Chegou finalmente o Domingo do Divino! Cinquenta dias após a Páscoa, cá estamos nós na Festa de Pentecostes, com todos os exageros e excentricidades que a data requer.
Lá no alto, nesta manhã fria, há o contraste violento entre o vermelho das bandeirolas do Cortejo Imperial e o azul imaculado do céu de seca no cerrado.
Há um ar de pompa e nostalgia que paira sobre a cidade, como requer todo Cortejo Imperial, desde os tempos dos impérios lá pela Europa.
Às oito horas sai o Imperador de sua casa e vai para a Matriz, seguido por dois longos cordões de virgens (criança vestidas de branco), banda de música, etc.
Às nove horas tem a missa solene cantada em latim pela Orquestra e Coral Nossa Senhora do Rosário, e ao término dela, sorteio do novo Imperador e mordomos. Quando o Imperador voltar à sua residência, distribuirá o alfenim verônica e também pãezinhos-do-divino aos presentes.
Nesses três dias finais da festa ocorre a apresentação artística que revive a luta travada entre Mouros e Cristãos pela soberania da Península Ibérica durante a Idade Média. São as Cavalhadas de Pirenópolis, um espetáculo grandioso e cheio de pompas e circunstâncias, imenso teatro ao ar livre. A Banda Fênix acompanha ao vivo todas as carreiras, numa verdadeira maratona musical capaz de provar o músico mais resistente.
A árias das Cavalhadas são:
- Galopes: Mouros e Cristãos;
- Quadrilhas: Violeta, Flor da Noite, Três Sossegados, Noiva Encantada;
- Valsa: durante o Batismo;
- Galope Final: Cavalhada acabou.
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Adriano Curado