quarta-feira, 20 de maio de 2009

Festa do Divino 7

Largo da Matriz destruído
Invasão do prédio do correio
Foto: Arquivo da Biblioteca Pyraí
Solar de Sansa Lopes na atualidade
Local onde os mouros encastelavam
Foto: Arquivo da Biblioteca Pyraí


As famosas Cavalhadas de Pirenópolis acontecem exatamente quando findam os festejos religiosos e começam os profanos. No Domingo do Divino ocorre o primeiro dia da encenação das Cavalhadas, com uma batalha campal entre doze cavaleiros cristãos (azuis) contra doze mouros (vermelhos); e depois de várias coreografias, saem os cavaleiros do campo e retornam com um pedido de trégua. No segundo dia, após novos embates, finalmente os mouros sucumbem e são batizados pelos cristão. Daí até o terceiro e último dia, serão apenas carreiras de confraternização e de brincadeiras, como a troca de rosas e a disputa de argolinhas.

Nos dias atuais, as Cavalhadas são encenadas num lugar especialmente construído para este fim e que ficou conhecido pelo horroroso nome de “cavalhódromo”, localizado num antigo campo de futebol, à entrada da cidade, na rua do Campo.

Até o ano de 1958, no entanto, as Cavalhadas eram encenadas no antigo largo que ficava detrás da Matriz e que hoje está tomado pela praça Central, pela casa paroquial e pelo prédio do correio. Os mouros encastelavam-se no lado poente, em frente da casa de José de Pina, que durante muitos anos foi seu rei. Tinham eles vestimentas bastante simples, sem muitos brilhos e adereços, à exceção do rei e do embaixador. Já os cristãos, encastelados do lado nascente, em frente ao solar do Sansa Lopes, trajavam-se de azul, com roupas semelhantes ao fardamento da polícia antiga, com colete e quepe.

Nesta época, as Cavalhadas eram assistidas somente pelos pirenopolinos e não aconteciam com regularidade, pois dependiam da autorização e do ânimo do festeiro. Muitos moradores mais antigos de Pirenópolis afirmam que aquelas Cavalhadas foram as melhores, quer pelo romantismo que as caracterizavam, quer pela inocência daqueles anos, quer pela ínfima quantidade de gente que participava dos festejos de Pentecostes.

Bibliografia:
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O Divino, o santo e a senhora. Rio de Janeiro: Funarte, 1978.
CARVALHO, Adelmo. Pirenópolis, coletânea 1727-2000, história, turismo e curiosidade. Goiânia: Kelps, 2000.
CURADO, Glória Grace. Pirenópolis, uma cidade para o turismo. Goiânia: Oriente, 1980.
FERREIRA COSTA, Lena Castelo Branco. Arraial e coronel. São Paulo: Cultrix, 1970.
JAYME, Jarbas. Esboço histórico de Pirenópolis. 2 v. Goiânia: Imprensa da UFG, 1971.
JAYME, José Sisenando. Pirenópolis (humorismo e folclore), 1983.
SILVA, Mônica Martins da. A festa do Divino – romanização, patrimônio e tradições em Pirenópolis (1890-1988).


by Adriano César Curado

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Minhas leitoras e meus leitores, ao comentarem as postagens, por favor assinem. Isso é importante para mim. Se não tiver conta no Google, selecione Nome/URL (que está acima de Anônimo), escreva seu nome e clique em "continuar".

Todas as postagens passarão por minha avaliação, antes de serem publicadas.

Obrigado pela visita a este blog e volte sempre.

Adriano Curado