Ponte do Carmo |
“Em
Pirenópolis, o Rio das Almas era o grande promotor da saúde. A
população bebia sua água puríssima. Nela lavava a roupa. No
querido rio, a meninada pescava lambaris, piabas, bagres, mandis,
pacus e até traíras. O banho também era no rio, de manhã e de
tarde, em sua veloz e sadia correnteza, linfa tão transparente que
se podia contar as pedrinhas do leito.
Dois
banheiros tradicionais, centenários, reuniam a meninada: o Pesqueiro
e a Ramalhuda. O primeiro desapareceu, não faz muitos anos,
assoreado, graças a algum desequilíbrio ecológico na bacia
superior. O segundo ainda existe, sem as árvores, que lhe deram o
nome poético. Hoje, a Ramalhuda é um descampado, dentro da cidade,
pelo qual corre o velho rio. Ali agora é proibido tomar banho
pelado, ao contrário doutros tempos. Meio século atrás, menino que
se prezasse ficava no rio pelo menos umas duas horas, à tarde.
Qualquer garoto com mais de seis anos sabia nadar de braçada, de
anjo, de costas ou de cachorro. E mergulhava longas distâncias de
olhos abertos.”
Trecho do
livro: JAYME, José Sisenando. Goiás Humorismo e Folclore. Edição
do autor: 1990, p. 230-1).
A Ramalhuda |
Tomei muito banho pela aí, quando era criança.
ResponderExcluirÉ uma viagem ao passado, pesquei neste local por muitas vezes e como pegava lambaris.
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