“O
Arraial de Meia-Ponte, atual Pirenópolis, fundada pelos companheiros
da Bandeira de Anhanguera, Filho, Urbano do Couto Menezes e Manuel
Rodrigues Tomar, este último culpado pelo início das desavenças,
do povoador de Goiás com a Capitania de São Paulo (leia-se
Capitão-General Antônio da Silva Caldeira Pimentel) que regia as
Minas dos Goyazes, é o torrão natal de Jarbas Jayme, o maior
historiador municipalista de todos os tempos de Goiás.
Filho de
Sizenando Gonzaga Jayme e Eugênia Goulão, nasceu Jarbas Jayme no
dia 19 de dezembro de 1895. A sua formação intelectual e,
sobretudo, humana, a qual também irei visitar neste texto, deve-se a
sua passagem pelo Seminário Santa Cruz, então localizado no
distrito de Ouro Fino, município da cidade de Goiás, responsável
pela formação de grandes personalidades que povoaram as cercanias
da rica e bela história goiana do século XX.
Professor,
funcionário público, Jarbas Jayme vasculhou os arquivos públicos e
particulares de Pirenópolis para contar como ninguém, pelo menos
até a data desta publicação, a história da sua cidade através
dos troncos familiares das pessoas ali assentadas e nascidas.
Pertenceu
ao Instituto Histórico e Geográfico de Goiás e Instituto
Genealógico Brasileiro. Publicou em vida os seguintes livros: Cinco
Vultos Meiapontenses; Do Passado ao Presente; Anedotário
Meiapontense e Vale Seis. Após o falecimento de Jarbas Jayme, seu
filho e herdeiro intelectual, José Sizenando Jayme tomou a feliz
iniciativa de buscar meios para trazer a lume as demais preciosidades
historiográficas: Esboço Histórico de Pirenópolis (volumes I e
II) e Famílias Pirenopolinas (volumes I a VI). Ainda a bela parceria
entre pai e filho, originou os livros: Pirenópolis – Casas de
Deus, Casas dos Mortos e Pirenópolis – Casas dos Homens.
Como
ninguém, Jarbas Jayme soube cantar a sua aldeia, terra–mãe do
teatro e da imprensa no Estado.
Morto na
cidade de Anápolis, no dia 21 de julho de 1968, na antiga Santana
das Antas, palco de outra belíssima história de Jarbas Jayme.
Anápolis, como nenhuma outra cidade goiana, recebeu igual à
imigração sírio-libanesa. Os primeiros que ali chegaram, tratados
de “turcos” por causa dos seus passaportes manchados pela
dominação Otomana secular em suas terras, não eram menos
subjugados, discriminados, ignorados pelos anapolinos, do que em seu
eito natal. Aí entra a figura humana e culta respeitadíssima do
Jarbas Jayme na cidade.
Atuando
como um autêntico embaixador da causa árabe local, devagarinho ele
foi arrefecendo a gratuita agressividade contra as primeiras famílias
assentadas no município. Pouco a pouco, com o passar do tempo, os
anapolinos perceberam o quanto eles estavam errados, não apenas no
sentido humano, mas sim na ignorância de não conhecer a sua cultura
milenar e quanto ela seria importante para o crescimento econômico,
intelectual e político do município.
Os irmãos
sírio-libaneses, que ilhado por eles, nasci em Pires do Rio, é uma
das melhores coisas que aconteceram para o desenvolvimento de Goiás
e do Brasil. Particularmente, sugiro a sua comunidade assentada em
Anápolis, que não seria demais organizar uma homenagem póstuma a
Jarbas Jayme, a bem da sua história local.
Do Jarbas
Jayme historiador, eu sabia. No entanto seu legado pró-árabe,
agradeço ao amigo e escritor João Asmar as informações que
complementam a passagem existencial deste iluminado meiapontense.”
Texto de
autoria do historiador Urirajara Galli publicado no jornal Diário da
Manhã, Caderno DM Revista, p. 6, em 08.07.2013.
Excelente essa matéria. Jarbas é o maior genealogista brasileiro, sem sombra de dúvidas. Parabéns pela postagem.
ResponderExcluirSuper interessante, estou gostando demais de saber sobre os acontecimentos de Pirenopolis e as historias de Goias...acho que já sei de onde minha tia tirou o nome de meu primo Jayme(rsrsr) e porque ela gostava tanto de militares.
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