Por quatro dias - de 11 a 14 de setembro (de quinta a domingo) -, Pirenópolis, principal destino de fim de semana dos brasilienses, tomará ares de Hollywood. A cidade goiana se torna mais uma vez sede do Festival Internacional de Cinema, Alimentação e Cultura Local, cuja principal atração será a quinta edição do Slow Filme.
Queijo, café, molho basco e um jantar preparado como se fosse ópera são os protagonistas das fitas a serem exibidas no Cine Pireneus. Lá estará em carne e osso o chef francês Bernard Charret, que vem ao Brasil pela primeira vez para conversar com o público sobre os queijos artesanais da França, após a exibição do documentário Esses queijos que assassinamos. Charret é proprietário do restaurante Les Chandelles Gourmandes, em Larçay, centro da França e trabalha somente com fornecedores que seguem a cartilha do movimento slow food, cuja máxima é bom, limpo e justo.
Novo point
Esta coluna, que acompanha a movimentação culinária de Pirenópolis desde o primeiro festival gastronômico realizado em 2004, traz hoje algumas sugestões que poderão ajudar o público do slow filme - cineastas, produtores, chefs, jornalistas e alunos de cinema e de gastronomia - a escolher onde comer. A começar pelo mais novo restaurante, o do chef Caio Henri, aberto há três meses na rua do Bonfim 66.
Nascido em Caxangá, favela de Recife, Caio Henri cozinha desde os três anos. Dono de “uma trajetória picotada”, no dizer do crítico Josimar Melo, o chef pernambucano de 45 anos passou pela Febem (SP) e depois por escolas culinárias, como o Senac em Águas de São Pedro. Trabalhou um ano na Europa cozinhando para executivos e, ao voltar, integrou a equipe do restaurante Carlota, de São Paulo.
Proposta Mediterrânea
Conheci o chef em Jaraguá (GO) depois de ter atuado na Casa Cor de Goiânia, cujo trabalho rendeu convite para chefiar as caçarolas do Palácio do Planalto na era Lula. Enquanto o presidente escolhia pratos fortes, como rabada com agrião, a então Ministra-Chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pedia lanchinhos e sobremesas diet, lembra o cozinheiro.
De volta a São Paulo, Caio passou a comandar, na Vila Madalena, o Las Favas Contadas, que servia uma cozinha variada com toque mediterrâneo. É esta proposta que ele trouxe para o cerrado. Na porta do bistrô, instalado em uma das muitas casas antigas da rua, um quadro negro traz os pratos do enxuto menu.
Enrolado em folha de arroz e recheado de kani, hortelã, alface e cenoura, o rolinho vietnamita vem com dois molhos: limão, açúcar, gengibre e pimenta dedo-de-moça e namplá (molho de peixe) com especiarias e erva-doce por R$ 22.
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Adriano Curado