A contagem regressiva para a Festa do Divino de Pirenópolis já chegou. Logo surgirão as comemorações de Pentecostes, com duração de doze dias e auge no domingo que conte cinquenta dias após a Páscoa. A cidade, então, se enfeitará para as festanças promovidas pelo imperador, que este ano é Marcus Siqueira. Trabalho duro espera o festeiro. Ele tem de coordenar todos os setores da festa, mas também precisa angariar fundos para promover a queima de fogos, o fabrico de comida, lembranças, bandeirolas e outros gastos. Não desembolsa pouco quem deseja se candidatar a tal cargo. Pelo contrário, a soma é vultuosa. Mas há também a solidariedade dos pirenopolinos, que sempre doam o que podem para contribuir com o brilho da festa. Minha avó, por exemplo, tem o hábito de enviar queixos à casa do imperador. Outras famílias confeccionam doces ou salgados. Algumas cozinheiras trabalham de voluntárias no preparo das refeições do pessoal de apoio e também dos cavaleiros das Cavalhadas. Há também os lanches dos atores da peça As pastorinhas.
Ser um imperador do Divino é uma honra. O processo de escolha é o mais democrático possível, pois os nomes são escritos em papéis, que depois de dobrados e colocados numa caixa, são sorteados por uma criança escolhida à esmo. Pronto, saiu o imperador! O Divino o escolheu! A notícia anda de boca em boca por toda a cidade, e a preocupação geral é – será que fará boa festa?! Há pouco tempo os padres impediam que pessoas fora de seu círculo se candidatassem à vaga, mas hoje isso não ocorre mais, e a escolha é a mais democrática possível. Só falta mesmo uma imperatriz do Divino.
O atual imperador, pessoa de imenso carisma, é filho de família tradicional, descendente de bons músicos, e receberá com louvor quem o visitar na rua Direita, no casarão que já está de portas abertas para receber o povo. Lá também estão a coroa e o cetro, símbolos do seu reinado sobre a pequena cidade.
Em consideração a alguns internautas que me enviaram e-mail com sugestão de textos, a partir de hoje vou escrever alguns textos sobre a Festa do Divino de Pirenópolis, na intenção de refletir sobre os fundamentos desse grande acontecimento cultural goiano e discutir sobre seu passado e perspectivas de futuro.
Viva o imperador!
Adriano César Curado
by Adriano César Curado
O diferencial desse blogue de vcs é contar algo que não se lê em lugar algum. A coisa fica ainda maior quando se trata de uma cidade querida como Pirenópolis.
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa, pois tenho certeza de que irá ajudar muita gente a conhecer um pouco mais da terra dos Pireneus.
José Henrique Pollonha
jhenriquepll@hotmail.com