Pirenópolis
é uma cidade privilegiada porque fincada em sólidas bases
culturais. A Festa do Divino é Patrimônio Imaterial do Brasil pela
espontaneidade de seu povo, pelo envolvimento da população, todo
mundo unido na vontade de fazer a festa acontecer. As manifestações
culturais pirenopolinas passam de pai para filho e assim seguem pelos
séculos afora. Se esse vínculo hereditário nunca se romper, daqui
a duzentos anos, por exemplo, quem visitar a cidade assistirá às
Cavalhadas, presenciará as palhaçadas dos Mascarados e se encantará
com as Pastorinhas.
Foto: mochileiro.tur.br |
Nossa
cultura já é suficientemente rica e completa. Não precisamos
agregar mais nada ao folclore pirenopolino. Se permanecer tudo
exatamente como está, já ficou bom. A tradição e o tempo devem
caminhar juntos, de mãos dadas e com o compromisso do eterno.
Por tudo
isso, é perigoso introduzir inovações como Cavalhódromo, o
centurião que toca piston antes da entrada dos cavaleiros, a
numeração dos Mascarados e a restrição do seu trânsito pela
cidade, etc. Não precisamos desse tipo de novidade e nem o queremos.
Vamos
valorizar o que temos em casa. O sabor da nossa cozinha, a melodia
dos guizos e polacos, a afinação das Pastorinhas, o encantamento da
Festa do Divino, e por aí vai. Por que trazer gente de fora para se
apresentar em Pirenópolis? Será que aqui não tem artista
suficientemente bom? Por que promover internacionalmente a cidade, em eventos modernos,
se ela já é suficientemente conhecida pelo valor do que conserva?
Adriano
César Curado
Quanto à introdução de culturas alienígenas no folclore, isso é muitíssimo perigoso. É como levar um indivíduo da nossa civilização para o meio de índios isolados. Em pouquíssimo tempo, todos os integrantes da aldeia estarão mortos, por falta de resistência às doenças novas.
ResponderExcluirAcho que o exemplo foi bem sugestivo.
Quanto à valorização de artistas estrangeiros (no sentido restrito da palavra) bem diz aquele ditado popular: santo de casa não faz milagres. Por todos os lados é isso mesmo, só dão valor ao que vem de fora. Não tem jeito, sempre acham que a grama do vizinho é mais verde. Só darão valor na prata da casa, quando a perderem. E isso acontecerá cedo ou tarde.
A verdadeira importância deste seu blog é a discussão sempre atualizada sobre os desafios de Pirenópolis. Poucos espaços na Net têm essa finalidade. Por isso, meus parabéns.
ResponderExcluirVocê tem plena razão nos dois assuntos que abordou hoje. Primeiro, inserir inovações alienígenas no meio cultural nativo é um prenúncio de genocídio cultural. Os pirenopolinos têm que ficar atentos a isso. Segundo, essa história de valorizar gente de fora, só porque tem renome nacional, cá para nós, é brega demais.
A cultura de um povo tem de partir naturalmente de seus integrantes. Nenhuma manifestação cultural sobrevive se não for espontânea. Não adianta impor algo a um grupo social e querer que aquilo se transforme em folclore, porque não vai pegar.
ResponderExcluirPor outro lado, cuidado com o agregar de valores alienígenas às cultural nativas, porque pode haver contaminação e morte. Isso é um eterno vigiar.
Linda a sua postagem, meus parabéns, poeta.
Que bonito ver uma cultura ainda viva, como o fogo que arde e dá prazer ao espetáculo.
ResponderExcluirSe não fosse esta terra tão rica em cultura, ninguém viria para cá, nem talvez existisse mais esta cidade e seus encantos. Portanto, devemos preservar o que é nosso e lutar para que não apaguem nossa história.
ResponderExcluirO normal é que toda tradição, com o escoar do tempo, acabe ou desbote. É incrível que a tradição pirenopolina resista a tanta tempo intacta. E por isso deve ser cuidada com muito mimo.
ResponderExcluirLinda sua postagem.
Parabéns
Pirenópolis, você que ainda tem tradição para manter, preserve-a enquanto é tempo!
ResponderExcluirPrecisamos apenas do que é nosso e não dos outros, turistas, gente que não acrescenta em Piri, só faz diminuir...Parabéns primo pela publicação!!!
ResponderExcluirÉ verdade, a cidade tem que preservar o que é seu e deixar para lá o alheio.
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