quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A casa pirenopolina VII

Casa preservada e onde morou Seu Ico


      Preocupante também é a situação da casinhas dos negros em volta da praça do Rosário. Estão fadadas a desaparecerem junto com a história dos pobres pirenopolinos. Naquela região detrás da extinta Igreja do Rosário dos Pretos (e redondezas: ruas do Fuzil, Pireneus, do Sapo), ficavam as casas humildes, de pé-direito baixo, paredes de pau-a-pique tortas, tijolinhos no chão. Com a valorização especulativa dos imóveis em Pirenópolis, as casas dos pobres começaram a virar casas de coronéis, destoantes do contexto histórico do local.

      Basta subir a rua Pireneus para notar que poucas dessas casas ainda restam originais, o resto é apenas cidade-cenário, com a preservação da fachada e demolição do resto. É preocupante isso porque esses casebres, embora de aparência frágil, estão ali há mais de século e abrigaram a história de pessoas humildes, sem muitas posses materiais, mas que também contribuíram para a edificação do patrimônio social-cultural de Pirenópolis.

      Tudo isso vai acabar em breve.

Adriano César Curado

Foto antiga que mostra as casas dos negros originais



Casa que substituiu um casarão histórico

Apenas a fachada é a mesma

Casarão humilde mas bem preservado e original

Outra casa original de pessoas pobres

Casa original e simples bem preservada


Aqui as casas dos escravos foram demolidas pela especulação

Uma das últimas casas humildes que resta no local

Rua Pireneus toda modificada por casas modernas

Este casarão é uma imitação da arquitetura original

Casa dos pobres ainda bem original

Casa original que resiste ao tempo

Casa bem preservada na rua Pireneus

Casa antiga com arquitetura original

Casebres que vão se modificando aos poucos

7 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Essas imagens bem ilustram a devastação do patrimônio histórico de Pirenópolis que você vem denunciando. Que horrível aquela casa que só preservou a fachada! As casinhas do pobres também merecem respeito.

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  3. Até isso anda acontecendo em Pirenópolis?! De fato, outro dia fui tomar um café lá na pracinha da feira e fiquei pensando no quanto o lugar foi modificado de uns cinco anos para cá. Agora que vc postou isso é que me toquei.

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  4. Belo trabalho de pesquisa esse seu, gostei muito.

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  5. Que pena que Pirenópolis trata tão mal seu patrimônio histórico.

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  6. Se não for pelo patrimônio histórico, eu prefiro ir para Caldas Novas, que tem águas termais e estrutura melhor. Vou a Pirenópolis pela integração entre o casario e a natureza.

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  7. Escritor Adriano Curado, li suas postagens sobre as restaurações de casarões históricos e gostaria de expor algumas considerações.

    Eu nasci em Brasília, que nasceu em Pirenópolis, mas precisamente no casarão em frente à sua casa, na rua Direita. Era a casa de Benjamim Goulão, conforme meu querido e saudosa vovô sempre me ensinava. Ali se hospedou a Comissão Cruls, que no século 19 demarcou a área do Distrito Federal. Como você vê, as pranchetas dessa comissão nasceu Brasília e portanto nossa afinidade é muito grande.

    Praticamente todo final de semana a gente vai para nossa casinha em Piri. E vamos porque a cidade é (chamemos assim) a mãe do Distrito Federal, porque tem uma atração muito grande, porque é agradável tomar uma cervejinha na rua do Lazer e porque, principalmente, tem esses casarões antiquíssimos que dá recordação daquilo que não vivi.

    Se amanhã não tiver mais esses casarões, acho que vamos perder a graça de visitar Pirenópolis. Por causa da natureza tem muitos outros lugares, inclusive o salto em Formosa, que é belo e de excelente estrutura.

    Por isso você está muito correto com essas postagens de alerta. Nós, que somos agentes de turismos, sabemos bem o que querem nossos clientes. Não estão lá para ver uma “cidade-cenário”, como você chama, mas para conhecer uma cidade original e intacta.

    Seu ponto de vista está bem correto e eu acredito que vá surtir algum efeito em breve.

    Meus parabéns e continue firme.

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