Em Pirenópolis
da minha infância
eu brincava
no limpo Rio das Almas
e meu espírito se purificava
na doçura daquele lugar.
Vida alegre na infância,
na grande casa
assoalhada da vovó,
de corredores infinitos
que conduziam ao sonho.
De manhã, sabiá na laranjeira,
quitandas assadas
no forno de barro branco.
Eu brincava de fazendeiro,
tinha vacas e bezerros
feitos de manga ou chuchu.
De noite, no fogão a lenha,
borralho crepitante,
tinha histórias de assombração.
Demorava a ferrar no sono,
e então ouvia um violão
uma flauta, uma cantora,
lá no luar da calçada.
A vida era bem vivida,
a alma de criança inocente,
sem medo de quase nada,
só das assombrações dos causos
e da rapidez da infância.
Aonde está aquele menino?
Creio que foi pescar no Almas
e se perdeu no emaranhado
dos becos da própria lembrança.
Adriano César Curado
(2012)
Saudades da minha infância cheia de peraltices inocentes e boas recordações.
ResponderExcluirLendo o conto, também lembrei de minha infância, da inocência de um menino do interior, que só pensava e praticava meninices de pura inocência. De brincadeiras,de chupar jaboticabas dos galhos que passavam do muro para a rua, das peladas no "campinho de terra, dos pés de goiaba e do grupo escolar. Êta tempo bão: sô Adriano.
ResponderExcluirPerfeito esse seu poema, lindo e maravilhoso, que bem descreve a vida tranquila do interior de outrora. Tenho certeza de que os meninos de hoje, lá na Pirenópolis da atualidade, não podem mais desfrutar de infância tão puro e bela.
ResponderExcluirParabéns, caro Adriano, esta sua postagem é das melhores que já li aqui.
A capitação suprema da saudável infância no interior de se mesmo. Você sintetizou com maestria esse tema e por isso está de parabéns.
ResponderExcluirQue belo esse seu poema, Adriano! Sua infância deve ter sido maravilhosa.
ResponderExcluirEsses sons da infância sempre nos visitam em horas tardias.
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