Vou
elaborar ainda a biografia do Frei Primo Carrara, mas agora quero lhe
escrever uma homenagem despretensiosa.
Ele foi um sacerdote muito
querido em Pirenópolis, sempre ligado às tradições e à
preservação do patrimônio histórico. Tratava a Matriz com grande zelo e supervisionava pessoalmente seus reparos e limpeza. No valiosíssimo Arquivo Eclesiástico pouca gente punha a mão.
Sua missão sacerdotal pode
ser dividida em duas épocas: a primeira, entre 1951 e 1967, quando
tomou frente na edificação do salão e da casa paroquial, no antigo
Largo da Matriz; a outra, quando retornou à cidade em 1982 e assumiu
outra vez a paróquia Nossa Senhora do Rosário, até 1993, quando se
afastou debilitado pela idade.
Frei Primo Carrara amava muito nossa
cidade e quis morrer aqui, sob o amparo das irmãs da Aldeia da Paz,
o que se deu em 03.07.1998.
Só me
lembro dele a partir do seu retorno e posso dizer que foi uma pessoa
que marcou positivamente minha vida. Com ele fiz meu curso de
catequese, compartilhei minha 1ª Confissão e Comunhão. Depois fui
coroinha, e ele me dizia: “Coma mais carne, meu filho, você está
fraquinho, nem consegue tocar a sineta direito!” Achei que ele
fosse celebrar também meu casamento e o batizado de um filho meu,
mas ele teve que partir.
Andava
por aí com um cachorrinho branco, seu amigo inseparável, e sempre
aparecia lá em casa. Era muito amigo de minha avó Hosanny, e
eu gostava de vê-los conversar sobre a Bíblia. Dava conselhos para a
gente, repreendia quando preciso, sabia ser duro e amável.
Quando
criança, eu o temia e o respeitava; mas ao envelhecer, passei a
admirá-lo. Seus sermões eram revestidos de histórias
interessantes, que prendiam a atenção dos ouvintes. Nunca falava
mal de outras religiões ou alimentava preconceitos. Vivia numa
humildade e numa carência de dar dó, mas em espírito era grandioso
e rico.
Em sua
homenagem, a cidade batizou uma rua com seu nome e também o novo
Salão Paroquial. Está sepultado, por caridade, no túmulo da
família Fleury.
Que bela história, Adriano. Meus parabéns.
ResponderExcluirParabéns pela bela homenagem a este grande Pirenopolino, que mesmo não sendo nascido aqui, sempre nos ensinou e nos legou o nosso passado.
ResponderExcluirEu tive a oportunidade de ter por diversas vezes a visita dele aqui na minha casa em Anápolis.Ele era amissíssimo dos meus pais e nós crescemos vendo ele. Saudades eternas desse grande homem.
ResponderExcluirHá que legal, me chamo Wesley Candido, filho da bethe, vi a história dele, depois que achei um certificado de batismo em 1986, adorei a história, e bom saber que ele fez parte da minha vida também.
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