Acorde, velha cidade, e observe o sol que nasce serelepe lá pras bandas da rua Aurora e já já despertará seus filhos para que testemunhem a passagem do tempo! Mas o que é o tempo para você, tão antiga e ainda assim renovada, como a ave Fênix que renasce do ainda crepitante braseiro incandescente?!
Veja aí, Pirenópolis querida, as novas ruas que surgem em lugares improváveis, seus morros desnudos e envergonhados, o Almas que implora mais vida e a vida que pede por mais alma. Será que este secular trilheiro vai levá-la à luz ou ao abismo, à glória ou ao ostracismo, aos bailes movimentados da eternidade ou ao silêncio absoluto das catacumbas?
Resistirão seus casarões já caducos aos arroubos do progresso ou cansados vergarão seus esteios de aroeira à sina terrível de cimento e pedra? Ninguém sabe, ao certo, que novo capítulo rabiscarão na sua história, mas a memória dos que nos legaram apenas o bem, essa permanecerá viva, guardada nas lendas que a oralidade não deixa morrer.
Torço bastante para que seus becos e ruas deem as mãos numa absurda confraternização, qual crianças que bailam em imaculadas nuvens, e selem os portões do tempo, para que não mais rasguem sequer uma página da história.
Não tenho resposta, e por enquanto trago apenas a pergunta incômoda: aonde vamos?
by Adriano César Curado, escritor, poeta e historiador.
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Caro Adriano César,
ResponderExcluirParabéns pelo seu artigo como sempre bem elaborado e de grande importancia informativa para os seus leitores.
Vejo aqui um espaço de reflexão sobre as principais NOTÍCIAS que direta ou indiretamente influenciam aos que se preocupam, assim como eu dos destinos deste belo municipio histórico.
Pirenópolis hoje é uma cidade de muitos estilos.
O Patrimônio Histórico da cidade está sendo redescoberto por seus moradores e atraindo cada vez mais turistas.
As principais construções revelam, novamente, os traços arquitetônicos e o colorido de uma época de intensa vida cultural e econômica.
Características essas que podem ser observadas através de um simples caminhada pelas suas ruas, na área central da cidade e na história de seus povoados. Mais precisamente o de Lagolândia.
Em seu entorno ficam edificações símbolos dos tempos em que a riqueza cultural era gerada..
Ali está o Teatro Pirenópolis.
Eu penso que: “Em uma cidade com as características históricas como Pirenópolis , a arquitetura de interiores é uma ferramenta importante para conciliar as diferentes técnicas e adequar os ambientes ao conjunto urbano".
Talvez a UEG poderia incluir este curso? Digo isso, só a título de sugestão.
Mas enquanto eu puder fazer como antigamente, vou fazer. Eu adoro me lembrar de alguns fatos que tive na minha infancia, da minha casa, e de tudo o mais, assim como voce!
Lembranças e momentos muito felizes. Dá trabalho… mas é bem prazeroso!
Me desculpem se empolgo, isso tudo porque concordo plenamente com os escritos do poeta Adriano César, e quem sabe um dia mais tarde eu aprendo a trazer também escritas tão bem elaboradas.
Porque cada vez que aqui venho, aprendo muito.
Só tenho que agradecer o privilégio de comentar.
Caríssimo Cícero Amaral Filho, eu agradeço imensamente suas belas palavras e a disposição em comentar as pálidas linhas que lanço neste espaço. Nossa Pirenópolis passa por profundas modificações e temos, sim, que discutir, movimentar, reclamar, reivindicar e - por que não?! - elogiar, quando houver méritos para isso. Se você tiver alguma sugestão de temas ainda não abordados, envie-me, por favor. Um forte abraço para você.
ResponderExcluirEste texto poético é simplesmente maravilhoso, mostra os possíveis caminhos a serem seguidos e ainda dá uma forcinha pro futuro. Meus parabéns, escritor.
ResponderExcluirÉ bastante interessante essa última foto postada, que mostra a rua do Rosário. Já notaram que ela é tão velha que não fora ainda ali construída a casa do coronel Chico de Sá (atual Pousada Walkiriana)?
ResponderExcluirQue saudades eu sinto da Piri de antigamente!
ResponderExcluirGente, para de viver numa utopia!
ResponderExcluirCidade silenciosa, preservação eterna do patrimônio histórico, valorização da cultura nativa... tudo isso é ilusão pura e simples.
A verdade é que a cidade que conhecemos hoje em breve desaparecerá.
Sou pessimista, sim; porém realista.
Pelo andar da carruagem, pela proximidade cada vez maior com o DF e pela educação cada vez menor do povo, acho que vamos é para o inferno!
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