Jarbas Jayme |
Jarbas
Jayme deveria estar entre os maiores genealogistas do Brasil, pois
dedicou toda a sua vida aos arquivos goianos. Nasceu na fazenda Água
Limpa, município de Pirenópolis, no dia 19 de dezembro de 1895, e
faleceu em Anápolis, no dia 21 de julho de 1968. Sua obra, Famílias
Pirenopolinas, em seis substanciosos volumes, edição póstuma,
mostra o fôlego e o amor à história desse notável meia-pontense,
que pertenceu ao Instituto Genealógico Brasileiro e ao Instituto
Histórico e Geográfico de Goiás.
E coube
ao Instituto Histórico receber, recentemente, o acervo do ilustre
pesquisador, depois de uma troca de correspondência com seus
familiares. O acervo estava na casa da Rua Direita, em Pirenópolis,
onde ele viveu. E agora, com o novo prédio do Instituto e a
inauguração da Sala Jarbas Jayme, foi possível trazê-lo para
Goiânia. Os documentos estão sendo organizados e catalogados pela
restauradora e pesquisadora Alzira de Miranda, num trabalho
meticuloso e demorado. Além de objetos pessoais, sapato, bengala,
óculos, chapéu, constam do acervo inúmeras fotografias, muitas
delas com molduras, obras publicadas e inéditas do autor; cartas,
cadernos de anotações, máquinas de datilografia, vários livros de
história, documentos de pesquisas, cadeiras e uma rústica estante.
Casa em Pirenópolis onde morou Jarbas Jayme |
O interessante é a carta testamento que enviou, no dia 14 de abril de 1967, ao seu tio Joanito enumerando vários itens que deveriam ser cumpridos, após sua morte, entre eles, que não lavasse o seu cadáver, "pois reputo refinada tolice essa prática". E mais: ''Dispenso recomendações e missas. São invenções humanas, verdadeiras fontes de rendas clericais. Não lhes dou crédito. Deus, infinitamente reto e misericordioso, far-me-á justiça".
Esses documentos, depois de devidamente catalogados, serão colocados à disposição do público interessado em conhecer o universo de um dos mais notáveis pesquisadores goianos. Ao solicitar à família a doação do acervo para o Instituto Histórico motivou-me o desejo de universalizar a obra de Jarbas Jayme, abrindo um espaço para preservação de sua memória, onde todos, estudantes, professores e historiadores possam conhecer de perto a vida e a obra do ilustre pirenopolino.
Escritor José Mendonça Teles |
Goiás muito deve a Jarbas Jayme. Alguns reconhecimentos foram sacramentados: a rodovia (GO 431) que liga a BR(153) a Pirenópolis, e em Goiânia, o Centro de Formação de Professores, no Setor Sudoeste; e a minipraça existente na Rua 85, no cruzamento da Rua 105, levam o nome de Jarbas Jayme.
Veio de Pirenópolis para Goiânia o acervo físico – bens materiais – do grande genealogista goiano, mas a sua alma. suas emoções, seus sentimentos, estão bem plantados em Pirenópolis, a terra que lhe serviu de berço.
José Mendonça Teles
Fonte:
TELES, José Mendonça. Título: Acervo de Jarbas Jayme. Revista Meya Ponte, Pirenópolis, v. 1, , n. 7, p. 31-32, 2000.
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Muito bonita a intensão do escritor Teles, mas não seria o caso de esses objetos terem ficado em Pirenópolis mesmo?
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