“Um dia desses resolvi prestar atenção na conversa do pessoal do trabalho e comecei a rir sozinha. Era véspera de Carnaval e o tema era onde cada um passaria o feriadão. A parte que me deliciei era que, de cada 10 pessoas, 10 planejavam vir a Pirenópolis. Alguns tinham intenção de descansar, aproveitar as cachoeiras; outros, de curtir a festa. Tinha ainda os que queriam passar apenas o dia.
Que magia é essa que envolve a Terrinha? Juro que, objetivamente, não sei dizer. Falta infraestrutura turística, preparo para a recepção dos visitantes… Mas então comecei a lembrar dos detalhes de minha cidade. Aquele céu naturalmente magnífico, o ar puro, o sol maravilhoso que só os sábados de Piri sabem ter. Lembrei das ruas de pedra, das casas antigas (cheias de lembranças), da Igreja (linda!), da ponte, dos quintais. Fui ainda mais longe quando senti o cheiro das quitandas saindo do forno da avó, senti o vento fresco no rosto daquela sombra da mangueira… e juro, cheguei a ouvir parte do hino do Divino.
Sabe, essas coisas de alma não tem jeito mesmo! Voltei então à realidade e percebi que eu continuava em frente ao computador daquela sala impessoal, com aquele ar condicionado de doer os ossos… Senti um aperto, era mesmo saudades. Estava na hora de fazer as malas.
Mesmo com problemas, mesmo às vezes sentindo que Pirenópolis poderia crescer, evoluir com mais empenho; tenho que admitir: depois de uma semana pesada, ter onde me esconder é bom demais! Bandeiras não é o único a ter uma Pasárgada. Amém!”
Texto de Thamyris Fernandes, publicado em AGITA PIRENÓPOLIS
Lindo o texto, tanto que deu uma vontade louca de correr para a terrinha...!
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