domingo, 22 de dezembro de 2013

Ave-maria


Cai a tarde tristonha e serena, 
em macio e suave langor
Despertando no meu coração 
a saudade do primeiro amor!
Um gemido se esvai lá no espaço, 
nesta hora de lenta agonia
Quando o sino saudoso murmura 
badaladas da ave-maria.
Sino que tange com mágoa dorida, 
recordando sonhos da aurora da vida
Dai-me ao coração paz e harmonia, 
na prece da ave maria.
No alto do campanário 
uma cruz simboliza o passado
De um amor que já morreu, 
deixando um coração amargurado
Lá no infinito azulado 
uma estrela formosa irradia
A mensagem do meu passado 
quando o sino tange ave maria.

Letra da ave-maria de Erothides Campos.

sábado, 21 de dezembro de 2013

O cerrado de Pirenópolis










Fotografias do amigo Cristiano Costa.

Fotografia









Personalidades



O que diferencia a página Personalidades daquela dedicada às Biografias é a quantidade de dados coletados, nunca a importância do homenageado. Desta forma, alguém que hoje está classificado como Personalidade, amanhã poderá figurar entre os Biografados.

A finalidade desta página é apenas a de divulgar personalidades que tenham se destacado em nossa cidade. Não há a intenção de denegrir a imagem de ninguém.

As pesquisas são contínuas, e à medida que novas biografias ficarem prontas, serão gradativamente publicadas neste espaço. Quem desejar ver a história de vida de alguém publicada aqui, entre em contato conosco.

As personalidades do momento são:







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Famílias Pirenopolinas



O título Famílias Pirenopolinas não guarda relação com a obra monumental de Jarbas Jayme, embora seja ela fonte incessante de pesquisa. A intenção aqui é a de compor ensaios despretensiosos sobre as famílias que povoaram Pirenópolis e que posteriormente se espalharam por este imenso Brasil.

Ajude-nos a divulgar a história de sua família, envie-nos nomes, datas, fotos etc. Toda contribuição é bem-vinda.

No momento, as famílias pesquisadas são:




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Ensaios



Nesta página estão publicados ensaios escritos com a finalidade da reflexão sobre o patrimônio histórico de Pirenópolis. São textos breves, como convém ao estilo literário, onde são expostas ideias, críticas, busca de soluções e até uma certa aflição por alguma perda irreparável.

Esta página é a que gera mais polêmica no site. A reação adversa vem de pessoas que se sentem incomodadas com a análise de intervenções mal feitas no patrimônio histórico ou mesmo de arquitetos que não admitem críticas afetas à sua área de atuação. Mas ainda assim a página persiste, pois no dia em que não se tiver mais coragem de enfrentamentos, este site sairá do ar.

Os temas abordados são:




















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Biografias



As biografias aqui publicadas são de personalidades da Cidade de Pirenópolis. Os dados geralmente são coletados em pesquisa nos registros públicos, entrevistas com familiares, bibliografia especializada.

A finalidade desta página é apenas a de divulgar personalidades que tenham se destacado em nossa cidade. Não há a intenção de denegrir a imagem de ninguém.

As pesquisas são contínuas, e à medida que novas biografias ficarem prontas, serão gradativamente publicadas neste espaço. Quem desejar ver a história de vida de alguém publicada aqui, entre em contato conosco.

Os biografados do momento são:
























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Apresentação


Seja bem-vindo ao site Cidade de Pirenópolis, um espaço dedicado ao pirenopolino (nativo ou por afinidade) e àqueles que desejam conhecer um pouco mais sobre nossa história. O conteúdo aqui é a publicação de levantamentos de fatos históricos, de fotografias, de notícias do cotidiano, de poemas, de textos reflexivos etc.

Quem desejar informações voltadas ao turista, recomendamos que acesse o excelente site www.pirenopolis.tur.br, onde há publicações que visam esse público.

Uma cidade que nasceu dos garimpos do ouro na primeira metade do século dezoito tem muito o que contar. Infelizmente, o tempo é cruel com a história, e sua borracha de esquecimento apaga da memória fatos importantes. Para buscar resgatar um naco desses acontecimentos históricos, este site não cessa de escarafunchar aquilo que quer ser esquecido. Essa insistência já rendeu bons frutos, principalmente na página das biografias. É que os pirenopolinos nos procuram desejosos de verem seus entes queridos retratados por aqui.

A você, caro visitante, eu desejo uma boa estadia neste espaço. Volte sempre e conte sobre nós por aí.

Adriano Curado


Considerações


Meus estimados leitores, o ano de 2013 foi um sucesso para este nosso pequeno espaço na intenet. Apesar dos textos simples, das fotografias sem valor artístico, das notícias breves, conseguimos chegar a uma média de duzentos acessos diários. Foi um feito considerável.

Nossa página começou a se especializar em cultura e hoje é um cantinho bem pirenopolino. Não visa divulgar informações turísticas, pois para isso há sites especializados. Nem pretende auferir lucros, embora muitos livros tenham sido vendidos através dele.

Para o ano de 2014, no entanto, passará o blog por algumas modificações. Não se preocupe o leitor, pois as publicações seguirão na mesma linha.

Peço desde já desculpas por alguns transtornos que porventura possam ocorrer, no decorrer das modificações.

No mais, Feliz Natal e um maravilhoso 2014 para todos.

Adriano Curado

Celebração do Natal


Panorâmica da Cidade de Corumbá de Goiás


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Tão bela e tão frágil


Tão bela e tão frágil,
Uma história longa,
Dolorida,
Desde o primeiro servo
Que arrastou a 
pedra do alicerce
Até o artista que 
pincelou com a alma, 
Inebriado,
As pinturas que
Retratam o paraíso.

Quantos casamentos,
Velórios, batizados,
Missas, cerimônias solenes,
Já ocorreram na Matriz!
Momentos felizes e tristes,
Fases da vida desta antiga
Gente dos Pireneus.

Tão bela e tão frágil...
É assim a Matriz de Pirenópolis.

Adriano Curado

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Matriz de Corumbá


E dos nossos estimados vizinhos, moradores de Corumbá de Goiás, veio esta fotografia da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha de França.

Réveillon Em Família de Pirenópolis


 O réveillon em Pirenópolis neste ano vai ser voltado para a família, com o intuito de manter a ordem na cidade e o ambiente sadio, algumas medidas foram tomadas visando a segurança e tranquilidade na antiga Meia Ponte. 

Na virada do ano como de costume haverá shows Pirotécnicos que ocorrerão em pontos diversos da cidade. 

O transito sofrerá algumas mudanças, haverão ruas fechadas e em alguns pontos o fluxo de veículos seguirá em sentido único. Para ajudar na organização 17 agentes transito foram contratados para ficar em pontos estratégicos. O centro histórico vai estar parcialmente fechado no dia 31 de dezembro a partir das 12 horas. Voltando a ser liberado na manhã do dia 01 de janeiro. Em anexo mapa com as alterações do trânsitos. Haverão placas de sinalização nos locais onde haverá mudança. 

Para manter a higiene da cidade serão colocados 22 banheiros químicos em pontos estratégicos as localizações também estão marcadas no mapa. Para manter a segurança haverá um reforço da Policia Militar. 

Algumas normativas foram tomadas para manter a ordem e a tranquilidade que nossa cidade necessita. 

Normativas 

*Proibição total de som automotivo na cidade. 
*Proibição de vendedores ambulantes. 
*Proibido bebidas em recipiente de vidro (garrafa, copos, taças e outros) nas ruas. 
*Não haverá festa de rua. Em toda cidade e também na Rua do Rosário (Rua do Lazer) haverá jantares fechados nos diversos estabelecimentos as reservas devem ser feitas com antecedência pois as vagas são limitadas. 

Media de preços: Entrada R$ 150 por pessoa, com direito a táboa de frios e champanhe ou R$ 400 a mesa. 

Todas essas medidas foram tomadas para o bem da cidade, dos seus moradores e daqueles que nos visitam. Pirenópolis quer receber bem a todos e mostrar toda sua beleza e o que temos de melhor, nossa charmosa cidade e nossa belezas naturais, buscamos manter um ambiente tranquilo e sossegado riquezas do nosso interior. 

Programação das Igrejas da Cidade para a virada do Ano 

Igreja Católica: Missa na Igreja Matriz às 21h. 
Sacra Fest uma festa com Djs, Lanchonete com comidas e bebidas não alcoólicas. No salão Paroquial. Inicio as 22:30h. Ingressos R$ 20. Informações 62 33311012. 

Igreja Assembleia de Deus: Vigília da Virada das 20h ás 0h. Igreja 

Fonte da Vida: Encerramento da Campanha Projetando 2014 o Ano da dupla honra. 
Culto às 22 h. 
Jantar às 0h.

Fonte site Prefeitura Municipal de Pirenópolis

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O presépio de Seu Ico



Grandioso em proporções era o presépio de Seu Ico, uma figura tradicional em Pirenópolis, um homem que muito contribuiu para que a cultura local sobrevivesse. Em sua homenagem, este site posta um vídeo onde ele fala de seu presépio famoso.

Isso é que é tarde!


Ao lado da escritora e artista plástica Ita Pereira Lopes, pude saber mais sobre essa extraordinária pirenopolina. Quando se casou foi morar na Fazenda Babilônia onde foi professora, fazendeira, parteira e até casamenteira. Ela disse que um dia fez a benção para a união de uma cozinheira com um vaqueiro da fazenda. Hoje, vivendo na cidade de Pirenópolis, na casa em que nasceu, continua escrevendo, principalmente poesias, e tem a esperança de lançar mais um livro. A Fazenda Babilônia continua na família, já que hoje pertence à sua filha Telma Lopes Machado. Esta foto foi feita por sua diarista, a simpática e atenciosa Maria. 

Cidinha Coutinho.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Mercadante é o ministro do Entorno


Vem de muito longe as relações do paulista e ministro da educação Aloizio Mercadante, com a Região Metropolitana de Brasília. Ele costuma passar finais de semana em uma chácara na cidade de Formosa, de propriedade de Maria José Weiss, fundadora ao lado de Lula, do Partido dos Trabalhadores. Zezé Weiss como é conhecida, já foi diretora do Banco Mundial e agora curte a sua merecida aposentadoria em sua terra natal. Ela não mede esforços para ajudar a sua cidade, por meio de seus contatos no Palácio do Planalto e na Esplanada dos Ministérios. São inúmeras as vezes que Aloizio Mercadante visitou a cidade de Formosa, oficial e extraoficialmente. O seu carinho com a cidade estendeu-se de forma especial aos 22 municípios do Entorno de Brasília. Recentemente, o senador da República Gim Argello (PTB-DF) esteve acompanhado dos 22 prefeitos do Entorno, numa audiência com o ministro da Educação. Apesar de se notabilizar como o parlamentar que mais trabalha por Brasília, ele ajuda de forma efetiva o estado de Goiás, principalmente sua Região Metropolitana. O senador foi entrevistado pelo Diário da Manhã e afirmou: “O Aloizio Mercadante é um grande amigo de todos nós brasileiros. Certamente a Região Metropolitana de Brasília, que precisa de ajuda na educação, não poderia ficar de fora. Falei com o ministro e ele nos atendeu de pronto. Mercadante fará o que for possível para construir escolas e melhorar muito a educação nos municípios que circundam a capital brasileira. Estou junto com ele nessa”, disse.

Pirenópolis, a terra da Cavalhada, foi representada na audiência pelo prefeito Nivaldo Melo, que presenteou Mercadante com o símbolo da Festa do Divino, que é animada na cidade pelas famosas cavalhadas. Ele conversou com a reportagem e disse o seguinte: “Parabenizo e agradeço em nome de Pirenópolis, o apoio do senador Gim Argello, que marcou nossa audiência com o ministro da educação. Gim é de fato, o quarto senador de Goiás. Aproveitei a oportunidade para trazer uma pequena lembrança de Pirenópolis para o ministro Mercadante. A nossa cidade, foi tombada como patrimônio imaterial de todos os brasileiros. Lá se realiza a Festa do Divino, tendo como um de seus pontos mais festejados, a cavalhada. Trata-se de uma festa religiosa que envolve o homem do campo e da cidade. O evento ocorre no final de maio e inicio do mês de junho. Como todos os prefeitos que aqui estiveram, na audiência com o ministro Mercadante, estamos na busca de recursos para melhorar a educação na Região do Entorno. O ministro já está nos ajudando e a partir de agora, acredito que a máxima: Somente a educação muda os destinos de um povo, será uma realidade na região mais sofrida do Estado de Goiás”, arrematou.

Entusiasmado também com o Mercadante, estava o prefeito de Água Fria, João de Deus: “Meu município recebeu 8 ônibus do Ministério da Educação, inclusive, alguns contam com acessibilidade para deficientes. Aproveito a oportunidade, para agradecer ao ministro e convidá-lo para passar um final de semana em nosso município. Estou com ciúmes, pois quando Mercadante não viaja aos finais de semana para São Paulo, seu destino é uma chácara em Formosa”, brincou João de Deus.

O prefeito de Águas Lindas, o ex-deputado Hildo do Candango (PTB), fez questão de fazer uma referência ao seu vice-prefeito, o famoso radialista da Radiobrás, Luiz Alberto: “Estou honrado em participar dessa reunião no ministério da Educação, ao lado de meu vice-prefeito Luiz Alberto. Além de ser um dos maiores comunicadores do Brasil, ele é um grande irmão e tem feito um trabalho relevante ao meu lado e a favor do povo de Águas Lindas. Ele tem me substituído em vários eventos, ajudando a buscar recursos junto ao governo do estado de Goiás. Vale lembrar que, pelo fato de ser conhecido nacionalmente, ele tem um grande trânsito no governo federal, o que beneficia a nossa cidade. Como presidente da Associação de Municípios Adjacentes à Brasília – AMAB, ajudei o senador Gim Argello a convocar os prefeitos de nossa região para o encontro com o ministro Mercadante, que foi muito produtivo. O ministro tem sido muito simpático com os municípios que cercam Brasília. Hoje por exemplo, ele trouxe toda sua equipe técnica para explanar as situações que envolvem os problemas na educação de nossas cidades”, concluiu.


Texto do jornalista Walter Brito publicado no Diário da Manhã de 16.12.13, p. 6.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O Tropeiro




A verdadeira riqueza de uma pessoa está além dos bens que acumula, e a sabedoria creio ser a maior de todas as fortunas. Passar por uma longa vida e registrar na memória cada instante do tempo, isso sim é ser rico.

Aos noventa anos de idade, vó Maria é minha fonte inesgotável de pesquisa. E como sabe das coisas, minha avó! Eu a admiro a cada dia que passa. Observo-a no comando das atividades do dia, no conselho que dá às pessoas, no cuidado com que administra seus bens. Está viúva há trinta anos, mas ainda fala de vovô com apaixonadas palavras. É lindo isso.

Nossas conversas duram horas a fio. Ela não se cansa de relembrar o passado, e me surpreende sempre com fatos que nunca ouvi falar. Não repete histórias, tem a memória melhor que a minha. Às vezes eu a testo, peço para contar algo que já falou, e ela responde: “Você acha que já estou caducando!”

Ultimamente resolvi filmar nossos bate-papos. Sentamos lá na sala da casa dela e eu embarco numa nave do tempo fabulosa, com detalhes de cores, cheiros e sabores. É uma viagem inesquecível. Torço para que o tempo não passe, para que ninguém não nos interrompa. É muito gratificante esse momento com vovó.

Em uma das conversas, ela me contou com detalhes sobre os tropeiros. Fiquei tão entusiasmado com a narrativa dela que escrevi um livro: O Tropeiro. Para quem não sabe, tropeiro era um negociante, dono de uma tropa de mulas de carga.

Contou-me ela que passavam na loja de seu pai (Josafá de Siqueira), perto do Corgo Lava-pés, tropas compostas de lotes de até centenas de mulas usadas para transportar mercadorias de lugares distantes para o comércio local. Iam negociar com comerciantes grandes como o coronel Luiz Augusto Curado ou o coronel Chico de Sá etc. Não havia estradas, nem pontes, e muitos pousos se davam ao relento, sem sequer um rancho de palha como abrigo. A carga seguia acondicionada dentro de uns caixotes de couro cru chamados bruacas. Em cada mula, duas bruacas, uma de cada lado, equilibradas numa cela em formato de X chamada cangalha.

Disse-me que eles faziam também as vezes do correio, pois levavam notícias e recados pelos lugares por onde passavam. E enfrentavam rios cheios, ataques de bandidos, de feras, de doenças misteriosas. No misticismo lá deles, traziam junto ao peito para proteção um patuá (pequenina bolsa de pano costurado com uma oração dentro), dependurado num cordão.

Já pensou na riqueza cultural de uma conversa dessas?! Senti-me como que transportado para o início do século vinte, num tempo em que não havia conforto nem facilidades modernas, mas, ainda assim, se vivia bem.


Adriano Curado

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Exposição de trabalho em cerâmica


O casarão de Mauro de Pina fará parte de "CENAS DE DUAS CIDADES", uma exposição de CIDINHA COUTINHO E NORMA CAIADO, que mostrarão seu precioso trabalho em cerâmica. 

Será dia 18 de janeiro de 2014 em Pirenópolis, em local ainda a ser definido. Agende-se.

O Tempo e a Sociedade



O transcorrer do tempo é algo fascinante e assustador. Quando vivemos em uma cidade muito antiga, como Pirenópolis, é possível notar mais claramente as mudanças temporais.

Imagine como era diferente o modo de vida dos meiapontenses quando por aqui os garimpeiros ainda extraíam ouro. Pense que grupos de milhares de escravos perambulavam seminus pelas ruas, o barulho dos chicotes no ar, a gritaria dos feitores; chiavam as rodas dos carros de bois que transportavam aroeiras para a construção dos casarões; o leito e o barranco do rio eram revirados cada vez mais fundo à procura do metal dourado. Os cativos tinham que laborar nas minas de sol a sol, construir os casarões, os templos, os muros.


Descansavam no domingo da labuta dos brancos, quando alguns tinham permissão para cuidar da própria vida, como plantar a própria roça; outros eram autorizados a trabalhar na edificação da Igreja dos Pretos, a vender quinquilharias nas ruas de Meia Ponte etc. Mas a grande maioria ficava mesmo trancafiada nas senzalas escuras e pouco arejadas, acorrentados a troncos ou vigiados permanentemente.


Ainda na época da mineração, poucas eram as mulheres brancas, e então os homens se relacionavam com índias, mulatas e negras, o que criou a miscigenação de nossa população. Casar na Igreja não era um hábito muito difundido entre a população mineradora, vivia-se em concubinato naturalmente naqueles distantes tempos do século dezoito.


O declínio do ouro coincidiu com o grande marasmo do século dezenove, quando o movimento nas rotas comerciais diminuiu e a cidade ficou isolada. O meiapontense aprendeu a viver numa sociedade voltada para si mesma, cercada pelos paredões de morros, com raras notícias do litoral. Poucos escravos restaram no lugarejo, a maioria na labuta doméstica.



Cada ente dessa já reduzida população negra acabou por se tornar um membro da própria casa. A ama de leite é exemplo disso. Nascia uma criança branca e a mãe não tinha leite. Então mandavam buscar a escrava lactante e ela alimentava o filho do seu senhor. Neste momento, como aconteceu em muitas casas, criava-se um vínculo afetivo muito forte entre as partes, e não é raro o caso em nossa cidade de pessoas que cresceram com duas mães – a biológica e a de leite. Há relatos em outras regiões brasileiras de amas alugadas ou que eram obrigadas a renegar a própria cria, mas não encontrei isso por aqui.


Abolida a escravatura no Brasil, caiu o Império e veio a República. Os negros desapareceram misteriosamente da agora sociedade pirenopolina. O marasmo continuou em Goiás. Poucas estradas, péssimas condições de infraestrutura, politicagem de apadrinhamentos, e tudo isso contribuía para o atraso da região.

Na contramão da decadência geral da província de Goiás, Pirenópolis vivia uma efervescência cultural muito forte. Aqui havia constantemente peças teatrais, conjuntos musicais, bandas de música, cavalhadas, escritores e pintores ativos, bibliotecas, matadouro público, estalagens bem aparelhadas etc.


A sociedade ainda era fechada, patriarcal, preconceituosa. Mas isso mudaria radicalmente na segunda metade do século vinte, com a convivência cada vez maior entre nativos e turistas. E foi esse turismo que alterou os rumos de Pirenópolis, supervalorizou seus imóveis, fez tombar tabus, cindiu mortalmente o modelo de sociedade fechada e bairrista. Enfim, nasceu um outro pirenopolino.




O futuro de Pirenópolis já começa a ser rascunhado no grande livro do tempo. Preocupações ecológicas, ações efetivas de preservação patrimonial, o reconhecimento do valor dos bens culturais imateriais e o engajamento da juventude na vivência do folclore são alguns exemplos de esperança no futuro.

Adriano Curado


Fonte:
Anuário Histórico, Geographico e Descriptivo do Estado de Goyaz, de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo (org.). Brasília, SPHAN, 1987
CURADO, Glória Grace. Pirenópolis: uma cidade para o turismo. Goiânia: Oriente. 1980.
GIACOMINI, Sônia Maria. Mulher e escrava – Uma introdução histórica ao estuda da mulher negra no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1988.
GOMES, Modesto. Estudos de História de Goiás. Goiânia: Gráfica do Livro Goiano. 1974.
JAYME, Irnaldo. Furacão Histórico. Anápolis: Editora Cristã Evangélica. 1970.
JAYME, Jarbas. Esboço Histórico de Pirenópolis. Goiânia: Imprensa da Universidade Federal de Goiás, 1971.
MOURA Clóvis. Dicionário da escravidão negra no Brasil. São Paulo: Edusp, 2004.


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Pinga Caiçara


Pinga Caiçara, que durante décadas foi produzida pelo meu saudoso avô Geraldo do Espírito Santo Lopes na sua fazenda de mesmo nome. Essa Aguardente era famosa em Pirenópolis e em outras cidades. Existem hoje poucos exemplares guardados, esse foi doado a minha mãe pelo meu primo Ricardo Lopes. Olhem a simplicidade do rótulo.

Daniel Mendonça

Fotografia premiada.


Fotografia de Eraldo Peres, que foi eleita pelo site da revista Time como uma das imagens mais surpreendentes de 2013. Na foto, um grupo de mascarados anda pelas ruas de Pirenópolis durante as Cavalhadas. A seleção, que inclui fotos de todo o mundo, foi feita por Phil Bicker, editor chefe de fotografia da Time. Para ele, as imagens que fazem parte da galeria são maravilhosamente inesperadas e incomuns. Pirenópolis está sempre surpreendendo.

Essas informações são da Prefeitura Municipal de Pirenópolis.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Sugestão de trânsito


Está aqui uma pequena sugestão para o trânsito na parte central de Pirenópolis: Rua Direita - sentido único da entrada para rodoviária até a Igreja Matriz podendo assim estacionar dos dois lados. Rua Nova sentido único da Pça. da Matriz até o final da Rua Santa Cruz, podendo estacionar dos dois lados até o início da Rua Santa Cruz daí em diante somente de um lado. Rua Sebastião Brandão descendo da Av. Sizenando Jaime até e Rua Nova podendo estacionar apenas de um lado.

Pirenopolino apaixonado como sou e preocupado com nossa cidade que está crescendo muito e o trânsito cada vez mais complicado devido o número de carros, motos, bicicletas e porque não dizer caminhões, ônibus, vans etc. fica aqui a sugestão para as autoridades competentes avaliar.

Texto de Luiz Antônio Godinho