O nome é
horroroso. O lugar também não é lá dos mais belos, principalmente
porque as imensas estruturas de concreto estão inacabadas, com
vergalhões enferrujados à mostra. Toda vez que entro no Campo das
Cavalhadas e vejo o mastodôntico Cavalhódromo dá vontade de sair
correndo e não voltar mais.
Dá
saudades da minha infância, quando os camarotes de madeira se
espalhavam pelo campo e um poeirão vermelho fazia todo mundo tossir.
Naquela época, os mascarados podiam circular livremente a cavalo
entre os camarotes e o campo, que era limitado apenas por uma corda,
e alguns davam salvas de tiro de festim para alegrar ou assustar.
Os
camarotes eram baixos, e a gente podia facilmente comprar algodão
doce, pipoca ou churrasquinho diretamente do vendedor lá embaixo.
Bom também para os amigos que passavam distraídos, viam nosso
camarote e subiam para um bate-papo ou para degustar as guloseimas
exageradas que levávamos.
Época
boa aquela!
Embora
saiba que a quantidade de pessoas ali aglomeradas pede maior
infraestrutura, acredito que faltou um estudo prévio de impacto da
obra atual. Há todo um contexto por detrás da Festa do Divino e
isso não foi observado.
Ao
assistir as Cavalhadas de 2010, constatei que o Cavalhódromo já
ficou pequeno por conta tanta gente no campo. Não há mais espaço
para turistas e pirenopolinos. Vi estupefato as arquibancadas
abarrotadas de gente, no extremo da segurança, enquanto uma fila de
ansiosos transeuntes aguardavam na entrada. E o que é pior, não há
mais como expandir.
Comecei
esta matéria propositalmente com respingos de saudosismos e terminei
na ineficiência da obra. Fiz isso para mostrar como governos não
planejam sua ações com a visão no futuro, e tudo é imediatista
quando se fala em obras públicas. Se houvesse mais participação
popular, uma entrevista com quem entende da festa e a pensa com olhos
no amanhã, poderia ter sido melhor aproveitado o espeço.
Adriano
César Curado
* * *
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