segunda-feira, 14 de maio de 2012

Entrevista com Ita e Alaor

Foto: educared.org

PROJETO MINHA TERRA
COLÉGIO ESTADUAL COM. CHRISTÓVAM DE OLIVEIRA
PIRENÓPOLIS – GOIÁS
24 de outubro de 2007

Entrevista com Ita e Alaor

O que a senhora sabe sobre a origem da peça teatral Pastorinhas, em Pirenópolis?
R: “Essa peça foi trazida pelo Telegrafista Alonso, na época da Festa do Divino de 1922 e acabou se tornando uma tradição de Pirenópolis. Como Alonso não queria deixar a peça na cidade, a peça teatral Pastorinhas foi “furtada” por Joaquim Tomás de Aquino que copiou as canções cantadas por Alonso e, com a ajuda de Propício de Pina a peça teatral foi orquestrada”.

Qual o significado religioso e cultural?
R: “Pastorinhas é uma peça onde a Contramestra que pertence ao cordão azul, está sendo seduzida por Lusbel, um homem bonito que na verdade é o demônio. Mas a Contramestra sempre está rebatendo suas tentações em forma de canções e com a ajuda do Arcanjo Miguel. A peça também é um alto natalino que lembra o nascimento de Jesus e as três virtudes: Fé ( na peça representada pela cruz e pela cor azul ), Esperança ( representada pela âncora e pela cor verde ) e Caridade ( representada pelo coração e pela cor vermelha ). A peça contem 33 personagens onde quase todos cantam com a ajuda da orquestra, composta por seis músicos; dois violinos; um trombone; um violão; duas clarinetas e um cavaquim”.

Em que ano a senhora e seu Alaor assumiram a direção?
R: “Já faz vinte e três anos em que dirigimos a peça. Mas antes de nós, que eu me lembre foi: Alonso, em seguida Luiz de Aquino Alves, depois foi Braz Wilson Pompeu de Pina, depois a Neves Brandão e só então nós assumimos a peça. Bom nós no começo não queríamos assumir a peça, porque era muito trabalho e os gastos eram muitos. Mas depois que assumimos a peça e vimos como essa peça ficou no palco, percebemos que o trabalho é muito gratificante”.

Após assumirem a direção os senhores acrescentaram algo a mais na peça ou preservaram a original?
R: “Acrescentamos sim. Depois que terminavam de apresentar a peça original, eu sempre perguntava se o público gostou da peça. Bom eles diziam que sim, só que era muito cansativo, pois a peça original durava quatro horas. Então, nós aceleramos as músicas mudamos alguns paços, não repetimos algumas canções e versos, mas há sempre algo que não pode faltar”.

Quem são os autores das músicas tocadas durante a apresentação?
R: “As músicas eram cantadas por Alonso e por seu grupo. Mas depois o Mestre Propício de Pina reescreveu e orquestrou a peça que utilizava apenas instrumentos de sopro, que dava um som pesado a peça. Depois José Joaquim do Nascimento refez a segunda orquestra que é usada atualmente nas peças”.

Durante esses anos como tem sido a repercussão das apresentações?
R: “De apaixonar, com os violinos e o violão, a peça ganhou um som mais suave e delicado”.

A peça já foi apresentada fora de Pirenópolis?
R: “Sim. A peça já foi apresentada em São Paulo; Brasília; Goiânia; Caldas Novas; Jaraguá; Goianésia e Goiás Velho”.

Que mensagem vocês deixariam para os jovens, quanto a importância histórica e cultural das pastorinhas?
R: “Os jovens, adultos e todos os públicos se encantam com a peça As Pastorinhas e eu espero que o bailado, o folclore, as romarias, as danças e as serenatas que representam toda a Festa do Divino sejam lembrados por todos”.

Neylon Jacob de Barros
Ronypeterson Morais Miranda 
Thársis Gabryel Gomes
Alunos do Colégio Estadual Comendador Christóvam de Oliveira

6 comentários:

  1. Maria Célia de Oliveira14 de maio de 2012 às 22:03

    Que linda essa entrevista, Adriano, ficou uma postagem muito emocionante. Ai que saudades desses dois.

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  2. Quanta saudade... A Missa do Divino sem o solo de Dona Ita não é e nunca mais sera como antes, faz falta...rs

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  3. É maravilhoso quando você detampa a relembrar pessoas que atuaram na história goiana. Linda essa entrevista, o autor dela está de parabéns.

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  4. Grandes nomes merecem sempre serem lembrados.

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  5. Assisti esse casal tocando há uns quatro anos atrás. Fiquei triste quando soube da morte dela. Grandes artistas.

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  6. Rosa Elvira Gomes de Alencar16 de maio de 2012 às 12:35

    Esse casal e seus violinos mágicos fazem imensidão de falta nas festividades de Pirenópolis.

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