Você já
teve curiosidade para saber o destino do ouro extraído de Goiás?
Pois saiba que considerável parte dele foi parar no Convento de
Mafra. Nos altares ricos em adornos está boa parte do solo
pirenopolino, que para lá foi enviado nas cangalhas das mulas, depois
embarcado em navios a vela e, por fim, usado na ornamentação .
“O
trabalho começou a 17 de Novembro de 1717 com um modesto projecto
para abrigar 109 frades franciscanos, mas o ouro do Brasil começou a
entrar nos cofres portugueses; D. João e o seu arquitecto, Johann
Friedrich Ludwig (Ludovice) (que estudara na Itália), iniciaram
planos mais ambiciosos. Não se pouparam a despesas. A construção
empregou 52 mil trabalhadores e o projeto final acabou por abrigar
330 frades, um palácio real, umas das mais belas bibliotecas da
Europa, decorada com mármores preciosos, madeiras exóticas e
incontáveis obras de arte. A magnifica basílica foi consagrada no
41.º aniversário do rei, em 22 de Outubro de 1730, com festividades
de oito dias.” ( 1 )
Para se
ter uma noção de sua grandiosidade: “O maior tesouro de Mafra é
a sua biblioteca, com chão em mármore, estantes em estilo rococó e
uma coleção de mais de 36.000 livros com encadernações em couro
gravadas a ouro,graças à acção da Ordem Franciscana, incluindo
uma segunda edição de Os Lusíadas de Luís de Camões. Abrange
áreas de estudo tão diversa como a
medicina,farmácia,história,geografia e viagens,filosofia e
teologia,direito canónico e direito civil,matemática,história
natural,sermonária e literatura. Situada ao fundo do segundo piso é
a estrela do palácio, rivalizando em grandiosidade com a Biblioteca
da Abadia de Melk, na Áustria. Construida por Manuel Caetano de
Sousa, tem 88 m de comprimento, 9.5 de largura e 13 de altura. O
magnífico pavimento é revestido de mármore rosa, cinzento e
branco. As estantes de madeira estilo rococó, situadas em duas filas
laterais, separadas por um varandim contêm milhares de volumes
encadernados em couro, testemunhando a extensão do conhecimento
ocidental dos séculos XIV ao XIX. Entre eles muitas jóias
bibliográficas, como incunábulos. Estes volumes magníficos foram
encadernados na oficina local, também por Manuel Caetano de Sousa.”
( 2 )
E
enquanto isso, cá na distante terra dos Goiases, os negros eram
explorados até a morte para garimpar mais e mais ouro. Não havia
estradas, apenas picadas. Infraestrutura alguma era feita além da necessária à mineração e escoação da produção.
Adriano
César Curado
Fonte: ( 1 ) e ( 2 ) Wikipédia
Uma obra faraônica, que consumiu uma fortuna e desfalcou a coroa portuguesa. Fruto das ações megalomaníacas de D. João V, ali foi empregado, de fato, o ouro goiano.
ResponderExcluirEsse seu blog sempre inova nas postagens. Parabéns.
Esse rei absurdamente perdulário não guardou nada do que foi extraído do Brasil, e depois o reino português se empobreceu até acabar. Quem ganhou com a construção de Mafra foi apenas a Igreja.
ResponderExcluirEssa era a função de uma colônia, dar o melhor de si, sem contudo reclamar.
ResponderExcluirPostagem perfeita.