O MUSEU DO CARMO foi inaugurado no dia 7 de outubro de 2009 e confiado à Diocese de Anápolis. Na mesma noite foi também inaugurado um improvável MUSEU DO DIVINO, museu sem acervo... Daí, aconteceu certo SURTO MUSEOLÓGICO nesta cidade.
Por quase sete anos trabahei como Diretor do Museu, acumulando os cargos de faxineiro, serviços de eletricidade e de restaurador (no que estava ao meu alcance), e porteiro (serviço agradabilíssimo: podia encontrar gente de tantos lugares deste e de outros países). O Museu até hoje já recebeu mais de 30 mil visitantes.
Amo história e arte. E sei da importância de tal serviço para a cultura e a história deste lugar e do nosso País. Por isso tentei sustentar as coisas, confiando, ingenuamente, que os “outros” estariam cuidando do que lhes compete cuidar...
Não sei se saí do Museu... ou se “fui saído”. Talvez seja “sorte” minha... não terei que participar do encerramento, talvez definitivo, de uma obra tão significativa... O acervo (com muitas peças do século XIII) está em risco na sua conservação: na temporada da seca: muita poeira vazando pelo telhado; na temporada das chuvas: umidade excessiva... goteiras/cachoeiras... Qualquer leigo no assusto deve ficar pasmo: aos zelosos técnicos do IPHAN não chegou a ideia de que um museu necessita ter forro e isolamento contra calor e vazamentos...
Quis que uma arte, a arte sacra, que tanto contribui para entender nossa história, sobrevivesse muito mais que eu... Bem, agora, tenho que cuidar de minha sobrevivência...
Agradeço a todos os que tiveram estima pelo Museu e por meu trabalho...
Francisco Figueiredo
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