Na sequência da biografia do pintor Pérsio Forzani, relembro a memorável noite de 25.11.2005, na casa da Celg, em frente à Matriz, quando foi organizada uma exposição de sua obra, regada a muita música e poesia. Naquela ocasião, fui escalado pela Aplam para escrever um texto em prol do homenageado, que ficou assim:
pitura de Pérsio que retrata o castelo do Frota
“A Academia Pirenopolina de Letras Artes e Música (APLAM) surgiu do sonho de gente simples, de poucas posses materiais mas de espírito dotado de sublime inteligência. Não se espere encontrar ali nenhum intelectual sofisticado, frequentador dos banquetes das elites ou paparicado pela mídia nacional. Não se verá tal figura nesta Academia sertaneja. Os membros da APLAM são pessoas impregnadas pelo pó seco do Planalto Central, alimentados pelos frutos do cerrado e bebedores da boa cultura que emana da miscigenação entre negros, índios e portugueses, os povoadores das terras goianas.
extraída do site www.pirenopolis.tur.br/persio-forzani
Por outro lado, não se deve ceder à tentação de imaginar que, pela simplicidade de seus membros, as obras são de menor valor. Pelo contrário. Nossos modestos membros, tanto os que ainda labutam nas lides deste plano, quanto os que já se encontram mais próximos ao Criador, todos eles são valorosos operários da cultura de Goiás. Vê-se ali historiadores, pintores, escultores, músicos, compositores e escritores.
extraída do site www.pirenopolis.tur.br/persio-forzani
Pérsio Ribeiro Forzani é uma dessas figuras simples e carismáticas que compõem a Academia de Pirenópolis. Num primeiro contato, pode-se ceder ao intuito de imaginá-lo um pessoa frágil e limitada, mas logo essa impressão primeira desaparece quando se conhece seu espírito empreendedor, sua alma sonhadora, sua invencível capacidade de superar os obstáculos que o destino depositou em seu caminho.
extraída do site www.pirenopolis.tur.br/persio-forzani
Pirenopolino da velha gema, nosso homenageado vem de família humilde mas de destaque na vida social e cultural da velha Cidade dos Pireneus. Seus parentes ajudaram a abrilhantar a arte da Euterpe, como componentes da escola e banda de música do Mestre Propício, a centenária Fênix. Mas foi a arte desse pintor singular que contribuiu para o resgate de imagens belíssimas e já quase apagadas no inconsciente popular: becos tortuosos, procissões à luz de velas, cavalhadas no largo da Matriz, casarões já demolidos, cenas de importância histórica, e muito mais.
extraída do site www.pirenopolis.tur.br/persio-forzani
Apaixonado confesso pela Pirenópolis do passado, quando a pequena cidade se chamava Meia Ponte, Pérsio Forzani faz renascer da magia colorida de telas, tintas e pincéis um mundo fabuloso de damas e cavalheiros, de compositores e maestros inspirados, de coronéis valentes na política fervente, de escravos sofredores pelo chicote dos feitores. Todos eles personagens que um dia calcaram o chão goiano, frequentaram igrejas já extintas, moraram em amplos casarões povoados pela alegria sadia dos tempos de serenatas, ou no interior sombrio duma senzala. Sua pintura retrata ainda a solidão dos pirenopolinos isolados entremeio aos morros arredondados, distantes da capital e visitados vez por outra pelas tropas de mulas e carro de bois dos caixeiros viajantes.
extraída do site www.pirenopolis.tur.br/persio-forzani
A Pirenópolis de Pérsio pouco tem da cidade de hoje. Não há ali grandes festivais, turistas em demasia, trânsito engarrafado, enfim, problemas de cidade moderna. Mas, de certa forma, o sonho que sua mente brilhante materializa nas telas vai muito além de uma simples viagem ao passado. No fundo, o pintor que o habita quer mesmo é idealizar uma cidade voltada para o futuro, e também contribui para um Goiás que quer regressar às tradições e cultura esquecidas, ou seja, fazer ressurgir valores que os tempos modernos aos poucos apagam.
extraída do site www.pirenopolis.tur.br/persio-forzani.
Nas duas portas da direita funcionou a Coletoria Estadual
e mais tarde o gabinete dentário do Dr. Fernando
O resgate da obra e da vida de Pérsio Ribeiro Forzani, que a APLAM idealizou através desta modesta homenagem, é no fundo uma mensagem de otimismo. É um recado para as gerações do hoje e do porvir, quanto à certeza de que Goiás ainda retomará valores culturais perdidos. Na lembrança do passado ainda próximo, é preciso construir um futuro mais ligado às tradições de raiz, preservando o cerrado, valorizando a arte popular, para, quem sabe um dia, ainda voltarmos à serenidade da velha pátria dos índios Goiases.”
extraída do site www.pirenopolis.tur.br/persio-forzani
Pérsio hoje está debilitado, só pinta por encomenda e não dá conta de todos os pedidos que tem. Sem contar que, desde o ano passado, devido a uma queda no banheiro de casa, somente se locomove em cadeira de rodas e com auxílio.
No passado, no máximo de sua produção artística, Pérsio pintou cada uma das centenas de casas retratadas no livro "Casas de Pirenópolis", de Jarbas Jayme.
by Adriano César Curado
Eu estive nessa exposição do Pérsio e foi um sucesso absoluto. Ele é uma gracinha.
ResponderExcluirGabi Oliveira
As pinturas são deveras maravilhosas demais, dá vontade de visitar essa terrinha que parece acolhedora e tranquila.
ResponderExcluirJoaquim Melgrado Pena
A verdadeira arte deve sempre ser contada e fomentada, para que as culturas regionalistas não desapareçam por conta da massificação a que são expostas neste mundo globalizado.
ResponderExcluirFernanda Rocha
Conheço muito bem o persio forzani admiro muito ele ,nao sei se ele vai se lembrar de mim mas nunca esqueci dele .uma pessoa maravilhosa q nunca vou esquecer sou fa numero 1 das artes dele. Manda muito bem saudades meu amigo .ass:Daiara
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