Hoje é o
Sábado do Divino, e a cidade é despertada com os afagos melodiosos
das bandas de Couro e Fênix. Corações se sobressaltam, a Grande
Festa profana chegou!
As ruas
se enchem de cores fortes. E são muitos os brilhos, os sons, os poemas.
Fogos pipocam no céu, os foguetes de rabo sobem numa espiral de
fumaça e explodem lá em cima. Cá em baixo, as roqueiras balançam
as entranhas da gente, fazem tremer o chão e o espírito tão
acostumados, ambos, com essas festanças exageradas do lado de cá.
Meio dia
toca a Banda Fênix da lateral da Matriz. O povo se ajunta devagar,
hipnotizado pelos sons mágicos dos instrumentos. E tem também o
vendedor de balão, de pipocas, de algodão doce. O público aplaude,
extasiado com mais uma festança.
Mas a
surpresa maior são os Mascarados, e eles não demoram a aparecer. A
princípio vem um, dois, quatro, dez. E agora a rua já está cheia
de cavalos enfeitados, de máscaras de boi, de roupas extravagantes.
Mais
tarde tem a última novena, com o Coral Nossa Senhora do Rosário que
canta em latim. Depois, o levantamento de mastro, a queima da
fogueira, a Banda de Couro, zabumbas, retretas. E já corre o povo
para a beira-rio atrás da incansável Fênix, multidão que se
aperta na rua do Rosário e disputa espaço no largo lá embaixo.
Faz-se silêncio, expectativa... De repente, abre-se o ventre do céu
e as estrelas da noite se misturam com os fogos faiscantes, chuvas de
brilho que derramam encantamento, enlevo, contemplação,
arrebatamento.
Por fim,
fecha a noitada de festas com a apresentação de As Pastorinhas, em
mais um ano de tradição e cultura.
Tudo
isso compõe a Festa do Divino.
Adriano Curado
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