segunda-feira, 13 de maio de 2013

Abolição da escravatura



     Hoje completam-se 125 anos da abolição da escravatura no Brasil. Embora com a assinatura da Lei Áurea os escravos tenham alcançado a liberdade de direito, não a ganharam de fato. Continuaram subjugados pelo preconceito, pela pobreza e marginalização.

     Em Pirenópolis houve choros naquela data. Alguns negros choravam de alegria pela alforria, porém outros não queriam partir da casa dos senhores, pois não conheciam outra forma de viver que não fosse a servidão. Os sinos da Matriz, do Bonfim, do Rosário e do Carmo tocaram ao mesmo tempo, e eram toques de alegria. Os agora libertos largavam enxadas, vassouras, potes etc., no chão e partiam sem terminar a tarefa. Essas informações eu ouvi de minha bisavó Hosana de Amorim, que era criança no dia da abolição.

     Nossa cidade já tinha pouquíssimos escravos em 13 de maio de 1888, e eles se limitavam à zona urbana. Nas fazenda já havia implantada a figura do camarada ou agregado, que se juntava ao coronel da época e a ele se unia num vínculo quase indissolúvel. Mas isso é outro história...!

     Os alforriados habitavam nas periferias, como a rua Santa Cruz, o Beco do Sapo, do Fuzil etc. O arqueólogo Danilo Curado, em sua monografia de mestrado apresentada ao Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia, cujo título é “Uma ponte à Meia-Ponte”, fez importante estudo sobre a segregação social no espaço urbano de nossa cidade. Vale conferir.

Adriano César Curado

Fonte:

Entrevista com Hosana de Siqueira Amorim.
CURADO, Danilo. Uma ponte à Meia-Ponte. UCG: 2009.
JAYME, José Sisenando. Goiás Humorismo e Folclore. Edição do autor: 1990.

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