Aproxima-se
a Festa de Pentecostes, e a pequena cidade, poéticos casarões
empilhados à beira da ladeira, aguarda ansiosa pelas festividades.
Mas não se trata aqui apenas de cavalhadas, congos, congadas,
foguetório, dança, folias, cantos.
É muito
mais que isso.
É um
fogo ardente que queima lá dentro da gente e expõe aquele fervor
reverencial que aproxima o homem de Deus há tempos. É a vontade de
exaltar a Divindade existente dentro de cada um de nós, e esse
querer é traduzido pelas manifestações espontâneas de alegria e
exaltação.
Essa
felicidade se vê na interação entre o sagrado e o profano, o
refinado e o rústico, o tradicional e o moderno. Tudo isso convive
harmonioso para dar grandeza ao fogo que queima mas não arde. A
chama!
E é por
tudo isso que o louvor ao Espírito Santo tem mesmo que ser assim
colorido, barulhento, grandioso, feito por muitas mãos e incontáveis
corações, pensado e repensado todos os dias durante um ano inteiro.
São polacos e guizos, são alvoradas de madrugada, são foguetes que
riscam o céu, são repiques de sinos, são bandeiras vermelhas que
contrastam com o céu azul.
Se há
ou não plateia, isso é irrelevante. O que importa mesmo é que lá
no íntimo de cada um, no recesso sagrado do lar espiritual, é
depositada a oferenda de adoração plena à figura inigualável de
Deus.
Eis a
Festa de Pentecostes.
Adriano
César Curado
Adriano, o grande escritor que você é se sobressai nos textos mais simples e que se tornam os mais grandiosos. Você conseguiu sintetizar exatamente a alma pirenopolina ante a festa do Divino.
ResponderExcluirÉ isso mesmo.
A festa é tão viva e autêntica porque lá no íntimo de todos ainda arde acesa A CHAMA.
Para mim foi sua melhor página até o momento. Meus parabéns.
Seu texto A Chama é uma verdadeira radiografia espiritual daquilo que se passa no íntimo de um povo alegre e festivo quanto o de Pirenópolis. É mesmo viva e pulsante o coração dessa festa. Eu até hoje nunca presenciei uma manifestação assim tão autêntica. Receba também os meus parabéns pela obra de arte.
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