quarta-feira, 16 de maio de 2018
É tempo de Pentecostes
Pentecostes é uma importante celebração do calendário cristão, onde se comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo. O Pentecostes é celebrado 50 dias depois do Domingo de Páscoa.
Historicamente, o dia de Pentecostes ocorre no 7º dia depois do dia da Ascensão de Jesus, pois ele ficou 40 dias, depois da ressurreição, ministrando os derradeiros ensinamentos aos discípulos. Assim, se somarmos esses 40 dias mais os 3 em que ficou na sepultura, teremos 43 dias. Os 7 dias restantes são aqueles em que os discípulos permaneceram no cenáculo até a descida do Espírito Santo.
O Pentecostes judaico se refere à colheita e comemora a entrega dos 10 Mandamentos no Monte Sinai, 50 dias depois do Êxodo. Diferente dos cristãos que, como vimos, celebram a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos.
A celebração do Divino Espírito Santo originou-se na promessa da rainha D. Isabel de Aragão, por volta de 1320, que prometeu peregrinar pelo mundo com uma coroa tendo uma pomba no alto e assim arrecadar donativos em benefício da população pobre. Ele queria alcançar uma graça especial, que era a concórdia entre seu esposo, o rei D. Dinis, e seu filho, o príncipe D. Afonso. A graça foi alcançada e ela cumpriu a promessa.
Tamanho foi o empenho da rainha, que se criou uma fervorosa devoção ao Espírito Santo, culto que se espalhou por terras portuguesas, especialmente no arquipélago dos Açores. De lá, espalhou-se para outras áreas colonizadas por açorianos, como a Nova Inglaterra, nos Estados Unidos da América e diversas partes do Brasil. Tornou-se aos poucos uma cerimônia onde uma criança era coroada e doava comida ao povo (fartura) e tinha o poder de libertar um preso (perdão).
Veio ao Brasil através dos colonizadores portugueses e foi registrada pela primeira vez em Pirenópolis no ano de 1819, quando Joaquim da Costa Teixeira foi sorteado Imperador do Divino. Alguns acham que a festa chegou muito antes em Meia Ponte. Em 1826, quando o padre Manuel Amâncio da Luz foi sorteado Imperador, começaram as apresentações das Cavalhadas.
As celebrações em culto ao Espírito Santo são espalhafatosas, com muitas cores, barulho, brilho, sinos, fogos. O Imperador distribui pãezinhos bentos, alfenins e verônicas ao povo. Mas seu poder já foi bem maior, época em que só ocorriam Cavalhadas se ele consentisse e patrocinasse, por exemplo. Também em nossa terra ele tinha o poder de soltar um preso da cadeia pública.
Adriano Curado
Fonte:
CURADO, Glória Grace. Pirenópolis; Uma Cidade para o Turismo. Goiânia, Oriente, 1980.
Título
JAYME, Jarbas. Esboço histórico de Pirenópolis. 2 v. Goiânia: Imprensa da UFG, 1971.
MARTINS, Francisco Ernesto de Oliveira. SANTOS, João Marinho dos. A festa nos Açores.
Açores: Serafim Silva, 1992.
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