domingo, 29 de setembro de 2013

Gastronomia - vestibular


sábado, 28 de setembro de 2013

Seu Galeno


Seu Galeno, que faleceu hoje, deixou muitos amigos em Pirenópolis. Natural de Silvânia, mudou-se para nossa terra há tempo e aqui criou a família com simplicidade e honestidade. Tinha um pequeno comércio no início da Vila Matutina. Eu gostava de conversar com ele. Seu Galeno é exemplo de bom comportamento para o mundo de hoje, tão individualista.


Adriano Curado

Café da manhã cultural

À esquerda, Célia de Pina. À direita, no primeiro plano, Natália de Siqueira,
depois Mika de Pina e Ita Pereira

Neste café da manhã, reuniram-se grandes personalidades das artes pirenopolinas. Pessoas simples mas dedicadas à cultura. 

Ita Pereira, no alto dos seus noventa anos, é membro da Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música, grande musicista, pintora de mão-cheia, a memória viva de Pirenópolis. Ela é remanescente da primeira formação da Turma da Babilônia, formada, entre outros, pelos irmãos Duque, Nico e Fiico. 


Natália de Siqueira, octogenária, cantora do Coral Senhora do Rosário, mantém sempre acesa a chama cultural das apresentações artísticas voltadas para o teatro. É dela a responsabilidade de apresentar o teatro de revista As Pastorinhas, após o fim das atividades do casal Ita e Alaor. Natália também é cultura viva e é membro da Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música

Célia de Pina herdou da mãe, Maria Eunice Pereira Pina, a responsabilidade fenomenal de manter aberto e ativo e Museu das Cavalhadas. E tal qual fazia Maria Eunice, o museu só existe porque Célia se priva de muitos sonhos pessoais. Faz isso para que a cidade tenha um referencial cultural e para que as novas gerações conheçam a história viva de que são parte.

Célia de Pina, grande defensora da arte pirenopolina
Essas três mulheres fabulosas estão reunidas com a amiga Mika de Pina num café da manhã em Pirenópolis, onde certamente não faltou assuntos culturais e artísticos sobre a velha Meia Ponte.

Este site presta uma homenagem às mulheres pirenopolinas, através delas.

Adriano Curado




sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Lembranças de um casarão


Casa que pertencia à minha família, em Pirenópolis, onde fui criada. Bons tempos que não voltam mais... Ela foi modificada, mas no meu tempo possuía sete quartos grandes, um salão de festas onde o sr. Wilson Pompeu de Pina ensaiava as Pastorinhas, uma sala grande, uma copa, um outro quarto que era uma antiga agência e que funcionava com sala de pintura da minha avó, fora outras repartições entre elas, três quintais. MARAVILHOSA!

Esta casa foi construída por um padre que nela residiu enquanto a Igreja da Matriz era construída. Depois, o padre a vendeu para minha bisavó Querubina D'Austria Fleury, mãe do meu avô José Maurilio Fleury, que ao se casar com minha avó Natércia Pina de Siqueira, comprou e reformou a velha casa grande, onde todos nós nascemos e fomos criados.

Ah! me esqueci do porão que ainda tinha as argolas onde se prendiam os escravos.

Texto da pirenopolina Dalka Maria Pinheiro.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Canto da Primavera 2013 tem nova data

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult Goiás), informa que a 14ª edição do Canto da Primavera será realizada entre os dias 6 e 10 de novembro. O adiamento atende recomendação da Procuradoria Geral do Estado (PGE).

Segundo a PGE, é necessária a realização de novo processo licitatório para contratação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), entidade que produz o festival. A nova data foi definida em acordo entre a Secult Goiás e a Prefeitura de Pirenópolis, em reunião realizada na manhã desta terça-feira, 17.

Em breve, será divulgada a confirmação das apresentações dos artistas nacionais já anunciados. Os artistas goianos selecionados por curadoria continuam na programação do festival. Na programação completa, constarão ainda cursos, oficinas e palestras.

Fonte site SECULT

sábado, 14 de setembro de 2013

Fazenda Vagafogo


Fim de semana inesquecivelmente especial. Pegue a família, os amigos e venha passar o dia em contato total com a natureza. Caminhe nas trilhas onde você se sentira integralmente parte da natureza, realize incríveis aventuras na tirolesa, rapel, arvorismo , pendulo e delicie-se com o variadíssimo brunch.

Fonte site Vagafogo 

Babilônia, uma boa opção


Que tal esse fim de semana realizar um passeio inesquecível?

Pegue a família, os amigos e venha para Fazenda Babilônia fazer uma viajem no tempo.

Desfrute de toda paz natural do campo encantando-se com cada detalhe onde tudo é história e delicie-se com o variadíssimo café sertanejo que é composto com mais de 40 itens da culinária de um Goiás rural e antigo.

Fonte site Fazenda Babilônia

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

A Turma dos Onze

A Turma dos Onze reunida em Pirenópolis, no Cine Pireneus, em 1979,
para comemorar o ingresso do confrade Joaquim Henrique de Sá
como desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás.
Ao fundo, da esquerda para direita: Sebastião Brandão,
Mirko Forsani, Otto Trieres, Diquinho Gomes
(com o rosto parcialmente encoberto),
Inácio A.Godinho e Jerônimo A. Godinho.
À frente: (e) Percival A. Afonso, Mirinho Godinho, Joaquim Henrique de Sá,
com a filha Débora, Altamir Mendonça,
José A. Godinho e Pompeu de Pina.
Cine Pireneus, Pirenópolis - 1980

"Pirenópolis, além da sua história tão bem escrita e que se aproxima da casa de três séculos, é partícipe deste farto elenco historiográfico, a fundação da Turma dos Onze que ganhou vida na década de 1950 e que em 2013, continua existindo mais forte do que nunca.  Integra o grupo pessoas que contribuíram e ainda contribuem para a história política, jurídica, cultural, esportiva e empresarial do município e do Estado.

"Soube da existência da Turma dos Onze, ao escrever a biografia do pirenopolino Altamir Mendonça, ex-prefeito do município, ex-deputado Estadual, guerreiro preservador da história cultural de Meia-Ponte e muito mais. Agora, novamente, tive o prazer de reencontrar e saber um pouco mais dessa história, ao escrever, também, a biografia do igualmente, pirenopolino, ex-presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, que era cracaço de bola, ex-jogador da seleção Goiana Universitária, do Goiás Esporte Clube e que recusou a possibilidade de jogar no Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, para atuar com desenvoltura nas quatro linhas da magistratura goiana.

"Entre os fundadores da Turma dos Onze, agremiação regida por um rito especial para os iniciados, como saber tocar um instrumento musical, ser bom jogador de futebol, ter um codinome (o do Altamir Mendonça é Bento, porquanto, de Joaquim Henrique de Sá é Quincas) e outras “virtudes” que de acordo com o seu “estatuto” eram soberanamente imprescindíveis para associar-se.

"Além dos integrantes titulares da Turma dos Onze, seu estatuto prevê a condição de membro-suplente para ocupar “a cadeira de titular”, ante o passamento terrestre de um deles.

"Dos fundadores da entidade, estão vivos: Joaquim Henrique de Sá, Altamir Mendonça, Albano Aquino, Inácio Pina, Inácio Abadia, Otto Trieres, José Araújo Godinho, Waldomiro Araújo, Marcos Siqueira, Carlos Hercílio de Campos Curado, Percival Afonso, Pompeu de Pina e Mirko Forsani. Faleceram: Benedito Josafá Gomes, Sebastião Brandão, Emílio de Carvalho e Inácio Araújo Godinho."

Texto do historiador Ubirajara Galli publicado no jornal Diário da Manhã, Caderno Revista, p. 6, dia 8.9.13.


Da esquerda para direita: Joaquim Henrique de Sá,
Mirinho e Altamir Mendonça,
remanescentes do grupo fundador da
Turma dos Onze, considerados
os craques da bola, da agremiação.
Pirenópolis, maio de 2013.
Foto Ubirajara Galli

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Canto da Primavera (prévia da programação)

O Canto da Primavera 2013 já tem programação definida. A Secretaria de Estado da Cultura (SECULT Goiás), divulgou, no dia 09/09 a programação da 14ª edição do Canto da Primavera, que acontece entre os dias 25 e 29 de setembro. Cinco atrações nacionais e uma internacional estarão, neste ano, em Pirenópolis. Trinta artistas goianos, escolhidos através de curadoria independente, também se apresentarão.

O show de abertura do Canto da Primavera 2013, no dia 25/09, fica por conta Virgínia Rodrigues, cantora descoberta por Caetano Veloso durante ensaio do Bando de Teatro Olodum, em 1997. No dia 26, quem se apresenta é o violonista Gilvan de Oliveira. O cantor, compositor, professor, arranjador e diretor musical possui formação clássica e é reconhecido por manter carreira no exterior. Na sexta-feira, 27, os destaques do festival serão o rapper Emicida e a atração internacional The Legendary Tigerman. Repórter e produtor musical brasileiro, Emicida é hoje considerado uma das maiores revelações do hip hop. Já The Legendary Tigerman é o nome artístico de Paulo Furtado, músico português que mantém como peculiaridade o estilo de homem-orquestra (one man band). Ele consagrou carreira tocando guitarra e bateria sozinho em palco. No sábado, 28, a grande atração do Canto 2013 é a cantora e compositora carioca Fernanda Abreu.

O show de encerramento, o mais aguardado pelo público, será de Gilberto Gil, no dia 29/09. Ex-ministro da Cultura do Brasil, Gilberto Gil é conhecido por sua inovação musical e por ser ganhador de prêmios Grammys, Grammy Latino e por ter sido reconhecido pelo UNESCO como “artista pela paz”, em 1999. 

O Canto da Primavera é um tradicional festival de música de Pirenópolis que conta com oficinas, palestras, debates e, obviamente, muita música. O festival fomenta a economia da região e é um dos principais eventos do rico e vasto calendário cultural de Pirenópolis.

Fonte site Secretaria de Estado da Cultura

Interior da Fazenda Babilônia de Pau a pique


Técnica construtiva antiga que consistia no entrelaçamento de madeiras verticais fixadas no solo, com vigas horizontais, geralmente de bambu amarradas entre si por cipós, dando origem a um grande painel perfurado que, após ter os vãos preenchidos com barro, areia e estrume de vaca transformava-se em parede. Utilizado no repertório das construções dos séculos XVIII e XIX, período colonial, sobretudo nas paredes internas das edificações.

Fonte site Fazenda Babilônia

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Poema para o Bonfim


Poema para o Bonfim

Lá no alto
daquela colina,
majestoso mas solitário,
está o
velho templo,
pequeno
santuário do
Senhor do Bonfim,
protetor incansável de
Meia Ponte,
de braços abertos
num gesto
de paz e fraternidade.

Seus sinos seculares,
num soluço
de emoção,
dobraram pela
abolição da
escravatura,
o fim do
flagelo humano.

Suas portas já
se abriram para
casamentos,
batizados,
reinados,
juizados,
e ainda
continuam ali,
numa eterna
fraternal acolhida.

E passados já
tantos anos,
a igreja
permanece de pé,
soberana e elegante,
vigilante no
alto do morro,
mas agora de
roupa nova,
expondo à luz
aqueles adornos 
redesenhados com alma,
afrescos escondidos,
e deles ninguém
mais se lembrava.

Muitos e muitos
séculos ainda virão,
todos nós
já teremos partido,
mas o Bonfim,
imutável e eterno,
permanecerá lá.

Amém!

Adriano Curado

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

De volta aos pirenopolinos


A cidade de Pirenópolis reinaugura amanhã a Igreja Nosso Senhor do Bonfim Após anos de revitalização, amanhã, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Goiás (Iphan-GO) entrega à população e turistas de Pirenópolis a restauração arquitetônica e artística da Igreja Nosso Senhor do Bonfim e seus acervos. A inauguração acontece às 18h30, com celebração de novena e missa solene.

A arquiteta e coordenadora técnica da Superintendência do Iphan, Beatriz Otto, contou que a execução dos serviços teve início em 2010, incluindo o altar principal e altares colaterais, arco cruzeiro, medalhão e púlpito de cruz. “A obra foi executada em três etapas. Durante os primeiros procedimentos, técnicos do instituto descobriram diversas pinturas barrocas de extremo requinte escondidas debaixo de camadas de tinta e reboco no forro da capela mor e, ainda, nas paredes do altar principal”. A importância desta descoberta ultrapassa os valores artístico, histórico e cultural e acrescenta novos valores de rememoração à comunidade.

Na segunda etapa, foram feitas drenagem do solo “tanto da água proveniente de enxurradas quanto do lençol freático”, explicou. Esse procedimento de drenagem foi feito para evitar que as paredes da igreja recebessem tanta umidade vinda direto do solo, uma vez que as estruturas são feitas de madeira e barro.

A restauração buscou revelar toda a pintura descoberta e realizar um diagnóstico de seu estado de conservação e preservação para, em seguida, serem executados os procedimentos restaurativos. Com o resgate da pintura parietal foi possível compreender que esta possui integridade perfeita com as pinturas do nicho do altar principal.

Descobriu-se, ainda, uma rachadura acima do arco cruzeiro, iniciando assim a terceira etapa da obra que apreciou a recuperação estrutural geral do edifício, dos pés e esteios, além de iluminação interna e externa. 

Parte técnica

Mais de dez especialistas em restauração trabalharam na recuperação da igreja e o arquiteto Silvio Cavalcante integrou essa equipe como o técnico-fiscal. O arquiteto contou que há três anos, quando as obras começaram, foram retiradas cuidadosamente três camadas de reboco e pintura até chegarem na pintura original.

Minuciosamente foi feita a restauração das duas imagens barrocas que adornam a igreja - uma de Nosso Senhor do Bonfim (Cristo crucificado) e outra de Nosso Senhor dos Passos, ambas em madeira policromada em tamanho natural -, um arcaz (arca com gavetões) do século XVIII, peça de grande beleza e único mobiliário religioso remanescente do período. Estas são peças que compõem originalmente a decoração interna da igreja.

Segundo Silvio, parte da igreja e monumentos tinha uma cor dourada, mas já se encontravam em tons pretejados, que foram todos devolvidos a sua cor original. Além das minuciosas restaurações, um tratamento geral foi feito em todo o prédio, como pisos, troca do telhado e a pintura externa e interna.

Dedicação

A obra de restauração arquitetônica e artística da Igreja Nosso Senhor do Bonfim foi minuciosamente realizada por mãos dedicadas e marca uma significativa conquista no processo de preservação do patrimônio cultural. A obra fora concretizada com vistas à preservação e salvaguarda do bem, garantindo assim condições seguras de utilização por moradores e visitantes.

Segundo o arquiteto, que também é morador da cidade, a obra veio para resgatar valores, lembranças e manter a história de Pirenópolis viva na memória da atualidade. “A igreja vai estar aberta a partir de amanhã, para suas atividades normais, sendo que no período de restauração ficou fechada e só era liberada para visitações em acordo com a empresa, igreja e população”, disse Silvio.

História da Igreja

A Igreja Nosso Senhor do Bonfim está localizada em um ponto privilegiado na paisagem da cidade e forma, com as demais igrejas, um conjunto ímpar da arquitetura religiosa goiana do período colonial.

Segundo a historiografia, a Igreja Nosso Senhor do Bonfim tem 260 anos e foi construída por escravos durante o Brasil Colônia, sendo erguida entre 1750 e 1754, de modo a ter a sua fachada voltada para a Igreja de Nossa Senhora do Rosário (Matriz). Seu benfeitor foi o sargento-mor Antônio José, que adquiriu em Salvador (BA) uma imagem de tamanho natural de Nosso Senhor do Bonfim crucificado e que chegou à Meia Ponte trazida por um comboio de mais de 200 escravos.

A construção se encontra em sua forma original. Em seu interior possui três altares e mesma simetria de distribuição da Igreja Matriz de Pirenópolis, com nave, coro, arco cruzeiro e capela-mor. Encontra-se na parede do lado do evangelho (lado direito) um púlpito de tábuas lisas enfeitado com ornamentos de talha. No altar-mor (principal), a presença de uma porta no nicho principal, que pode ser aberta e fechada sendo possível ver pintado em suas folhas o Cristo Crucificado, com a paisagem de Jerusalém ao fundo.

A Igreja está inserida no conjunto arquitetônico, urbanístico, paisagístico e histórico da vida de Pirenópolis, tombado pelo Iphan através do Processo nº 1181-T-85, com inscrição nº 105 no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico e nº 530 no Livro Histórico, em 10 de janeiro de 1990.

Quanto custou?

Etapa 1: 2010-2011
Valor descentralizado: R$300.000,00

Valor contratado: R$299.999,97

Etapa 2: 2011-2012
Valor descentralizado: R$320.000,00

Valor contratado: R$291.214,62

Etapa 3: 2012-2013
Valor descentralizado: R$320.000,00

Valor contratado: R$311.500,00

Valor Total da Obra (Etapas 1, 2 e 3): R$902.714,59

Matéria publicada no jornal DIÁRIO DA MANHÃ do dia 5.9.2013, no Caderno DM Revista, de autoria do jornalista JOHNY CÂNDIDO

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Homenagem a dono Noêmia


Hoje, dia 04 de setembro, dona Noêmia, minha avó, faria 100 anos. Como eu gostaria de ter feito uma homenagem a ela, a exemplo do que fiz para o meu avô, mas não foi possível. De onde ela estiver, compreenderá. Mas gostaria de reforçar a importância dela em minha vida, dos seus filhos e demais membros da família e amigos. Ela era uma mulher contida e reservada, mas muito dócil e alegre. Firme, correta, educada, trabalhadora e muito religiosa. Foi uma mãe sempre presente e dedicada; foi uma mulher companheira para todas as horas por mais de 50 anos; foi uma dona de casa incansável e foi uma avó carinhosa e querida. Com ela passei todas as férias da minha infância e adolescência, as quais todas foram muito boas. Como hei de esquecer os momentos em sua companhia! Lamento pelo Igor não ter tido a oportunidade de conviver com ela! Saudades!” Ulysses Jayme

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Livro de Ramir Curado


"Capa do meu novo livro, lançado na Tenda dos Cavaleiros durante o jantar oferecido pela família Fleury Curado, ocasião em que foram feitas várias homenagens ao saudoso rei mouro Alfredo Augusto Fleury Brandão, personagem principal desta obra." Ramir Curado

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Canto da Primavera - inscrições


A Secretaria Municipal de Cultura informa a todos os músicos locais que estão abertas as inscrições para os grupos musicais que queiram participar da seleção para GRAVAÇÃO DE MÚSICA no Canto da Primavera 2013.

Todos os músicos locais podem se inscrever do dia 02 a 05 de Setembro, na Secretaria Municipal de Cultura das 8h às 17h.

Trazer dados pessoais e currículo na área musical.
Informações (62) 3331 3763 – cultura@pirenopolis.go.gov.br

domingo, 1 de setembro de 2013

Pirenópolis redescobre tesouro

Durante a restauração da Igreja, foram encontradas pinturas decorativas,
que estavam há tempos ocultas

Ao restaurar a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, o Iphan encontrou, sob a tinta branca do interior do templo, pinturas decorativas há décadas ocultas. Desconhecidas dos historiadores, as obras têm ao menos 200 anos.

Vista geral da Igreja do Bonfim: 
restauração revelou detalhes de outros tempos

Pirenópolis ganhou mais uma atração. Após três anos de restauração, a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim será reaberta às celebrações religiosas e ao turismo em uma semana. Além de toda a estrutura reformada e pintada, a edificação de quase 260 anos, construída por escravos, teve os mais singelos e belos detalhes totalmente recuperados. Entre eles, pinturas decorativas nas paredes laterais do altar-mor e em grande parte do forro de madeira, cobertas ao longo de décadas por massa e tinta brancas.

O lugar tem quatro sinos, sendo o mais velho de 1726

Com a restauração, a Igreja do Bonfim passa a ser o mais rico templo de Goiás, do ponto de vista artístico. Desde o incêndio da Igreja Matriz de Pirenópolis, em 2002, o município distante 140km de Brasília não tinha mais templo com todas as características originais. Em Goiás Velho, a outra cidade histórica do estado, também não há igreja com tantos adornos como a do Bonfim.


Os outros sinos datam de 1803 e 1886
Essa foi a primeira reforma completa da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim. Em 2005, ela passou por obras estruturais, que incluíram a recuperação da fachada e a pintura em seu interior. Por falta de dinheiro, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) não restaurou os elementos de arte. Ao custo de R$ 600 mil, a obra teve início em 2010. Logo no começo, raspando o reboco e a tinta branca do interior do edifício, técnicos contratados pelo Iphan tiveram a grata surpresa.

Algumas pinturas ainda estavam bem-conservadas
Os restauradores encontraram três camadas de desenhos com traços diferentes. Eram diversas pinturas barrocas de extremo requinte em cores de ocre, marrom, verde e branco, escondidas sob tinta e reboco no forro da capela-mor e nas paredes do altar principal. Todas desconhecidas por historiadores, técnicos do Iphan e até pelos mais antigos frequentadores do templo. Os restauradores decidiram manter e recuperar a última obra, a mais antiga.

Toda a estrutura dourada foi restaurada na Igreja do Bonfim, em Pirenópolis

Valor inestimável

Os técnicos não conseguiram identificar o responsável pelos trabalhos, pois o autor não deixou assinatura. Mas sabem que as obras têm ao menos 200 anos e marcam a transição do barroco para o atual estilo da igreja, o rococó. "A descoberta dessa obra ultrapassa os valores financeiro, artístico, histórico e cultural. Ela ainda acrescenta novos valores de rememoração à comunidade de Pirenópolis", destaca o arquiteto Sílvio Cavalcante, do Iphan, que supervisionou os trabalhos na Igreja do Bonfim.

Afrescos retratam a religiosidade local
Provavelmente, as pinturas foram cobertas por tinta branca a mando de algum padre. Cavalcante explica que, até meados do século passado, era comum cada pároco mandar pintar a igreja a seu modo, seguindo o estilo predominante. "Restaurar pinturas antigas era muito difícil e caro, pois os artistas moravam no Rio de Janeiro, em São Paulo ou na Europa", conta. Os restauradores mantiveram e recuperaram a pintura mais antiga por a considerarem mais harmônica com o teto e o altar.

A cruz estava em uma das paredes da igreja, em Pirenópolis

Os técnicos recuperaram também o brilho das cores das tintas e do ouro dos ornamentos do altar principal e do púlpito, elemento marcante desse templo. O púlpito era muito comum nas igrejas católicas coloniais, mas a maioria acabou destruída após perder a função nas missas. Uma espécie de minipalco, todo suspenso e trabalhado, o púlpito servia para o padre fazer a leitura do Evangelho e um sermão na língua nativa, pois, naquela época, as celebrações eram em latim.
A imagem de Cristo também sofreu restauração
Janelão e sinos

Construída entre 1750 e 1754 por escravos vindos da Bahia, sob ordens de um português, a Igreja do Bonfim tem outra particularidade, na parte superior do altar principal: um janelão, com pintura sacra, que pode esconder a imagem mais ao fundo. "Esse elemento é muito raro em qualquer região do país", destaca Sílvio Cavalcante. A imagem que fica no retábulo-mor, de Jesus crucificado, em talha de madeira e tamanho natural, também foi restaurada.

A Igreja do Bonfim conserva ainda quatro sinos centenários. O mais velho, fabricado em 1756. Dois são de 1803. Outro é de 1886, de excelente sonoridade, premiado com selo do imperador D. Pedro II. Tombado pelo Iphan em 1990, o edifício fica em uma colina por onde passa a maior parte dos turistas rumo às disputadas cachoeiras de Pirenópolis. Além de ponto de parada para pedidos de bênção ao Senhor do Bonfim, o templo é palco de algumas das manifestações folclórico-religiosas do município, hoje com 22 mil habitantes e quase 300 anos.




Fonte site Correio Braziliense
Autor do texto, das fotos e das legendas: Renato Alves
Correio Braziliense - 01/09/2013