Meia cômoda em pau santo estilo D. José |
Se o caro leitor é uma pessoa curiosa e atenta, certamente já se perguntou sobre os móveis antigos de Pirenópolis. Por que casarões tão velhos têm móveis modernos, desses comprados em lojas de departamento, feitos de EVA (serragem colada) e de curta durabilidade? Onde estão as mobílias históricas, feitas de madeira de verdade, com entralhe sem pregos e que duravam gerações? Se você puder entrar em todas as casas do Centro Histórico, certamente que não os encontrará.
Essa foi uma questão que sempre me deixou curioso. Até que li um livro interessantíssimo intitulado: Memórias de um viajante antiquário. A partir daí tudo se esclareceu para mim. É que nas décadas de 1950/60, um antiquário (comerciante de antiguidades), andou cá pela Terra dos Pireneus e comprou o quanto pôde do nosso acervo mobiliário. E foi tudo parar em São Paulo, uma história inteira nas mãos de colecionadores.
Até santos da Igreja do Rosário dos Pretos esse antiquário comprou e enviou para a capital paulista. E que pensar das valiosíssimas imagens de Veiga Valle que ainda haviam na cidade?
Não quero criticar as pessoas que venderam, pois se o fizeram é porque lhes pertencia e assim decidiram. Azar nosso que somos de gerações posteriores e nunca mais conheceremos o adorno original dos casarões. Mas senti necessidade de registrar aqui esse episódio de nossa história para entendimento dos que se interessarem.
Adriano Curado
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Eu sei onde estão os móveis antigos de Meia Ponte. Foram vendidos a preço de banana para comerciantes de fora. Não sobrou nada. Cômodas, guarda roupa, camas tudo se foi. Até o início da década de 1959 os casarões estavam recheados de relíquias centenárias. Era normal se sentar em mobílias do século XIX. Foi uma penas mas o que se foi não volta mais. Lamentável. Parabéns pela postagem.
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