SÉRIE BIOGRAFIAS
LAURITA VITORIANO DA VEIGA
LAURITA VITORIANO DA VEIGA
Laurita Vitoriano da Veiga (Campos Belos, 19/07/1939) é cantora, folclorista, bordadeira, professora, griô e rezadeira.
Filha de Austeclínio Vitoriano e de Idalina da Veiga, embora tenha nascido em Campos Belos/GO, mudou-se para Pirenópolis com um ano de idade, cidade natal de sua mãe, onde mora até hoje. Foi criada pela mãe e pelo padrasto, Sebastião Profeta do Amaral (Bastião de Chica), e ganhou dez irmãos.
Bastião de Chica, padrasto de Laurita, homem de grande sabedoria |
Como é a mais velha dos irmãos, trabalhou muito e ajudou a criá-los, mas nem por isso deixou de brincar e cantar. Cantar era o que mais gostava. Aprendeu as primeiras letras em casa, pois naquela época só se ia à escola depois de conhecer o alfabeto.
Casarão onde funcionou a Escola Com. Joaquim Alves |
Laurita fazia de tudo um pouco. Lavava roupa no rio - roupa da família e também para fora, um meio de ganhar dinheiro. Do mesmo modo, cozinhava, fazia adobe, buscava lenha no mato, vendia legumes e frutas, ajudava a matar porco, fazia farinha, socava arroz no pilão, fazia aberém e catava frutos do mato.
Outra atividade sua era garimpar o mineral rutilo no Rio das Almas e também na terra. Leone Mendonça comprava e vendia para a produção de veículos durante a Segunda Guerra Mundial.
Aprendeu a bordar muito cedo com sua mãe. Bordava e ainda borda vários tipos de pontos.
Cresceu com participação ativa nas rezas e terços. Foi com sua madrinha Rita Moreira, com sua mãe Idalina e com Maria Isabel da Veiga, mais tarde sua sogra, que aprendeu mais rezas e hinos. Aprendeu também difícil hino religioso Resposta do Perdão, e todos os cânticos das procissões.
Com 18 anos casou-se com o sapateiro Benedito Consuelo da Veiga (Dito Consuelo), com quem teve oito filhos. Seu esposo também fazia parte do grupo de rezadores. Com o tempo, o casal ficou responsável pelas rezas. E após o falecimento de seu marido, seguem apenas dona Laurita e duas de suas filhas com a tradição que já está no fim.
Foi com o dinheiro dos bordados, especialmente enxovais de bebês e noivas, que tirou o sustento da família e ajudou no estudo de todos os filhos.
Reinado de N. S. do Rosário em Pirenópolis |
Laurita e seu esposo, com um grupo pirenopolino, participaram da gravação de um LP (Long-Play) intitulado: Música do Povo de Goiás. Trabalho de alunas da Universidade Federal de Goiás (UFG), sob orientação do maestro Braz Wilson Pompêo de Pina Filho e da soprano Maria Augusta Calado, com apoio da Secretaria de Educação e Cultura.
Participa
do Grupo dos Griôs da Guaimbê desde 2005 até hoje, onde atuou em
várias peças de teatro: Domingas e sua Burrinha, Opereta Caipira, O Tal
do Quintal, Memorial dos Ossos, dentre outras. O griô é um indivíduo que numa comunidade detém a memória do grupo e funciona como divulgador de tradições.
Foi tema nos livros: Caminhando com as Guerreiras - Criação Guaimbê, 2008; Flor de Pequi: Brincadeiras Populares – Criação Guaimbê, 2008;
Coparticipou dos livros: Caminhos de Pirenópolis – Criação Guaimbê; A Vida Diferente – Criação Guaimbê, 2008; Andanças pelo Goiás – Criação Guaimbê, 2008; Brasil Memória em Rede: Um Novo Jeito de Conhecer o País – editora Casa Aberta, 2010; Criancerias de Quintal – Criação Guaimbê, 2015.
Foi tema nos livros: Caminhando com as Guerreiras - Criação Guaimbê, 2008; Flor de Pequi: Brincadeiras Populares – Criação Guaimbê, 2008;
Coparticipou dos livros: Caminhos de Pirenópolis – Criação Guaimbê; A Vida Diferente – Criação Guaimbê, 2008; Andanças pelo Goiás – Criação Guaimbê, 2008; Brasil Memória em Rede: Um Novo Jeito de Conhecer o País – editora Casa Aberta, 2010; Criancerias de Quintal – Criação Guaimbê, 2015.
Participou também das gravações dos seguintes Compact Disc (CD): Extremosa Rosa, com Roberto Correa, 2001 no Zen Studio, Brasília. Cantos de Presépio e Cantos de Mutirão – Coleção Vozes do Bonfim, 2008.
Foi presidente do grupo Renascença da Terceira Idade de Pirenópolis de 2002 a 2004. Atualmente é vice-presidente da Associação de Mulheres do Bonfim, onde desenvolve trabalho voluntário com aulas de bordado.
As modas do cancioneiro popular foram aprendidas com sua mãe e até hoje canta nas festas e serestas.
Eleita para a Academia Pirenopolina de Letras, Artes e Música (APLAM), tomou posse em 27/08/2016, Cadeira XL Patrono: Marlene Fleury.
Posse dos novos Membros Efetivos da APLAM |
- Texto baseado no trabalho de pesquisa de Laurita Vitoriano da Veiga e de sua família.
- Foto do perfil: Thais Valle
Adriano Curado
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