Foto: Adriano Luis Furini |
A respeito da fotografia acima, escreveu Adriano Luis Furini, um dos responsáveis pela restauração da Igreja do Bonfim, em sua página no facebook:
“Sr. Zuca, 80 anos, segunda geração de Mestre Marceneiro (carapina), que com paixão tem me ajudado na restauração da igreja (do Bonfim). Segue os passos do pai, que trabalhou na igreja até a década de 1940, cuja assinatura encostrei em vários locais. O filho, a terceira geração, tem feito a parte de marcenaria para mim. Este é o Nosso Senhor dos Passos que ganhou nova estrutura toda articulada, aposentando a antiga, emprestada provavelmente de outro santo bem menor.
Morando na rua da igreja há gerações, são verdadeiros guardiões do nosso patrimônio, preservando com a mesma técnica e sabedoria dos antepassados, todo um conhecimento e história da Igreja do Bonfim. Assim como Dona Santinha, de 90 anos, que acompanha rigorosamente nossa obra, e outros moradores que têm nos olhos e no coração verdadeira paixão por esta igreja. Nada melhor que ver nos olhos destas pessoas o encantamento em cada etapa cumprida, fruto do respeito que temos tido com nosso trabalho de restauração, pela obra e pela comunidade. Caminhamos para o fim da restauração e a comunidade para o começo de uma nova apropriação do velho passado.”
Eu o questionei sobre a necessidade de restauração da imagem e ele me respondeu:
“A antiga roca foi uma adaptação que o pai do Sr. Zuca e outros membros da Irmandade (do Santíssimo Sacramento), em certo período, ajeitou há muito tempo, para sair em uma procissão. Provavelmente, a Roca pertencente ao conjunto de cabeça e membros se perdeu ao longo do tempo, já não sendo mais a original. Os artistas eram muito qualificados neste período, ainda mais este desta imagem, que é perfeita em anatomia. Jamais colocariam uma roca desproporcional em tamanho, largura e altura, com braços de enchimento de crina de cavalo. Nas igrejas sempre tinha várias rocas, porque aí podia colocar a mesma cabeça e mãos em varias posições de acordo com cada um dos paços, quando não tinham membros suficientes para cada cena. Esta roca nova é uma segunda opção de montagem mais proporcional e segura, para a parte realmente importante, membros e cabeça, que se estragavam muito com os braços de pano, fixados com pregos no sec. XX, tendo que ser amarados à cruz, e quando soltos batiam no chão de tão compridos.
Adriano Curado, observe o tamanho da cabeça do Cristo perto da do Senhor Zuca. A roca antiga é do tamanho dele de joelhos. A antiga está também na igreja e irá permanecer lá. Veja que a roca é um suporte, como é o chassi para uma tela, fundamentais mas nunca feito para serem vistos. Entretanto, sua qualidade é fundamental para a proteção da obra de arte, ainda mais quando estão ainda em função, como esta, que se desloca muito, pelo que vi na procissão estes dias, chegando cansada e molhada, como chegou de volta ao Bonfim. Ela está é pedindo para aposentar.”
Linda sua postagem sobre a restauração do Bonfim. Espero que o velho templo seja logo entregue à população.
ResponderExcluirNão sei se a reforma do senhor dos Passos está concluída, mas deveria colocar enchimento na Imagem, como vimos na procissão, a reforma ficou ótima mas falta "encorpar". Obs: Ele é cabeçudo, só reparei quando o vi na igreja no Sábado!
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