SÉRIE: PATRONOS DA APLAM
FRANCISCO INÁCIO DA LUZ
Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música
Francisco Inácio da
Luz (Pirenópolis 21.02.1821 – 27.08.1878) foi músico,
compositor, instrumentista, regente, pintor, escultor, inventor e
marceneiro.
Filho do professor e
grande musicista José Inácio do Nascimento e de Ana da Glória, que
era filha do padre Francisco Inácio de Faria Vivas, estudou com o
pai o curso primário. Depois estudou humanidades no colégio do
padre Manuel Pereira de Sousa e teve como colegas os irmãos André e
João Augusto de Pádua Fleury e o padre José Joaquim do Nascimento.
Depois disso, resolveu
seguir a vida eclesiástica e, em 10.03.1844, ordenou-se na Cidade
Goiás pelo bispo Dom Francisco Ferreira de Azevedo. Como patrimônio
de dua ordenação, recebeu de doação de seus pais, em 18.08.1843,
o casarão que está localizado bem em frente à Matriz.
Padre Francisco era capelão do Carmo |
No ofício de sacerdote,
foi coadjutor de seu primo, vigário José Joaquim do Nascimento, e
também capelão da capela filial da Igreja do Carmo. Aproximadamente
onde hoje está a Aldeia da Paz, ele edificou um sobrado. Em 1870,
tornou-se capelão provisório de Santana das Antas, hoje Anápolis,
e quando o local se tornou uma freguesia (06.08.1873), continuou como
seu pároco até 11.03.1875, ocasião em que, sendo desrespeitado por
pessoas da sociedade anapolina, voltou para Pirenópolis.
Jarbas Jayme o define
assim: “Bom marceneiro, hábil mecânico, pintor exímio e
musicista renomado. Nos arquivos musicais de Pirenópolis,
encontram-se belíssimas e extraordinárias produções desse grande
discípulo da Euterpe.” O mesmo autor conta interessante causo a
seu respeito: “Fez um realejo que causava admiração aos que o
ouviam. Tivemos ocasião de falar com pessoas que conheceram dito
instrumento, de entre elas, o major Silvino Odorico de Siqueira,
discípulo do padre Francisco.” (Jayme, Famílias, p. 331.)
Segundo Braz de Pina,
durante sua época de estudante Francisco Inácio da Luz foi para o
Rio de Janeiro e lá teve contato com os grandes expoentes da música
da época. A capital do Brasil estava em efervescência cultural e
muitas eram as novidades vindas da Europa. Ao retornar à sua terra
natal, trouxe músicas sacras, teatrais etc., novidades que lecionou
a seu brilhante irmão Antônio da Costa Nascimento, que passou a
executar com perfeição flauta, clarinete e saxofone. (Pina, p. 8.)
Na casa da esquerda morou padre Francisco. Foto de Arnaldo Lobato |
Por volta do ano de 1858,
Francisco Inácio da Luz fundou a segunda orquestra de nossa cidade.
A primeira foi criada pelo Vigário José Joaquim Pereira da Veiga
uma década antes. A segunda orquestra era composta por: flauta,
Antônio da Costa Nascimento; 1° violino, Francisco Inácio da Luz;
2° violino, Teodolino Graciano de Pina; clarinete, José Inácio da
Cunha Teles; violoncelo, José Inácio do Nascimento Júnior; e
oficleide, José Rafael da Cunha Teles. (Jayme, Esboço, p. 247.)
Por contar com talentosos
artistas, a segunda orquestra foi maravilhosa. Executava trechos das
óperas dos compositores da moda na época, como Vincezo Bellini
(1801 – 1835). Na interpretação de árias religiosas, contavam
com o valoroso apoio dos irmãos Braz e Teodoro de Pina, que cantavam
esplendorosamente. Quando se mudou para Santana das Antas, Francisco
passou a direção da orquestra a seu irmão Tonico, que por ser
homem de difícil trato, levou-a ao fim, quando dela se afastaram os
músicos.
Tonico do Padre, irmão de padre Francisco |
Com Maria Francisca de Almeida, filha do capitão Manuel Joaquim de Almeira e Ana Maria da Conceição, teve sete filhos: Francisco Inácio da Luz (Chiquinho do Padre), Querubina Francisca da Luz, Ana Francisca da Luz, Benedita Francisca da Luz, Bárbara Generosa da Luz, Guilhermina Francisca da Luz e Rosa da Luz Nascimento. (Jayme, Famílias, p. 332/333).
Foi também bom marceneiro, mecânico, pintor exímio e renomado musicista. Foi o fundador da Banda de Música Euterpe, para a qual aproveitou instrumentos remanescentes da velha banda da Guarda Nacional, de Joaquim Alves de Oliveira.
Francisco Inácio da Luz, ao estudar música com mestres cariocas, mudou a história cultural de Meia Ponte. A partir dele, a evolução musical de nossa terra foi intensam, com modernização harmônica e atualização de temas. Por tudo isso, é Patrono da Cadeira n° VI da Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música.
Foi também bom marceneiro, mecânico, pintor exímio e renomado musicista. Foi o fundador da Banda de Música Euterpe, para a qual aproveitou instrumentos remanescentes da velha banda da Guarda Nacional, de Joaquim Alves de Oliveira.
Francisco Inácio da Luz, ao estudar música com mestres cariocas, mudou a história cultural de Meia Ponte. A partir dele, a evolução musical de nossa terra foi intensam, com modernização harmônica e atualização de temas. Por tudo isso, é Patrono da Cadeira n° VI da Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música.
Adriano Curado
Bibliografia:
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ed.). Notícia Geral da Capitania de Goiás em 1783. Goiânia:
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Goiás, Universidade Federal de Goiás; Brasília: Solo Editores,
1996.
JAYME, Jarbas. Cinco
vultos meiapontenses. Goiânia, Edição Revista Genealógica de São
Paulo.
1943.
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___. Famílias
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1973. Vol. II.
MARCONDES, Marcos.
Enciclopédia da Música Brasileira. São Paulo: Publifolha, 1998.
LUDOVICO, Thaís Lobosque
Aquino. UNES Ludovico. Um artista no sertão. 2006, dissertação de
mestrado. Revista UFG.
MENDONÇA, Belkiss
Spencière Carneiro de. A música em Goiás. 2. ed., Goiânia,
Editora da
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Goiás, 1981.
PINA, Braz Wilson Pompeu
de. Antônio da Costa Nascimento (Tonico do Padre), um músico no
sertão brasileiro.
Revista Goiana de Artes, Instituto de Artes da UFG. Vol. 7, N 1º –
jan./Dez. De
1986.
PINTO, Marshal G. Da
missa ao Divino Espírito Santo ao Credo de São José do Tocantins.
Dissertação de Mestrado
apresentada na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de
São Paulo. São Paulo:
2002
SAINT-HILAIRE, Auguste
de. Viagem à província de Goiás. Tradução de Regina Regis
Junqueira,
prefácio de Mário
Guimarães Ferri. Belo Horizonte, Editora Itatiaia; São Paulo,
Editora da USP,
1975a.
___. Viagem às nascentes
do rio S. Francisco. Tradução de Regina Regis Junqueira, prefácio
de
Mário Guimarães Ferri.
Belo Horizonte, Editora Itatiaia; São Paulo, Editora da USP, 1975b.
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