"Diferentemente
das Minas Gerais, o ciclo do ouro em Goiás durou pouco. O que
ocorreu em Luziânia se repetiu em Pirenópolis, com milhares de
garimpeiros indo embora. No entanto, a antiga Meia Ponte manteve um
núcleo urbano considerado populoso para a época porque era
importante centro de distribuição de mercadorias entre o longínquo
Centro-Oeste e o rico Sudeste, nos séculos 18 e 19. Além da
cana-de-açúcar, fazendas pirenopolinas produziam algodão para
exportação nos anos 1800. Com isso, atraíam comerciantes e
intelectuais, o que tornava a sua vida mais glamorosa que nos demais
povoamentos goianos.
Ainda no
século 19 e com o nome de Meia Ponte, Pirenópolis tornou-se o berço
da música e da imprensa goianas. Lá surgiu o primeiro jornal do
Centro Oeste brasileiro, o Matutina Meiapontense. Somente em 1890, a
cidade passou a se chamar Pirenópolis — o município dos Pireneus,
nome dado à serra que a circunda. Mesmo com a inauguração de
Goiânia e de Brasília e a consequente povoação do Centro-Oeste, a
cidade ficou isolada durante grande parte do século 20, sendo
redescoberta nos anos 1970, quando começou a virar destino
turístico.
Hoje,
Pirenópolis é famosa pelo turismo e pela produção do quartzito, a
“pedra de Pirenópolis”. Ambos movem a economia local. Mas muito
do período da corrida ao ouro ainda se mantém vivo na cidade. Ela
não experimentou o boom populacional de Luziânia nas últimas três
décadas e preservou grande parte do seu casario. “A cidade tem 250
imóveis com vários níveis de preservação que remontam do período
colonial, art decô e eclético, além de 250 que chamamos de falsos
históricos, híbridos, que remetem à aparência do colonial”,
destaca o chefe do escritório técnico do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Pirenópolis, Paulo
Sérgio Galeão."
Texto
publicado no encarte Brasil Colônia, do Correio Braziliense.
Lindo texto do Correio, que bem mostra a história da nossa querida Piri.
ResponderExcluirUm verdadeira aula de história sobre o centro oeste brasileiro.
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