Casas de Pirenópolis

Esse texto fala sobre os hábitos dos pirenopolinos no passado. E o desenho é uma planta baixa dos casarões. Ambos foram extraídos no livro Casas de Pirenópolis - Vol. II, do Jarbas e Josó Sisenando Jayme.

A sala de visitas, proibida às crianças da casa, abria-se raramente, apenas para receber pessoas de fino trato. Mobiliada com sóbria elegância, apresentava muitas vezes as paredes empapeladas. Em bonitas molduras, retratos da família, quadros de paisagem ou de santos ornavam as paredes, dependendo do gosto e posição social do proprietário.

Entre as famílias menos abastadas dispensava-se nas casas a sala de visita. Todos eram recebidos na varanda, assim chamada a sala de estar ou sala de jantar da morada. A varanda era o lugar de reunião habitual da família, para conversar após o almoço (9h), o café do meio-dia (12h) e o jantar (16h). E também à noite até às 21 horas.

As dependências finais da casa eram o quarto de passagem, a cozinha e a despensa. No quarto de passagem, amassava-se e enrolava-se a quitanda. Ali se preparavam quitutes, os doces e os licores. De ordinário as refeições eram feitas na cozinha. As pessoas se serviam diretamente das panelas e comiam assentadas em bancos ou tamboretes, tendo o prato na palma da mão. Somente os mais abastados faziam as refeições na varanda ou no quarto de passagem, usando mesas atoalhadas.

Os hábitos familiares eram simples. Na cozinha raramente faltava um grande forno a lenha, em forma de meia laranja, feito de barro. Era ativamente usado nos fins de semana para assar biscoitos variados, bolos, roscas, bolachas e pães caseiros meio adocicados. O forno brando, no correr da noite, ainda era aproveitado: torrava bolachas, pão de ló e roscas. O café, torrado em casa em panelas, era socado em pilão e depois coado em peneira de palha ante de ir para o coador.

Em casa, diariamente e antes de deitar, era hábito da população o banho de assento em bacia de cobre. As crianças lavavam apenas os pés antes de ir para a cama.