"Aô, Goiás, mundão deserdado de gente, terra de lonjura. Fui dar uma voltinha de pedal, por detrás de um morrinho, destes que a gente avista da sacada de casa. Mas, quá, que mundão. Espingarda de goiano deve de ser boa por demais da conta, um tirinho deste de por detrás do morrinho tem que alcançar longe à ufa. Sai ao final do dia neste intuito e o trem de chão, num sobe e desce louco, nunca que terminava. O sol se foi e a noite se adentrou de tal maneira que o breu de tão envolvente só me deixou o facho de uma luzinha tremeluzente da lanterna que, graças a Deus, foi minha guia. 41 km e 3 horas de pedal finalizado numa cobertura de estrela tão grande que, minha Nossa Senhora nos proteja, me senti pequenininho. Não sabia se a estrela Dalva escorria sua prata para terra ou era a lanterna de um disco voador de tão brilhante. O tal dos vagalumes era dum tanto que só não confundi o céu com a terra porque estrela não pisca amontoada daquela maneira. Queria fotografar para vocês verem, mas uma luz como daquele rincão não se captura, é só lá mesmo. Cheguei tarde, todo doido, mas cheguei. Apois..."
Texto de Mauro Henrique Dias da Cruz
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Adriano Curado