Av. Sizenando Jayme na década de 1970. As árvores já não existem mais, foram cortadas para dar lugar ao banco e para construções no quintal da casa do Mestre Propício |
A
polêmica causada pela derrubada das árvores da Avenida Sizenando
Jayme e a tristeza que se seguiu à morte da palmeira da Matriz
reviveram em mim lembranças da infância.
Casarão do Mestre Propício |
Quando
eu era menino, meus pais moravam no casarão do Mestre Propício, ali
na Rua Nova. A casa ainda é a mesma, mas seu quintal foi todo
modificado. No local existiam imensos cajueiros plantados ainda pelo
maestro, que davam um caju amarelo carnudo e muito doce. Eles ficavam
no quintal lateral à casa, na esquina, e faziam a festa da meninada
quando forravam a calçada com seus frutos.
Palmeira da Matriz que morreu |
Mais
para o fundo, um tamarineiro antigo, quando carregado, roçava os
galhos no chão e dava gostosa sombra. E no último quintal, onde
hoje está a agência local do Banco do Brasil, proliferavam as
mangueiras. Era uma farra provar mangas bourbon, coquinho e sabina. Os troncos grossos dessas árvores
denunciavam sua idade avançada e suas copas ensombreavam o quintal e
o beco.
Árvores recentemente cortadas na Av. Sizenando Jayme |
Todas
essas árvores a que me refiro não existem mais, foram cortadas para
dar lugar ao banco, a estacionamento ou chalés. Acredito que esse acervo botânico também faça parte do patrimônio
Pirenopolino e como tal deve ser melhor estudado e
preservado. Afinal, apesar de se tratar de conjunto de plantas de outras regiões,
revelam os hábitos dos antigos, seus alimentos e possivelmente a
receita da longevidade pirenopolina.
Adriano
César Curado
Caro Adriano César, não sei se o tempo e a modernidade faz isso com a gente: “Sou contra todo empreendimento que libera derrubada de vegetação, etc. Me chama atenção quem autoriza isso,qual órgão de proteção à natureza? Se eu derrubo uma árvore na minha casa, seria multado e talvez até preso, mas parece que as autoridades são omissas, falta pulso firme.Será que adianta a gente reclamar? Com as árvores dando-nos sombra, meus pulmões agradecem. Um abraço no amigo
ResponderExcluirA prefeitura de Pirenópolis está corretíssima em cortar as árvores da av. Sizenando Jayme, que nem são típica do cerrado e produzem um grande estrago na calçada local.
ResponderExcluirToda cidade fica assim meio triste quando perde seu acervo botânico. Devemos mesmo repensar isso. Parabéns pelo belo texto.
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