Hoje
completam-se 125 anos da abolição da escravatura no Brasil. Embora
com a assinatura da Lei Áurea os escravos tenham alcançado a liberdade
de direito, não a ganharam de fato. Continuaram subjugados pelo
preconceito, pela pobreza e marginalização.
Em
Pirenópolis houve choros naquela data. Alguns negros choravam de
alegria pela alforria, porém outros não queriam partir da casa dos
senhores, pois não conheciam outra forma de viver que não fosse a
servidão. Os sinos da Matriz, do Bonfim, do Rosário e do Carmo tocaram ao mesmo
tempo, e eram toques de alegria. Os agora libertos largavam enxadas,
vassouras, potes etc., no chão e partiam sem terminar a tarefa.
Essas informações eu ouvi de minha bisavó Hosana de Amorim, que
era criança no dia da abolição.
Nossa
cidade já tinha pouquíssimos escravos em 13 de maio de 1888, e eles
se limitavam à zona urbana. Nas fazenda já havia implantada a
figura do camarada ou agregado, que se juntava ao coronel da época e
a ele se unia num vínculo quase indissolúvel. Mas isso é outro
história...!
Os
alforriados habitavam nas periferias, como a rua Santa Cruz, o Beco
do Sapo, do Fuzil etc. O arqueólogo Danilo Curado, em sua monografia
de mestrado apresentada ao Instituto Goiano de Pré-História e
Antropologia, cujo título é “Uma ponte à Meia-Ponte”, fez
importante estudo sobre a segregação social no espaço urbano de
nossa cidade. Vale conferir.
Adriano
César Curado
Fonte:
Entrevista com Hosana de Siqueira Amorim.
CURADO, Danilo. Uma ponte à Meia-Ponte. UCG: 2009.
JAYME, José Sisenando. Goiás Humorismo e Folclore. Edição do
autor: 1990.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Minhas leitoras e meus leitores, ao comentarem as postagens, por favor assinem. Isso é importante para mim. Se não tiver conta no Google, selecione Nome/URL (que está acima de Anônimo), escreva seu nome e clique em "continuar".
Todas as postagens passarão por minha avaliação, antes de serem publicadas.
Obrigado pela visita a este blog e volte sempre.
Adriano Curado