Alunas do Colégio em desfile em 7.10.1956 |
“Tínhamos, em
Pirenópolis, o Internato das Irmãs Carmelitas da Divina
Providência. Essa congregação religiosa tinha a sua sede em
Mariana, Minas Gerais, e dependia juridicamente do Arcebispado de
Mariana. Nosso Arcebispo, que era irmão do Arcebispo de Mariana,
conseguiu a vinda das irmãs para Pirenópolis. O prédio foi
construído pelo fabriqueiro da Paróquia, o benemérito Comendador
Cristóvão de Oliveira. Dom Emanuel, que construiu colégios em
várias cidades de Goiás, me disse, um dia, que o único lugar do
Estado em que precisou comprar terreno para colégio foi em
Pirenópolis. Nas outras cidades sempre os terrenos foram doados.
Construção do Colégio |
Na compra do terreno e na
construção dos primeiros pavilhões do colégio, foram aplicados
recursos obtidos na alienação de quase todo o patrimônio de Nossa
Senhora Santana do Rio do Peixe. O prédio ficou ao lado da mimosa
Igreja do Carmo, que servia para as atividades religiosas das irmãs,
as quais cuidavam muito bem da Capela.
O Colégio na atualidade é o abrigo Aldeia da Paz |
Quando cheguei a
Pirenópolis, em 1956, o colégio estava funcionando de vento em
popa. Eram mais ou menos doze irmãs, umas sessenta internas mais as
alunas da escola doméstica e grande número de externas.
Naqueles anos, o padre
tinha que fazer tudo. Não havia ainda, por exemplo, o Ministério da
Eucaristia. Por isso eu tinha de me virar para poder dar um
atendimento espiritual àquela casa religiosa. Naquela época não
celebrávamos missas vespertinas. Só pela manhã. Por isso,
estabelecemos um modo de atendimento que satisfizesse à Paróquia e
às religiosas. Às segundas, quartas e sextas, eu dava a comunhão,
às 6h30, no Carmo, e celebrava às 7h, na Matriz. Às terças,
quintas e sábados, celebrava no Carmo, às 6h30, e dava Comunhão na
Matriz, às 7h30. Aos domingos, celebrava às 6h30, no Carmo, às
8h30, na Matriz. E mais: todas as tardes de terça-feira eu ia
atender a confissões, no Carmo, para as alunas. E, nas
sextas-feiras, para as irmãs. De quando em quando, eu fazia uma
palestra para as alunas, no período das aulas.
Alunas do Colégio na década de 1960 |
Era exigência da Madre
Geral que as irmãs tivessem atendimento diário nas suas
necessidades espirituais. Por isso, salvo raríssimas exceções, as
visitas às comunidades rurais, ou capelas, como dizíamos, eram
realizadas sempre em dias da semana.”
Texto integralmente
extraído do livro: FLEURY, Nelson Rafael. Histórias não
contadas. Goiânia: PUC, 2010, p. 45-6.
O Colégio Nossa Senhora do Carmo foi uma importante escola que formou muitas pessoas ilustres e destacadas. Lamentamos muito a sua descontinuidade.
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