Existe um ditado popular
que diz: “aquilo que não se usa, atrofia”. Então penso que
devemos reviver mais as tradições de nossa terra. Ouço sempre os
pirenopolinos reclamarem que isso ou aquilo acabou, que não foi
apresentado na ocasião tal. Mas poucos se dispõem a pôr a mão da
nassa e trabalhar por soluções. Outro dia, uma senhora que é
musicista, reclamou para mim (por que eu?!) que a cadência da Banda
de Couro está mudada, que na sua infância tocava-se diferente. Tive
vontade de perguntar o porquê de ela mesma não treinar os meninos
que tocam na “bandinha”.
Essas preocupações de
alguns são também minhas. Por ser nossa cidade um ponto turístico,
constantemente convivemos com diferentes manifestações culturais
alienígenas. Então temos que resguardar o que é nosso, sob pena de
não termos no futuro o pouco que nos restou de autêntico.
Volto então ao ditado:
“aquilo que não se usa, atrofia”. Se queremos que nosso folclore
sobreviva aos vendavais destes tempos modernos, então temos que
ressaltá-lo, dar a ele a importância devida. Vou exemplificar: por
que só apresentamos a congada, a contradança, o congo etc., por
ocasião da Festa do Divino? Podemos organizar eventos mensais com
tocatas na porta da igreja com a Fênix e a Banda de Couro, com a
meninada da contradança e seus malabarismos com fita etc. As missas
solenes podem ser celebradas sem nenhum motivo especial, só para
termos o prazer de ouvir o Coro Senhora do Rosário em ação e,
obviamente, para estimular a permanência de sua atividade.
Tantas e tantas
tradições podem ser revividas e fomentadas. Isso requer um projeto,
é certo, pois essa gente tem que ser remunerada, mas tenho certeza
de que não faltará verba para custear um sonho dessa grandeza.
A maioria das
manifestações folclóricas pirenopolinas é apresentada na época
da Festa do Divino. Então começa uma corrida para formar turmas que
queiram participar disso ou daquilo. Quase não tivemos a Banda de
Couro este ano por falta de compromisso de seus integrantes, queriam
a certeza de receber pagamento. E não estão errados, pois se uns
ganham, todos têm que ganhar. Dentro do projeto que quero levar
adiante, as equipes já ficam formadas e recebem por atividade
executada. Desta forma, quando chegar a festa, as apresentações não
ficarão vinculadas à liberação de verba pública.
Essa ideia ainda está
em amadurecimento. Aceito sugestões sobre o assunto.
Adriano Curado
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