A Festa do Divino de Marcus de Siqueira foi bastante organizada e cheia de atrativos. O imperador não economizou com fogos e bombas. Não era difícil acordar no meio da madrugada com suas descargas de ronqueira, explosões capazes de fazer qualquer um saltar da cama para correr atrás duma alvorada.
Sua residência, localizada na rua Direita, foi elegantemente paramentada para o final de semana da festa, com bandeiras vermelhas e uma pomba branca ao centro nas janelas, e construiu um amplo e arejado galpão para recepção dos visitantes.
Toda a extensão da rua Direita até chegar na igreja Matriz foi enfeitada com bandeirolas vermelhas; algumas casas da vizinhança também se paramentaram com bandeiras nas janelas, o que causou um agradável aspecto.
O único inconveniente foi mesmo a chuva. Embora o trajeto do cortejo entre a casa do imperador e a Matriz tenha sido apenas com céu fechado, o mesmo não se diga do retorno, quando desabou um temporal daqueles.
Mas isso por si só não foi o suficiente para tirar o colorido da festa, e quando a missa solene terminou, o povo se reuniu outra vez à sua porta, local onde se distribuiu o docinho verônica, um precioso alfenim de açúcar alvíssimo e com motivos religiosos encrustados.
No Sábado do Divino (30.05.2009), exatamente ao meio-dia, a Banda Fênix tocou na lateral poente da igreja Matriz, junto à torre do sino, ocasião em que se apresentaram também a contra-dança, alguns passos de As Pastorinhas infantil, o congo e a congada.
Nesse ínterim, os mascarados apareciam aos poucos, alguns com máscaras gigantescas de boi, outros com vestimentas custosas e sofisticadas, mas todos com alegria contagiante e espírito de paz. Quando as apresentações terminaram, o imperador saudou Pirenópolis com grande foguetório.
À noite o padre celebrou o encerramento da novena, ergueram o mastro ao som maravilhoso da banda e uma tímida fogueirinha brilhou. Mas quando a população desceu para a beira do rio das Almas, pôde contemplar um esplendoroso espetáculo pirotécnico, desses de ficar na história.
Adriano César Curado
Essa cidade é muito boa para quem quer escapar do cotidiano louco das grandes cidades. Mas acho que deveriam cuidar melhor dela. Trata-se de um pequeno oásis em pleno cerrado, e seus governantes maltratam essa pequena pérola, como se ela não tivesse valor algum.
ResponderExcluirUma pena!
Gostei muito do seu blogue, ele trás notícias interessantes sobre Pirenópolis.
Parabéns.
Maria Phelomena Silva
phelo.maria@globo.com.br