Joaquim Propício, então, foi sorteado Imperador, ficando seu irmão Sebastião Pompeu incumbido de preparar as peças teatrais. Pompeu decidiu-se logo pela peça Morgadinha, mas quis também repetir a apresentação de As Pastorinhas. Como Alonso estava desanimado, por conta da experiência anterior, deixou que os pirenopolinos tomassem a iniciativa. Sebastião foi às casas de família pedir para que as moças se apresentassem, sob sua responsabilidade, e logo conseguiu formar os cordões com vinte e quatro integrantes.
Enquanto isso, Propício orquestrava a peça e José Assuério de Siqueira copiava as falas dos personagens. Só que Alonso não quis doar o material para Pirenópolis, então Mestre Propício e José Assuério, na calada da noite, fizeram para si uma cópia clandestina. Foi um sucesso aquela apresentação da revista As Pastorinhas. Propício acrescentou mais três personagens, cujas músicas foram por ele compostas, que são Fé, Esperança e Caridade. Quando Alonso Telegrafista foi transferido de Pirenópolis, levou consigo os originais da peça, sem nunca nem desconfiar que deixava para trás uma cópia.
Desde então, As Pastorinhas é uma peça que vem sendo apresentada constantemente, até chegar aos dias atuais. Obviamente que, em tempo passado, apenas esporadicamente a população assistia esse teatro de revista, que se dava na época do Natal.
Depois foi incorporada à festa do Divino e durava horas. Tanto que as famílias que iam prestigiá-la levavam colchão para as crianças dormirem. Vale também lembrar que por muito tempo o criterioso Wilson Pompêo de Pina assumiu os ensaios e seleção do elenco, época de maior brilho do espetáculo. Depois vieram Ita e Alaor, que reduziram o tempo de duração. Dona Natália os sucedeu, e hoje Séfora e outros se incumbem dos ensaios.
Adriano Curado
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