quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O Convento de Mafra



     Você já teve curiosidade para saber o destino do ouro extraído de Goiás? Pois saiba que considerável parte dele foi parar no Convento de Mafra. Nos altares ricos em adornos está boa parte do solo pirenopolino, que para lá foi enviado nas cangalhas das mulas, depois embarcado em navios a vela e, por fim, usado na ornamentação .


     “O trabalho começou a 17 de Novembro de 1717 com um modesto projecto para abrigar 109 frades franciscanos, mas o ouro do Brasil começou a entrar nos cofres portugueses; D. João e o seu arquitecto, Johann Friedrich Ludwig (Ludovice) (que estudara na Itália), iniciaram planos mais ambiciosos. Não se pouparam a despesas. A construção empregou 52 mil trabalhadores e o projeto final acabou por abrigar 330 frades, um palácio real, umas das mais belas bibliotecas da Europa, decorada com mármores preciosos, madeiras exóticas e incontáveis obras de arte. A magnifica basílica foi consagrada no 41.º aniversário do rei, em 22 de Outubro de 1730, com festividades de oito dias.” ( 1 )


     Para se ter uma noção de sua grandiosidade: “O maior tesouro de Mafra é a sua biblioteca, com chão em mármore, estantes em estilo rococó e uma coleção de mais de 36.000 livros com encadernações em couro gravadas a ouro,graças à acção da Ordem Franciscana, incluindo uma segunda edição de Os Lusíadas de Luís de Camões. Abrange áreas de estudo tão diversa como a medicina,farmácia,história,geografia e viagens,filosofia e teologia,direito canónico e direito civil,matemática,história natural,sermonária e literatura. Situada ao fundo do segundo piso é a estrela do palácio, rivalizando em grandiosidade com a Biblioteca da Abadia de Melk, na Áustria. Construida por Manuel Caetano de Sousa, tem 88 m de comprimento, 9.5 de largura e 13 de altura. O magnífico pavimento é revestido de mármore rosa, cinzento e branco. As estantes de madeira estilo rococó, situadas em duas filas laterais, separadas por um varandim contêm milhares de volumes encadernados em couro, testemunhando a extensão do conhecimento ocidental dos séculos XIV ao XIX. Entre eles muitas jóias bibliográficas, como incunábulos. Estes volumes magníficos foram encadernados na oficina local, também por Manuel Caetano de Sousa.” ( 2 )


     E enquanto isso, cá na distante terra dos Goiases, os negros eram explorados até a morte para garimpar mais e mais ouro. Não havia estradas, apenas picadas. Infraestrutura alguma era feita além da necessária à mineração e escoação da produção.

Adriano César Curado

Fonte: ( 1 ) e ( 2 ) Wikipédia


















3 comentários:

  1. Uma obra faraônica, que consumiu uma fortuna e desfalcou a coroa portuguesa. Fruto das ações megalomaníacas de D. João V, ali foi empregado, de fato, o ouro goiano.

    Esse seu blog sempre inova nas postagens. Parabéns.

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  2. Esse rei absurdamente perdulário não guardou nada do que foi extraído do Brasil, e depois o reino português se empobreceu até acabar. Quem ganhou com a construção de Mafra foi apenas a Igreja.

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  3. Essa era a função de uma colônia, dar o melhor de si, sem contudo reclamar.

    Postagem perfeita.

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