórico de Pirenópolis, Goiás.
Trata-se de Beirão e o Cordel Iluminado. “O show Cordel Iluminado traz a literatura de cordel, passa pelo forró pé de serra, misturando o rock e internet. É um link nas vertentes da música popular brasileira, dentro de uma visão universal onde o cego Aderaldo está sampleando Bach. Um Brasil onde tudo está conectado. Dialogando diretamente com compositores como Zé do Norte, Gordurinha, Sérgio Sampaio, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, João do Vale, entre outros. É uma releitura da música nordestina dentro de uma fusão de ritmos”.
Data: 2, 3 e 4 de Março de 2012
Horário: 20h00
Fonte: Feira de Quintal
Trata-se de Beirão e o Cordel Iluminado. “O show Cordel Iluminado traz a literatura de cordel, passa pelo forró pé de serra, misturando o rock e internet. É um link nas vertentes da música popular brasileira, dentro de uma visão universal onde o cego Aderaldo está sampleando Bach. Um Brasil onde tudo está conectado. Dialogando diretamente com compositores como Zé do Norte, Gordurinha, Sérgio Sampaio, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, João do Vale, entre outros. É uma releitura da música nordestina dentro de uma fusão de ritmos”.
Data: 2, 3 e 4 de Março de 2012
Horário: 20h00
Fonte: Feira de Quintal
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
No coração do Centro-Oeste existe um mercado persa
Ao que me consta, fora a primeira vez que visitava Pirenópolis, apesar de que já a conhecia bem pelas narrativas históricas e dos registros existentes na Nobiliarquia Histórica, Geográfica e Genealógica de Pedro Taques de Almeida Pais Leme. Na verdade, o Districto de Meia-Ponte (sic).
Durante as filmagens, subíamos e descíamos aquelas ruas com as suas casas vetustas, com seu povo nas janelas.
Difícil uma daquelas moradias em que não se ouvia os sons de algum violino ou piano, em dolentes baladas das coisas do meu Goiás, q'nem era a Vila Boa dos Goiases, minha terra.
Só que lá tudo isso acabou. Quase não existe mais povo antigo da velha Goiás de Bartolomeu Bueno da Silva, de Goiandira do Couto e tantos outros artistas que já se foram.
Filmava-se Semeão, o boêmio e, nas horas de intervalo, vivia-se o clima amigável e respeitável das famílias pirenopolinas, com sinceros convites para algum regabofes qualquer ou bebericar os licores da terra e alguma aguardente.
Depois, nunca mais voltei naquela cidade, a não ser agora, neste mês de fevereiro, pelas mãos de minha sobrinha querida Eliane Póvoa e seu esposo, José Francisco Lobo, empresários que assentaram mansão nas bandas novas da cidade, como está acontecendo profusamente.
Foi então que vi o progresso que levaram para lá. Pirenópolis é um autêntico mercado persa, com ruas inteiras só de loja, casas de repasto, bares e centros de artesanatos e uma verdadeira meca de gentes de todas as bandas deste país e doutros também. Injetaram sangue novo lá, mas respeitaram a solenidade das casas dos tempos históricos que fazem das ruas um espetáculo de cores, que só se encontram nas asas das borboletas.
Foi aí que indaguei dos meus sobrinhos, Eliane e José Francisco, o porquê não fizeram assim com a Cidade de Goiás, a Vila Boa dos Goiases, venerável conjunto arquitetônico colonial do século XVIII, e rica em reposteiros de banhos e passeios pela Serra Dourada. Não conseguiram transformar a Cidade de Goiás em centro turístico como fizeram em Pirenópolis, ficando restrita às comemorações da Semana Santa e algum turismo pseudocultural que não leva nem gera riquezas para a cidade.
Pirenópolis, a sua parte antiga ou cidade velha, está cercada de um extraordinário canteiro de obras, de onde surgem privês elegantíssimos e soberbas mansões, deixando o centro histórico intocado, funcionando, na verdade, como um verdadeiro mercado persa, tal a diversidade dos estabelecimentos comerciais.
Falei sobre isso com o jornalista Santa Cruz Serradourada e ele não soube me explicar. Apenas ficou perplexo e decidimos, qualquer dia desses, apesar de não estarmos mais em nenhuma filmagem, dar uma volta por lá em busca de uma boa cerveja e da tradicional comida das casas do Distrito de Meia-Ponte”.
Texto do jornalista Sebastião Póvoa publicado no Diário da Manhã do dia 27.2.2012, página 8.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Carnaval Cultural 2012
Foi um sucesso o Carnaval Cultural de Pirenópolis 2012. Se descontarmos a chuva e o apagão de sábado, tudo transcorreu bem.
Este ano o trânsito foi bem organizado, com funcionários da prefeitura até altas horas de plantão. Um turista bonito esteve na cidade e a fiscalização contra o som automotivo foi eficiente.
Ao som das velhas marchinhas carnavalescas, o público pulou na rua Direita até às 3 horas. Isso concretiza o Carnaval familiar de Pirenópolis. Quem quis uma atração mais agitada, procurou cidades com outros perfis, como Caldas Novas.
Adriano César Curado
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
O Carnaval em Pirenópolis
Pirenopolinos fantasiados em Carnaval da década de 1960 |
O Carnaval é uma data de muita festa em Pirenópolis, desde tempos bem distantes. Por isso é louvável que a Prefeitura Municipal mantenha viva a tradição das marchinhas, repelindo as músicas de má qualidade que imperam por aí.
Até meados dos anos de 1920, existiu em Pirenópolis o pitoresco “Entrudo”, que vinha dos tempo do Império e do Brasil Colônia. Nele tinha de tudo. Banhos inesperados na rua com água perfumada. Mascarados a cavalo e à pé, que cantavam as moças com voz em falsete. Batalhas de serpentina e confetes. Os bailes eram nas casas de família, animadas por pequenos conjuntos musicais e se revestiam de muito respeito.
Minha avô, que já é quase nonagenária, conta-me que, na sua época de moça (1930-40), os bailes eram animados por orquestras. Quase toda a cidade participava e era concorrido o evento. Não havia Carnaval pelas ruas, a festa era em salões fechados, com cobrança de ingressos.
Diz minha avó: “Na época da minha juventude, os bailes eram no prédio do teatro. Por ocasião do Carnaval, retiravam as poltronas a ali virava um salão grande, que as famílias tradicionais frequentavam. No palco tocava uma banda boa, afinada, e todo munda dançava”.
Esses bailes carnavalescos eram perfumados por lança-perfume, que na época ainda não se considerava droga, já que ninguém inalava como nos dias atuais. Era apenas para abrilhantar o clima da festança.
Depois, nos anos de 1960-80, os bailes passaram para o Praia Clube, salão imenso localizado num casarão na rua Direita. No local hoje está o edifício do fórum. Ali já não havia orquestras, mas tocavam som mecânico com marchinhas famosas da época e a diversão era bem grande, com animados blocos de vestimentas patronizadas.
Nos anos de 1990-2000, a administração municipal tentou reestruturar o Carnaval e muitos blocos disputavam as premiações. Saia o cortejo da rua Direita, subia para a praça Central e se concentrava no largo em frente ao prédio dos Correios. Mas um assassinato covarde que ali ocorreu acabou com a festa.
De pouco tempo é o atual Carnaval Cultural de Pirenópolis. Começou com um projeto para o qual muita gente torceu o nariz. Achavam que atrairia bagunça para a rua Direita, temeram pela segurança das pessoas e do Patrimônio Histórico. Mas a prática demonstrou que o som não era tão alto que pudesse danificar os casarões e a paz prevaleceu até a última edição.
Neste ano de 2012, certamente que tudo transcorrerá como planejado. O Secretário de Turismo, Sérgio Rady, afirmou que a festa “tem um foco único para o evento, que é a organização, segurança e o bem estar para comunidade e visitantes deste período”.
Regras para o Carnaval Cultura 2012:
- proibição de som automotivo no Centro Histórico e setores residenciais;
- proibição de circulação de bebidas em recipientes de vidro, fora dos estabelecimentos comerciais;
- o trânsito de veículos nas principais ruas do Centro Histórico será impedido
Este site deseja que todos que venham aproveitar o Carnaval Cultural de Pirenópolis se divirtam. Que a tranquilidade prevaleça, a harmonia reine, na Festa do Rei Momo.
Fonte:
- Entrevista com Maria Jayme de Siqueira Pina, de 88 anos de idade, em 16.2.2012.
- Recordações de minha própria infância.
- Jornal da Imprensa – A história do Carnaval
- JAYME, José Sisenando. Pirenópolis (Humorismo e Folclore). Goiânia: Edição do Autor, 1983.
Adriano César Curado
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Uiara Pereira Pina no Diário da Manhã
AS RELÍQUIAS BENÉFICAS DE GERALDO DE PINA E LULU DE PINA (in memorian).
Publicado no Diário da Manhã do dia 10.2.2012
"Em certas brechas de tempo, as pessoas se perguntam quem seriam estes homens tão afamados por seus nomes, e por suas benfeitorias em Goiás, Geraldo de Pina e “Lulu de Pina” como decifrá-los?
Engenheiro Civil e Sanitarista, GERALDO DE PINA morava no Rio de Janeiro e veio para Goiás a convite de seu tio Aquiles de Pina com o intuito de que seu sobrinho implantasse a rede de esgoto no centro de Anápolis com o apoio de Carlos de Pina, prefeito na época. Geraldo de Pina enfim, honrosamente cumpriu esta missão.
Ao ser eleito como Governador, José Feliciano Ferreira indicou GERALDO DE PINA como presidente da SEVOP, onde realizou várias obras de infra-estrutura. Logo após foi nomeado presidente da COTELGO, onde instalou a linha telefônica em Anápolis, cidades vizinhas e Pirenópolis. Na mesma época, foi indicado para então, presidente da CELG, tempo este de Cachoeira Dourada. GERALDO DE PINA instalou a rede de energia em Anápolis e Pirenópolis, tendo como conseqüência uma nova era de desenvolvimento. Este homem não era apenas uma “máquina” de idéias geniais, mas também um ser humano de alma limpa e caridosa. Doou em vida, os terrenos para o crescimento de Vila Propício, cidade simples e pequena próxima á Pirenópolis. O nome de Vila Propício foi dado em homenagem á seu avô, Propício de Pina. Com sua passagem pelo DERGO, Geraldo abriu a estrada de Planalmira-Goianésia, GO 338, que hoje, infelizmente possui dois nomes. Na época de 1.964 GERALDO DE PINA foi eleito a deputado federal, tempos estes do presidente Marechal Castelo Branco.
O Pina trouxe grandes figuras da nossa história á Pirenópolis, como Pedro Ludovico, Mauro Borges, José Feliciano. Uma história que vai da política até a famosa fazenda “Chumbado”, onde essas importantes figuras pernoitaram para assistirem a grande festa que “LULU DE PINA” oferecia. Geraldo levou até Pirenópolis Juscelino Kubitschek de Oliveira, onde almoçou na pensão Padre Rosa, o que nos faz lembrar do saudoso Joanito Jayme. A pensão hoje é de propriedade de seu filho Ranuf Jayme, que nos recebe tão agradavelmente bem.
O desenvolvimento de Pirenópolis se deu como trunfo, pois a cidade estava esquecida.
Seu pai “LULU DE PINA” foi eleito prefeito de Pirenópolis. Homem simples, honesto, humilde, não gostava de se pronunciar em comícios e nem ao menos tirar “um retrato”, como naquela época dizia. Uma história e tanto para citar. Foi muito criticado por seu adversário na época, por ser de mais idade, até de cego o chamaram. Com pouca renda, “LULU DE PINA deu início á construção do prédio da prefeitura. Como o dinheiro era pouco, a obra ficou inacabada. Seu filho GERALDO DE PINA, então, trouxe homens de sua firma AGROENGE, localizada na época em Brasília, e terminou a construção do prédio por sua conta. Uma família além de caridosa, unida. “LULU DE PINA” não parou por ai, fez o grupo Alto da Lapa dando o nome de um grande amigo, Ermano da Conceição.
Em 1.966, “LULU” colocou seu filho Mauro de Pina na sorte para imperador da Festa do Divino Espírito Santo. E assim foi sorteado. Como havia dez anos que a cidade não tinha a apresentação das cavalhadas, “LULU DE PINA”, com todo seu esforço e amor pela cidade levantou toda a festa, “mexendo seus pauzinhos”. O seu filho, “Zé de Lulu”, como era chamado, era o responsável de buscar os cavalos em Goianésia para que fossem emprestados aos cavaleiros. Eloi Basílio ficou com o encargo de zelar pelas espadas vindas de Palmeiras de Goiás. A banda de música tocava e era remunerada pelo então imperador. Fazer a festa do Divino sem ter nem sequer ajuda oficial, é então somente para nomes desse porte. É este o relato, da verdade, da honradez, e por que não dizer?
Reviver a relíquia da história de Pirenópolis é citar os fatos concretos, o que realmente aconteceu e quem realmente fez acontecer, doa a quem doer.
“Honra e respeito tenho por essa família, carrego comigo a carga do amor, do significado de família, da honestidade, de caridade, sou neta de “LULU DE PINA”, sobrinha de “GERALDO DE PINA” e filha de MAURO DE PINA, orgulho tenho de fazer parte, um tanto quanto breve, dessa história de gente simples, humilde, honesta e unida.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Vem aí a 4° FLIPIRI
4° FLIPIRI
De 2 a 6 de maio de 2012
A Secretaria Municipal de Cultura informa que a 4ª edição da FLIPIRI (Festa Literária de Pirenópolis) foi selecionada para receber patrocínio do Banco Nacional do Desenvolvimento – BNDES.
Promovido pela Prefeitura de Pirenópolis e pelo Instituto Casa de Autores, a FLIPIRI propõe-se a dar continuidade a uma prática de difusão do livro e da leitura e da literatura. Compreende a formação de mediadores de leitura, a doação de acervos para comunidades locais, apresentações artísticas, encontro entre escritores e leitores e associação com outras práticas culturais. Em 2012, as atividades se estenderão para os municípios de Cocalzinho e Corumbá de Goiás, além de Pirenópolis e seus 10 povoados.
Para esta quarta edição, a ser realizada no período de 02 a 06 de maio, a festa terá como tema a música, considerada uma forma de linguagem que se utiliza da voz, instrumentos musicais e outros artifícios, para expressar algo a alguém. A música não pode ser dissociada do contexto cultural, pois traduz abordagens e concepções do que afeta seu autor. Seja apenas instrumental ou com letras poéticas, a música abraça a literatura e a traduz em notas, compassos melodias e ritmos.
O homenageado Nacional desta 4ª edição da FLIPIRI será o talentoso escritor Luís Fernando Veríssimo. Jornalista, escritor e músico, foi eleito como homenageado nacional. Veríssimo nasceu em 26 de setembro 1936, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Filho do grande escritor Érico Veríssimo.
Para o Prefeito Nivaldo Melo, a Festa Literária de Pirenópolis tornou-se um dos principais eventos da região, tanto no âmbito cultural quanto no social, pois além de divulgar a Cidade de Pirenópolis como um polo cultural, agrega valor, tendo a participação maciça da comunidade, incluindo mais de 5 mil alunos e 100% dos professores da rede pública de ensino. Já o Secretario Municipal de Cultura, Gedson Oliveira, observa que o BNDES não apoia qualquer projeto cultural. Portanto, ter sido selecionado entre os 19 melhores projetos do Brasil é um sinal de que estamos seguindo o rumo certo para fazer de Pirenópolis e região uma cidade de leitores e dar continuidade neste grande apelo cultural que possuímos.
Texto completo: Secretaria Municipal de Cultura
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
A poesia da cidade
A cidade é poesia
é sonho colorido
nas noites de calmaria
nos versos do poeta
varridos e apagados
na vasta ventania
é sonho colorido
nas noites de calmaria
nos versos do poeta
varridos e apagados
na vasta ventania
Adriano César Curado
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Pirenópolis na COPA 2014
Em março deste ano (2012) a FIFA (Federation Internationale de Football Association ou Federação internacional de Futebol e Associados) abrirá inscrições de Centros de Treinamento da Copa do Mundo de 2014. Se Pirenópolis quiser se candidatar a um desses centros, como noticiado no site da Prefeitura Municipal, terá que preencher um minucioso formulário da FIFA e se comprometer a cumprir metas rigorosas.
Se acaso a cidade for selecionada, sua projeção no âmbito internacional será imensa, com repercussão direta no turismo de boa qualidade.
Embora esteja localizada em ponto estratégico, pela proximidade de Brasília, que sediará jogos da Copa do Mundo, dificilmente nossa cidade conseguirá se tornar centro de treinamento.
Quando os técnicos da FIFA vierem inspecionar nossas instalações, estaremos certamente desclassificados. Nosso módulo esportivo é velho e estragado pelo uso inadequado – exemplo: aluguel para festas, folias de Carnaval, pecuárias etc. À noite, os inspetores não conseguirão dormir por conta do som automotivo que os perturbará, e então por certo que imaginarão no vexame de uma delegação estrangeira passando por esse incômodo. E que dizer do trânsito de caminhões e ônibus no Centro Histórico, do esgoto a céu aberto, dos buracos no asfalto, da falta de policiamento ostensivo etc.?
Quando os técnicos da FIFA vierem inspecionar nossas instalações, estaremos certamente desclassificados. Nosso módulo esportivo é velho e estragado pelo uso inadequado – exemplo: aluguel para festas, folias de Carnaval, pecuárias etc. À noite, os inspetores não conseguirão dormir por conta do som automotivo que os perturbará, e então por certo que imaginarão no vexame de uma delegação estrangeira passando por esse incômodo. E que dizer do trânsito de caminhões e ônibus no Centro Histórico, do esgoto a céu aberto, dos buracos no asfalto, da falta de policiamento ostensivo etc.?
Se tiver pretensões de holofotes internacionais, Pirenópolis tem antes que se preparar, fazer a lição de casa, cuidar dos problemas internos. E não é por falta de avisar, pois este blog trata do assunto há anos, mostra fotografias, denuncia problemas pontuais, mas não se vê resultados.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Dr. Fernando
SÉRIE BIOGRAFIAS
FRANCISCO FERNANDES DA SILVA
(DR. FERNANDO)
FRANCISCO FERNANDES DA SILVA
(DR. FERNANDO)
Dr. Fernando |
Desfile do Lions Clube de Pirenópolis - década de 1960 |
Arrecadação do Lions Clube, tendo Dr. Fernando ao centro |
Dr. Fernando na juventude |
Dr. Fernando, à direita, recepciona o governador Otávio Lage, em Pirenópolis, na década de 1960 |
Devido à sua origem humilde, Dr. Fernando ajudou bastante a população mais pobre de Pirenópolis.
Desfile do Lions Clube de Pirenópolis - década de 1960 |
Dr. Fernando, em 21.5.1972, trabalha em festival de chopp do Lions Clube |
Posteriormente, através das ações como Secretário Municipal de Saúde, cargo que ocupou no primeiro governo de Sizenando Jayme Filho (1982-1988), quando saía pioneiramente para os povoados, juntamente com um médico e mais equipe, dentro duma Kombi, para levar saúde aos povoados. Não se tinha o hábito de tal prática na época, nem existiam postos de saúde para atendimento emergencial, ficando a população mais distante dependente dos precários transportes de socorro ou se submetendo a tratamento com benzeduras e ervas dos curandeiros.
Dr. Fernando e a esposa em baile de Carnaval |
Sua contribuição para a melhoria da qualidade de vida da população também se deu através do trabalho no Sindicado Rural de Pirenópolis, como dentista eficiente e disputado, que funcionava à época no casarão que hoje pertence aos herdeiros de Valter Jayme, no Largo da Matriz.
Desfile do Lions Clube de Pirenópolis - década de 1960 |
Dr. Fernando foi um dentista “de mão cheia”. Seu consultório particular funcionou por muitas décadas em sua residência, na Rua Direita, imóvel comprado de Edgar Jayme. Certamente que quase todo pirenopolino com mais de trinta anos já teve obturações desse excelente profissional. Eu mesmo ainda tenho algumas, sólidas e eficientes, apesar de tanto tempo transcorrido. Recordo-me da longa fila, pela calçada a Rua Direita, que começava a se formar no início da tarde, composta por sua clientela cativa. Depois a gente subia os quatro degraus que davam direito a sentar num banco de couro e todo mundo ficava olhando para uma divisória de vidro fosco, tentando adivinhar os contornos do dentista e do cliente sentado lá na cadeira. Entre quatro ou cinco atendimentos, Dr. Fernando fazia breve pausa, acendia um cigarro, brincava com o nosso pânico, dava duas tragadas e depois se asseava com minúcia – por isso minha maior lembrança dele era o cheiro de suas mãos, um misto de cigarro com sabonete.
Desfile do Lions Clube de Pirenópolis - década de 1960 |
Dr. Fernando era um homem jovial, brincalhão e cheio de amigos. Amava a pescaria em grandes rios e lagos. Gostava também dos bailes de Carnaval, que naquela época ocorriam no Salão Paroquial (Praça Central) e depois no Praia Clube (hoje Fórum, na Rua Direita) e eram organizados por disputados blocos.
Dr. Fernando, em 21.5.1972, trabalha em festival de chopp do Lions Clube |
Morreu muito jovem, aos 58 anos, vítima de um infarto e de complicações pulmonares. Mas algum tempo antes já se encontrava depressivo porque, devido às complicações de uma cirurgia mal sucedida de catarata, perdeu uma visão e ficou incapacitado para o exercício do ofício de dentista.
Parada cívica na década de 1960 |
Bem poderia ter se mudado para Pirenópolis e apenas se preocupado com a própria vida, como fazem tantos nos dias atuais. Mas preferiu arregaçar as mangas, dedicar o curto tempo às cansativas atividades do Lions Clube, ajudando tanta gente a ter uma vida melhor.
A escada, em primeiro plano, dava para o gabinete de Dr. Fernando |
Fonte de pesquisa:
• Entrevista com Marcelo Sousa Fernandes, filho do biografado, em janeiro de 2012.
• Entrevista com Maria Jayme de Siqueira Pina, em janeiro de 2012.
• Recordações de minha própria infância.
• CARVALHO, Adelmo de. Pirenópolis Coletânea 1727-2000. História, Turismo e Curiosidades. Goiânia: Kelps, 2001.
Postagem de Adriano César Curado
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