segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O Futuro




Todos nós, pirenopolinos natos ou de coração, queremos que esta cidade maravilhosa não perca jamais sua excelente qualidade de vida. Embora eu me reporte sempre ao passado, bem sei que devemos voltar nossos olhos é para o futuro, onde existirá a comunidade que idealizamos no presente. E que comunidade será essa?

Sabemos que hoje muitos são os problemas sociais de Pirenópolis. Podemos exemplificar que, há bem pouco tempo, não tínhamos meninos de rua, significativos índices de violência, engarrafamento do trânsito e por aí vai. Todos esses problemas são desafios que precisam ser estudados com urgência, e a solução deve ser encontrada na união entre o gestor público e a sociedade organizada.

A organização é tudo. Apenas a título de exemplo, cito a cidade de Roma, tão pequena e distante, mas que foi capaz de conquistar quase todo o mundo na antiguidade. E como ela fez isso? Através da organização. Seu exército era  o mais organizado e seus comandantes grandes mentes estrategistas.

Não resolve culpar a prefeitura pelas mazelas da cidade, como se o prefeito soubesse uma magia para resolver tudo. Digo isso porque os municípios brasileiros estão falidos e essa situação somente se resolverá com a reforma do nosso sistema tributário. E o Município de Pirenópolis, em especial, tem dívidas antigas parceladas por décadas, que abocanham significativa fatia de seus repasse e arrecadação.










Li hoje no DIÁRIO DA MANHÃ, Caderno Opinião Pública, p. 2, uma interessante matéria escrita por Juarez Alvarenga e intitulada “Fuga para o interior”, onde o autor nos conta que com “a evolução grandiosa dos meios de comunicação e facilidade dos meios de locomoção, o progresso se universalizou. Trazendo com ele a homogeneização cultural e a projeção individual, independentemente de fronteiras. Começa timidamente, mas já visível, a desmetropolização do século XXI. As grandes metrópoles começam a ficar inviáveis psicologicamente e paradoxalmente os municípios começam a ficar viáveis economicamente. Este retrato começa a trazer o êxodo contrário à segunda metade do século XX. Primeiro, o homem interiorano não está mais emigrando, segundo, o homem metropolitano está iniciando o processo de deslocamento para o interior. O século XXI será do interior. O espaço já não é mais problema. Com a homogeneização cultural e o avanço tecnológico não é necessário mais ficar estrategicamente num grande centro para ter um grande futuro”.

Pirenópolis faz tempo que começou a receber jovens profissionalmente ativos e a prova disso é o surgimento dos condomínios verticais, antes inimagináveis numa cidade para onde só se mudavam aposentados. Por outro lado, a carência de vagas de trabalho para pessoas com pouco ou nenhum estudo é desafiadora. Quem tem o hábito de caminhar devagar pelo setor Alto do Bonfim sabe o que digo. A parte mais próxima do Morro Santa Bárbara é uma impressionante favela cuja renda principal vem da extração da pedra.

Aliás, a pedra ainda é a principal atividade econômica de Pirenópolis, ganha longe do turismo. E diferente do turismo, o dinheiro da mineração circula dentro da cidade, movimenta o comércio das vendinhas dos bairros, põe a comida na mesa da grande maioria dos pirenopolinos. Já a atividade turística é outra realidade. Noutra postagem falarei mais sobre este assunto.








Voltemos ao tema atual. O pirenopolino Mauro Cruz sugeriu, no meu entendimento de forma correta, a criação do CONSELHO DAS CIDADES, um órgão colegiado integrante do Ministério das Cidades, composto pelos mais variados segmentos da sociedade local. Por ser um órgão que tem natureza deliberativa e consultiva, ali poderão ser expostos os temas que desafiam a cidade e possivelmente encontradas soluções satisfatórias.

Eu sinto que tem muita gente interessada na melhoria de vida em Pirenópolis. Basta citar como exemplo a questão do som automotivo, depois que publiquei duas postagens sobre o assunto, além de diversos comentários, choveu de mensagens no meu e-mail pessoal, muitas com sugestões interessantes para resolver o assunto. Senti também o grande temor dos pirenopolinos com a proximidade do Carnaval e a possível “invasão” da cidade por baderneiros.

Pirenópolis é uma cidade muito boa para se viver, tem tranquilidade interiorana e diversidade cultural impagáveis. Tem também problemas sérios e que requerem soluções à altura. O que falta, na minha opinião, é maior união e organização. Mas eu acredito que podemos criar um futuro muito melhor que o presente, numa crescente evolução social.



by Adriano César Curado, escritor, poeta e historiador. Baixe gratuitamente seu livro DEUS MORA NO SEU INTERIOR ou entre em contado através de adrianocurado@hotmail.com


 

4 comentários:

  1. Concordo plenamente que o futuro de Pirenópolis tem que ser discutido amplamente com todos os segmentos sociais, sob pena de sermos supreendidos por desafios que não conseguiremos resolver. Temos que trabalhar enquanto é tempo!

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  2. Caro Adriano César Curado,

    A criação do Conselho das Cidades no municipio proposto pelo cidadão pirenopolino Mauro Cruz retrata e resume às atividades descritas. Tratando-se de uma tentativa de contribuir para um movimento de transformação social.

    Temos consciência de que este é o início de uma longa caminhada que busca a conscientização e tenta fazer com que os moradores da bela Pirenópolis possam querer realmente ser cidadãos participativos.

    A experiência de parceria com a comunidade nos faz pensar, mais uma vez, na importância da soma de experiências e no quanto podemos crescer e mudar com experiências conjuntas. Por fim, acreditamos que esta experiência pode ser aplicada com sucesso, uma vez respeitadas as especificidades e demandas de cada uma delas.

    E, assim eu como pirenopolino de coração, me coloco à disposição para fazer parte dela. Penso que através de seu Blog e com a sua permissão possamos nos mobilizar efetivamente para um primeiro encontro para realizarmos uma oficina de discussões. è só marcar quando!!!

    Voce tem meus contatos.

    Obrigado pelo espaço.

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  3. Gabriela Moreira Veiga21 de fevereiro de 2011 às 20:52

    A questão aqui, no meu entendimento, é saber se haverá gente suficiente interessada em participar dessa ampla discussão.

    Conheço bem Pirenópolis e sua gente e sei que o interesse é mínimo, quando se trata de pôr a mão na massa. São bons em falar mal das autoridades, mas pouco animados em fazer acontecer.

    De qualquer forma, toda vez que alguém se dispõe a fazer algo de concreto, é válido e inovador.

    Meus parabéns pela iniciativa da discussão.

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  4. Eu pretendo me mudar em breve para Pirenópolis com a minha família para ser gestor duma empresa privada. A matéria está correta, temos que sair dos grandes centros e ter uma vida mais tranquila no interior.

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