Esta foto tem 86 anos, foi tirada em 1927, na Festa do Divino de Aristhel Jacinto da Silva. O motivo de postá-la aqui é fazer um comentário. O casarão que está todo enfeitado já foi importante, residência de pessoas ilustres, mas é hoje apenas uma galeria de lojinhas e também um hotel. A imagem noturna do local dá bem uma noção de como é na atualidade.
Quando a cidade deixa de ser tão-só histórica e se torna também turística, perde aos poucos a identidade, vai-se transformando em cenário. O exemplo maior disso é Caldas Novas.
O plano diretor é importante para se delimitar o que pode ser comércio ou residência. Se isso não ocorrer, o Centro Histórico se tornará, aos poucos, um imenso e frio mercado.
Adriano Curado
Precisamos cuidar sempre de proteger o que é nosso. Em Caldas Novas, "dormimos de botina" e a grana que veio de fora foi ocupando espaços feito água de enchente. O resultado é o que se vê: a ntureza desapareceu, o histórico sumiu (salvou-se apenas a Igreja de Nossa Senhora das Dores, porque tive coragem de enfrentar a ganância de um padre que anunciou a sua demolição; salvei a Igreja e ganhei um processo judicial que se estendeu por dois anos e meio, e escapei - mas a Igreja continua de pé, ainda que, por dentro, "mutilada").
ResponderExcluirO tempo é coisa que não corre e nem atrasa. E também não anda de ré. Penso que a arquitetura destas casas são originalmente apropriadas para que seus cômodos anteriores possam ser transformadas em comércio. Assim é e sempre foi. Meia ponte já foi um importante centro mercantil. Obviamente outros produtos eram procurados. O comércio faz parte da subsistência de qualquer núcleo urbano, chega ser até o que lhe define e o que compõe seu centro. Como cidade histórica e a cidade turística se confundem, sobrepõe-se e se definem, não há como não haver comércio em seu centro, no caso o Centro Histórico, que não aquele de produtos procurados pelos turistas. Portanto, eu, particularmente, não vejo nada de anormal, nem histórica e turisticamente, na transformação de janelas em portas, portas em janelas, residências em comércios. Feições mudam pois a sociedade muda. Aumento demográfico, tecnologia das carroças, vias de acesso, etc.
ResponderExcluirQuanto ao plano diretor, se representantes defensores do patrimônio e do turismo não se fizerem presentes nas discussões, ele será desenvolvido por especuladores da terra e loteadores. Ademais, é tão comum o desrespeito de nós, brasileiros, em especial os políticos e servidores, com a legislação, constituição, lei orgânica e plano diretor, somados à elaboração destas leis alheias às reais necessidades da população, repleta de pobres, que por fim, a lei escrita não garante a a ação real pública e o uso dos espaços pela sociedade. Em suma, não há como controlar o futuro, que não será feito por nos, que seremos seu passado.
Há 4 anos estou, sozinho, "tombado" (ou derrubado!) no Museu do Carmo, arte sacra... Trabalho em condições precárias... Pirenopolinos, praticamente, não visitam a Igreja do Carmo, onde está o Museu. Alguns passam na porta e dizem "Já conheço isso aí tudo"... Então, o problema é muito mais profundo... Graças a Deus, gente culta e interessada visita Pirenópolis!
ResponderExcluirO plano diretor é uma peça importante na organização do território urbano de Pirenópolis, ele tem que ser acompanhado por todos, principalmente por pessoas capazes de perceber o que encanta e o que toca a alma.
ResponderExcluirEu mesma já fui algumas vezes na igreja depois que restaurou..gosto das músicas sacras e ficar olhando os detalhes das cores. Acho o máximo o cofre com as várias cjave e a pintura dele é perfeita.
ResponderExcluirO povo Pirenopolino tem que ter professores apaixonados em sala de aula pela história da cidade. E de lá que surge a vontade de pesquisar.
Precisa o pessoal incentivar aos contadores de histórias daqueles bons mesmo.. ir para rua, chamar a atenção, despertar interesse, usarem os artistas locais em aulas de artesanato e cultura para os jovens.
Criar programas de jovens aprendizes, fazer a garotada conhecer o que a cidade produz de melhor que é a própria história
Enfim, as ações públicas devem sair das paredes de escritórios e gabinetes e produzir sonhos concretos. Aí sim...o patrimônio histórico no futuro estará bem guardado.
É a minha opinião.
Grata.
Cobrir as fachadas dos casarões com mercadorias, letreiros, objetos e cores duvidosas deveria ser proibido. A poluição visual prejudica a compreensão do que é um centro histórico tombado, a apreciação de suas características "originais" e a visualização do conjunto. As ruas da cidade parecem mais uma grande feira. Grande parte dos centros tombados possuem normas quanto à colocação de letreiros e mercadorias na parte exterior das lojas, afim de manter a integridade física e estética dos bens. Além de normas, um plano diretor que leve em conta a identidade do povo e da cidade é imprescindível. Bacana, Adriano.
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