SÉRIE
PERSONALIDADES
CASAL
ADELAIDE JAIME DE SIQUEIRA
E JOSAFÁ DE SIQUEIRA
O casal Adelaida Jaime de Siqueira (Pirenópolis 22.10.1890 –
6.10.1978) e Josafá de Siqueira (Pirenópolis 8.10.1888 –
25.5.1961), que sempre viveu em Pirenópolis, deixou numerosa
descendência, hoje espalhada pelo País. Eles foram pessoas humildes, que
sempre lutaram com dificuldades para criar os filhos.
Josafá de Siqueira |
Casaram-se na Matriz de Pirenópolis e tiveram os seguintes filhos:
Benedito, Aristides, Sebastião, Ana, Inácia, Belinha, Conceição,
Maria, Geralda e Roque, todos casados e com sucessão.
Adelaide Jayme de Siqueira |
Josafá foi músico da Banda Euterpe, à época de Silvino Odorico
de Siqueira. Foi também funcionário público, onde exercia uma
função penosa, que era abrir estradas no comando de vários homens
e o único recurso que tinham era picaretas e alavancas. Uma das
estradas abertas por Josafá é a que hoje liga Pirenópolis a
Goianésia, o asfalto apenas alargou o caminho por ele traçado há
mais de cinquenta anos.
Ponte sobre o Lava Pés e a casa branca do casal, à esquerda. Foto João Basílio |
Antes de se dedicar a abrir caminhos pelo cerrado, Josafá era o
funcionário da Prefeitura Municipal responsável pelo pedágio do
Córrego Lava Pés, na entrada da cidade. É que havia uma lei
municipal que determinava a cobrança de uma taxa para cada veículo
que entrasse na cidade. Existia ali uma pequena ponte bloqueada por uma
cancela que Josafá abria depois de receber o tributo.
Na cabeceira da ponte enfileiravam-se palmeiras imperiais muito antigas, e a casa desse casal homenageado
ficava ali próximo.
A Banda Euterpe |
Adelaida foi uma mulher de muita fibra e determinação. Filha da
escrava Leocádia, de pele escura, conseguiu a muito custo vencer o
preconceito da sociedade pirenopolina na primeira metade do século
20. Era alegre e comunicativa, tocava samba ao violão e gostava de
festas. Era devota de Nossa Senhora Santana e nunca perdia a festa
que acontece em julho no Povoado da Capela, distante 37 km de
Pirenópolis. Sua popularidade era tamanha que chegou a ter uma
centena de afilhados de batismo.
Maria Jaime a última filha do casal a falecer |
Todos de sua numerosa prole já faleceram. A que mais viveu foi Maria, que faleceu em 04/11/2015, aos 92 anos de idade.
Depois que se mudaram das proximidades do Lava Pés, Josafá e Adelaida foram morar na rua Aurora, num amplo casarão, por volta de 1945, quando os filhos já estavam encaminhados na vida. Ali viveram seus últimos anos com conforto, cercados por amigos na movimentada casa.
Depois que se mudaram das proximidades do Lava Pés, Josafá e Adelaida foram morar na rua Aurora, num amplo casarão, por volta de 1945, quando os filhos já estavam encaminhados na vida. Ali viveram seus últimos anos com conforto, cercados por amigos na movimentada casa.
Casarão na rua Aurora onde o casal morou |
Casal religioso e muito bem quisto na sociedade pirenopolina, de
quem todos guardam ternas recordações, merece estrear nossa série
“Personalidades”.
Adriano Curado
FONTE
CARVALHO, Adelmo. Pirenópolis coletânea 1727 – 2000 – História, turismo e curiosidades. Goiânia: Kelps, 2000.
JAYME, Jarbas.Famílias Pirenopolinas (Ensaios Genealógicos). Goiânia, Editora Rio Bonito, 1973. Vol. V.
Pessoas entrevistadas:
* Boanerges
Pireneus de Oliveira;
* João
José de Oliveira;
* Maria
Jayme de Siqueira Pina;
* Silvino
Odorico de Siqueira.
Esse casal merece mesmo uma linda lembrança, como essa que você postou aqui, porque deles vieram muitos descendentes que ajudaram a engrandecer a história de Goiás.
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa do blog, escritor.
Adriano, achei perfeita sua iniciativa de criar uma nova série para o blog, intitulada “personalidades”. Nela você pode postar histórias de pessoas mais simples, que não tiveram o destaque de um biografado, mas que merecem igualmente serem lembradas pela vida exemplar que tivera.
ResponderExcluirMeus parabéns por não deixar morrer mais esse pedacinho da história de Pirenópolis.
Eu conheço os bisnetos desse casal e vou contar para eles que vocês escreveu essa linda história.
ResponderExcluirParabéns.
Que legal, Adriano, vc falar sobre vovó Adelaide e vô Zafá. Vovô Zafá eu não lembro, mas vovó Adelaide me deu uma saudade! Ela me cantava tantas histórias, inclusive umas dessas que vc comenta eu ja sabia através dela, que bom parabéns.
ResponderExcluirMeu pai conheceu dona Adelaide e me disse que ela era muito caridosa e religiosa.
ResponderExcluirAcho lindo quando você ressurge com essas biografias. Parabéns.
ResponderExcluirFiquei encantada de ver essa familia da qual eu pertenco,pois sou filha de Roque casado com Amalia Pereira amei Ceid.
ResponderExcluirlembro-me dos aniversários, de vovó Adelaide.Mesa farta de doces caseiros que tinha na pensão do seu irmão Joanito... Só bisneta
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