quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Grandes eventos no Centro Histórico


Pediram-me a opinião, de cunho pessoal, sobre a realização do Carnaval na Rua Direita em Pirenópolis. Então vou me expressar pessoalmente, sem qualquer vinculação com a Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música (APLAM), da qual sou o Presidente. Eu sou CONTRA qualquer evento de grande porte no Centro Histórico de Pirenópolis, Goiás. E digo isso porque a cidade tem logradouros públicos estreitos e seus casarões seculares, feitos de adobe e pau-a-pique, sofrem constantes abalos com as vibrações sonoras.
   
Não vou discutir a decisão judicial que proibiu o Carnaval deste ano na referida rua e que foi revogada pelo Tribunal de Justiça, pois não faço parte do processo. Nem vou negar que gosto da folia do Carnaval e que a prestigio sempre que posso. Isso é público e notório. Quero apenas externar meu palpite sobre a inviabilidade estrutural da realização de grandes acontecimentos num local com tantos idosos e numa área que é tombada como Patrimônio Histórico.


Devemos considerar, igualmente, que nossas ruas não permitem a fuga em massa de pessoas em caso de emergências, como brigas e incêndios, por exemplo.

Proponho um amplo debate público para que seja definido, com bastante antecedência, local de realização definitiva de eventos grandes (Carnaval, festivais, feiras literárias e gastronômicas etc.), porque eles não podem prosseguir realizados de forma improvisada, considerando a crescente quantidade de turistas que para cá se dirigem.

 Parece que haverá um bom centro de convenções em Pirenópolis no futuro e esse local pode ser uma opção. Não sei onde será.


Nossa Pirenópolis é uma cidade turística, é verdade, mas também é um local de repouso e tranquilidade. Ao se planejar uma festa em seu interior devemos pensar na segurança e no conforto dos que para cá vêm, mas também lembrar dos nativos que a habitam desde tempos imemoráveis. Cito o exemplo de minha avó Maria que, já idosa, tinha que conviver com campeonatos de som automotivo na Praça Central, há certo tempo, e que um dia, ao reclamar com a polícia, ouviu a resposta seguinte: “O jovem também tem direito de se divertir”.

    A solução para conflitos de tal monta é sempre o diálogo. Tenho absoluta certeza de que os equívocos de hoje farão nossa sociedade melhorar em grande escala. Amanhã teremos um mundo mais harmonioso.

Adriano Curado


Um comentário:

  1. Adriano, perdoe a minha pergunta, mas no caso da ação judicial não está ocorrendo uma inversão de valores? Afinal, é a vontade de duas pessoas se sobrepondo sobre uma coletividade. Isso está certo?

    ResponderExcluir

Minhas leitoras e meus leitores, ao comentarem as postagens, por favor assinem. Isso é importante para mim. Se não tiver conta no Google, selecione Nome/URL (que está acima de Anônimo), escreva seu nome e clique em "continuar".

Todas as postagens passarão por minha avaliação, antes de serem publicadas.

Obrigado pela visita a este blog e volte sempre.

Adriano Curado