quinta-feira, 28 de março de 2013

O papel do Rio das Almas

Ponte do Carmo



      “Em Pirenópolis, o Rio das Almas era o grande promotor da saúde. A população bebia sua água puríssima. Nela lavava a roupa. No querido rio, a meninada pescava lambaris, piabas, bagres, mandis, pacus e até traíras. O banho também era no rio, de manhã e de tarde, em sua veloz e sadia correnteza, linfa tão transparente que se podia contar as pedrinhas do leito.

     Dois banheiros tradicionais, centenários, reuniam a meninada: o Pesqueiro e a Ramalhuda. O primeiro desapareceu, não faz muitos anos, assoreado, graças a algum desequilíbrio ecológico na bacia superior. O segundo ainda existe, sem as árvores, que lhe deram o nome poético. Hoje, a Ramalhuda é um descampado, dentro da cidade, pelo qual corre o velho rio. Ali agora é proibido tomar banho pelado, ao contrário doutros tempos. Meio século atrás, menino que se prezasse ficava no rio pelo menos umas duas horas, à tarde. Qualquer garoto com mais de seis anos sabia nadar de braçada, de anjo, de costas ou de cachorro. E mergulhava longas distâncias de olhos abertos.”

Trecho do livro: JAYME, José Sisenando. Goiás Humorismo e Folclore. Edição do autor: 1990, p. 230-1).

A Ramalhuda

2 comentários:

  1. Tomei muito banho pela aí, quando era criança.

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  2. É uma viagem ao passado, pesquei neste local por muitas vezes e como pegava lambaris.

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Adriano Curado