O general Joaquim Xavier Curado nasceu em Meia Ponte (hoje Pirenópolis) na fazenda Santa Rita, que ficava distante 18 quilômetros dessa povoação, e onde seu pai, José Gomes Curado, era juiz ordinário e dono de engenho de beneficiamento de cana-de-açúcar.
Seu termo de batismo bem comprova que ele foi batizado na “Matriz de Nossa Senhora do Rosário”, e não na “freguesia”, como alega a tese contrária que diz que ele nasceu em Jaraguá/GO. Ou seja, o batizando esteve no prédio da Matriz, que está localizada em Pirenópolis (JAYME, Jarbas. Famílias Pirenopolinas (1973), Vol. I, p. 163).
A confusão, usada maldosamente por alguns, decorre do fato de sua mãe, Maria Cerqueira de Assunção, depois que ficou viúva, ter se mudado para Jaraguá e ali se casado posteriormente. Isso certamente levou a erro certos historiadores e foi usado maliciosamente por outros para deturpar a verdade.
Assim conta o escritor e historiador Bernardo Élis:
“Também em Meia Ponte aportou o jovem Tenente José Gomes Curado, português, homem de certa cultura, educado, que em 1750, era juiz orginário no Julgado. Com ele se casou, em 1740, a moça Maria Cerqueira de Assunção, segunda filha do Tenente-Coronel Costa Abreu, que foi morar no solar que o marido construiu na fazenda Santa Rita, a 3 léguas da Vila, onde possuía grande casa residencial, com senzalas e casa de engenho. Os escombros provam as dimensões afidalgadas do estabelecimento rural. Aí nasceram seus filhos:
Ana Timótea (20-VIII-1741)
JOAQUIM XAVIER CURADO (2-XII-1746/15-IX-1830)
Francisco Xavier Curado (20-IV-1811)
Maria Josefa Curado (3-V-1754/3-IX-1806.
Em 1756, seguramente com 40 anos de idade, faleceu de mal súbito, em seu solar, o tenente José Gomes Curado (…).
Ainda em Jaraguá, por esse mesmo tempo, conhece a viúva o famoso bandeirante Francisco Soares de Bulhões (…), com ela tem um único filho que se chamou Inácio Soares de Bulhões (…).
Coincidindo com a data do casamento da mãe, o primeiro filho varão Joaquim Xavier Curado, então com 16 anos em 1762, abandona Meia Ponte se segue para o Rio de Janeiro (...)”. (ELIS, Bernardo. Marechal Joaquim Xavier Curado criador do Exército nacional. Coleção Almas de Goiás. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1987, p. 15/16).
A confusão, usada maldosamente por alguns, decorre do fato de sua mãe, Maria Cerqueira de Assunção, depois que ficou viúva, ter se mudado para Jaraguá e ali se casado posteriormente. Isso certamente levou a erro certos historiadores e foi usado maliciosamente por outros para deturpar a verdade.
Assim conta o escritor e historiador Bernardo Élis:
“Também em Meia Ponte aportou o jovem Tenente José Gomes Curado, português, homem de certa cultura, educado, que em 1750, era juiz orginário no Julgado. Com ele se casou, em 1740, a moça Maria Cerqueira de Assunção, segunda filha do Tenente-Coronel Costa Abreu, que foi morar no solar que o marido construiu na fazenda Santa Rita, a 3 léguas da Vila, onde possuía grande casa residencial, com senzalas e casa de engenho. Os escombros provam as dimensões afidalgadas do estabelecimento rural. Aí nasceram seus filhos:
Ana Timótea (20-VIII-1741)
JOAQUIM XAVIER CURADO (2-XII-1746/15-IX-1830)
Francisco Xavier Curado (20-IV-1811)
Maria Josefa Curado (3-V-1754/3-IX-1806.
Em 1756, seguramente com 40 anos de idade, faleceu de mal súbito, em seu solar, o tenente José Gomes Curado (…).
Ainda em Jaraguá, por esse mesmo tempo, conhece a viúva o famoso bandeirante Francisco Soares de Bulhões (…), com ela tem um único filho que se chamou Inácio Soares de Bulhões (…).
Coincidindo com a data do casamento da mãe, o primeiro filho varão Joaquim Xavier Curado, então com 16 anos em 1762, abandona Meia Ponte se segue para o Rio de Janeiro (...)”. (ELIS, Bernardo. Marechal Joaquim Xavier Curado criador do Exército nacional. Coleção Almas de Goiás. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1987, p. 15/16).
Estátua de Xavier Curado em Ipameri/GO no 41º Batalhão do Exército |
O historiador pirenopolino Jarbas Jayme, um dos maiores genealogistas do mundo, conviveu com gente antiga e pesquisou em arquivos variados, para comprovar que Joaquim Xavier Curado nasceu em Pirenópolis:
“Em 1737, quando começou a atrair aventureiros, o Córrego do Jaraguá já possuía uma capela em construção. Era vigário da freguesia o padre Pedro Monteiro de Araújo, sucessor do revdo. José de Frias e Vasconcelos, que foi o primeiro pároco de Meia Ponte. Estes sacerdotes, com licença do visitador, iam ou mandavam um coadjutor àqueles núcleos populacionais fazer os batismos; ao contrário, os habitantes das capelas a que nos referimos seriam forçados, com enormes sacrifícios e grandes dispêndios, a levar os neófitos à Matriz.” (JAYME, Jarbas. Cinco vultos meiapontenses. Goiânia, Edição Revista Genealógica de São Paulo. 1943, p. 19)
Se Xavier Curado não houvesse recebido o batismo na Matriz Pirenópolis, mas constou isso no batistério porque “em Jaraguá não havia padre” (o que está incorreto, conforme texto acima), e havendo ele sido batizado no 10º dia do seu nascimento, “não se pode conceber que sua ilustre e nobre genitora consentisse em não assistir às cerimônias do batismo de seu primeiro filho varão. E como poderia ela, sem graves perigos, dez dias após o nascimento do ilustre filho, transpor uma extensão de quase sessenta quilômetros, a cavalo, no mês de dezembro, naqueles bons tempos em que as chuvas eram abundantíssimas, e enfrentar as enchentes de vários ribeirões e do caudaloso rio das Almas, existentes entre Pirenópolis e Jaraguá?” (JAYME, Obra citada, p. 20).
Finalizando a questão, a quem desejar mais detalhes sobre o assunto eu recomendo o livro: No convívio com as traças, de Antônio Americano do Brasil.
Dessa forma, o correto é que o General Joaquim Xavier Curado nasceu em Pirenópolis, Goiás, e não em Jaraguá.
Bibliografia:
CURADO, Agnelo A.F. Fleurys e Curados. Goiânia, Editora Piloto, 1988.
ELIS, Bernardo. Marechal Joaquim Xavier Curado criador do Exército nacional. Coleção Almas de Goiás. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1987.
JAYME, Jarbas. Cinco vultos meiapontenses. Goiânia, Edição Revista Genealógica de São Paulo. 1943.
JAYME, Jarbas. Famílias Pirenopolinas (Ensaios Genealógicos). Goiânia, Editora Rio Bonito, 1973. Vol. I.
JAYME, Jarbas. Esboço Histórico de Pirenópolis. Goiânia, Editora UFG, 1971. Vols. I e II.
JAYME, Jarbas. Vale seis! (Críticas genealógicas). Goiânia, Editora Rio Bonito, 1973.
JAYME, José Sisenando. A origem da Família Fleury. Goiânia, Edição do Autor, 1993.
E para completar, publicamos seu termo de batismo, com a ortografia da época:
“Aos doze de Dezembro de mil sette centos e quarenta e seis, nesta Matriz de Nossa Senhora do Rozario da Meiaponte Comarca de Goyaz, baptizou epoz os Santos Oleos o Reverendo Coadjutor Manoel Pereyra de Souza a Joachim, innocente tendo nascido aos dous do mesmo mez, filho legitimo de José Gomes Curado e de sua mulher Dona Maria Pinheiro de Serqueira da Assumpção moradores nesta Freguesia, nepto pella parte paterna do Tenente Coronel Clemente da Costa e Abreu e Dona Maria Pinheiro de Serqueira, e pella parte materna, Digo, nepto pella parterna de Manoel Martins e de sua mulher Maria Gomes, moradores que forão, e naturaes do lugar Quintan termo da Villa de Certan, Priorado do Crato, e pella materna do Tenente Coronel Clemente da Costa e Abreu natural da cidade de Lisboa, e baptizado na Freguezia de Nossa Senhora do Socorro e de Dona Maria Pinheiro natural da Villa de Outu do Bispado de San Paulo e na mesma Freguezia baptizada e forão padrinhos os mesmos avos maternos e para constar fiz este assento, dia, era ut supra. O Vigario Manoel Nunes Colares da Motta.”
“Aos doze de Dezembro de mil sette centos e quarenta e seis, nesta Matriz de Nossa Senhora do Rozario da Meiaponte Comarca de Goyaz, baptizou epoz os Santos Oleos o Reverendo Coadjutor Manoel Pereyra de Souza a Joachim, innocente tendo nascido aos dous do mesmo mez, filho legitimo de José Gomes Curado e de sua mulher Dona Maria Pinheiro de Serqueira da Assumpção moradores nesta Freguesia, nepto pella parte paterna do Tenente Coronel Clemente da Costa e Abreu e Dona Maria Pinheiro de Serqueira, e pella parte materna, Digo, nepto pella parterna de Manoel Martins e de sua mulher Maria Gomes, moradores que forão, e naturaes do lugar Quintan termo da Villa de Certan, Priorado do Crato, e pella materna do Tenente Coronel Clemente da Costa e Abreu natural da cidade de Lisboa, e baptizado na Freguezia de Nossa Senhora do Socorro e de Dona Maria Pinheiro natural da Villa de Outu do Bispado de San Paulo e na mesma Freguezia baptizada e forão padrinhos os mesmos avos maternos e para constar fiz este assento, dia, era ut supra. O Vigario Manoel Nunes Colares da Motta.”
Adriano Curado
Parabéns pelo resgate da memoria de ilustre personagem.(Anselmo Costa)
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