sexta-feira, 21 de junho de 2013

Frei Primo Carrara


     Vou elaborar ainda a biografia do Frei Primo Carrara, mas agora quero lhe escrever uma homenagem despretensiosa. 

     Ele foi um sacerdote muito querido em Pirenópolis, sempre ligado às tradições e à preservação do patrimônio histórico. Tratava a Matriz com grande zelo e supervisionava pessoalmente seus reparos e limpeza. No valiosíssimo Arquivo Eclesiástico pouca gente punha a mão.

     Sua missão sacerdotal pode ser dividida em duas épocas: a primeira, entre 1951 e 1967, quando tomou frente na edificação do salão e da casa paroquial, no antigo Largo da Matriz; a outra, quando retornou à cidade em 1982 e assumiu outra vez a paróquia Nossa Senhora do Rosário, até 1993, quando se afastou debilitado pela idade. 

     Frei Primo Carrara amava muito nossa cidade e quis morrer aqui, sob o amparo das irmãs da Aldeia da Paz, o que se deu em 03.07.1998.

     Só me lembro dele a partir do seu retorno e posso dizer que foi uma pessoa que marcou positivamente minha vida. Com ele fiz meu curso de catequese, compartilhei minha 1ª Confissão e Comunhão. Depois fui coroinha, e ele me dizia: “Coma mais carne, meu filho, você está fraquinho, nem consegue tocar a sineta direito!” Achei que ele fosse celebrar também meu casamento e o batizado de um filho meu, mas ele teve que partir.

     Andava por aí com um cachorrinho branco, seu amigo inseparável, e sempre aparecia lá em casa. Era muito amigo de minha avó Hosanny, e eu gostava de vê-los conversar sobre a Bíblia. Dava conselhos para a gente, repreendia quando preciso, sabia ser duro e amável. 

     Quando criança, eu o temia e o respeitava; mas ao envelhecer, passei a admirá-lo. Seus sermões eram revestidos de histórias interessantes, que prendiam a atenção dos ouvintes. Nunca falava mal de outras religiões ou alimentava preconceitos. Vivia numa humildade e numa carência de dar dó, mas em espírito era grandioso e rico.

     Em sua homenagem, a cidade batizou uma rua com seu nome e também o novo Salão Paroquial. Está sepultado, por caridade, no túmulo da família Fleury.


Adriano César Curado

Frei Primo dá a 1ª Comunhão a Cristiano Costa em 1982

4 comentários:

  1. Que bela história, Adriano. Meus parabéns.

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  2. Parabéns pela bela homenagem a este grande Pirenopolino, que mesmo não sendo nascido aqui, sempre nos ensinou e nos legou o nosso passado.

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  3. Eu tive a oportunidade de ter por diversas vezes a visita dele aqui na minha casa em Anápolis.Ele era amissíssimo dos meus pais e nós crescemos vendo ele. Saudades eternas desse grande homem.

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  4. Há que legal, me chamo Wesley Candido, filho da bethe, vi a história dele, depois que achei um certificado de batismo em 1986, adorei a história, e bom saber que ele fez parte da minha vida também.

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