Tombada
pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan) como patrimônio cultural imaterial, a Festa do Divino
Espírito Santo de Pirenópolis teve seu primeiro registro de 1819 e
desde então os pirenopolinos fizeram da festa uma tradição do
município, que mantém viva a cultura e a religiosidade do festejo.
São 12 dias de festa que movimentam a comunidade entre novenas,
folias, alvoradas, tocatas da banda de música, apresentações
folclóricas – catira, pastorinhas, congo – e culmina nas
Cavalhadas, uma encenação da luta entre mouros e cristãos.
A
tradicionalidade do evento atrai milhares de turistas todos os anos a
Pirenópolis e durante as Cavalhadas passa pelo Cavalhódromo (espaço
onde acontece a encenação) cerca de 20 mil pessoas por dia. Segundo
o secretário municipal de cultura, João Brandão, a expectativa é
que este ano o público seja ainda maior, visto que os demais eventos
de 2015 foram recordes de público – Réveillon, Carnaval e Semana
Santa.
Durante
toda a Festa do Divino, a Prefeitura de Pirenópolis oferece total
aporte para realização dos festejos junto ao imperador e os
alferes. Por determinação do prefeito municipal, Nivaldo Melo,
todas as secretarias passam a ter atenção especial para os
preparativos da Festa. Uma das principais preocupações do gestor
municipal é manter o bom funcionamento do trânsito, da coleta de
lixo e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
CONHEÇA
MAIS
Promovida
por devotos e leigos religiosos, a Festa do Divino movimenta milhares
de pessoas todos os anos, atraindo além da comunidade local,
turistas de todo o mundo. A festa é realizada no período de
Pentecostes, 50 dias após a Páscoa, e começa com o giro das
folias, na zona rural e urbana. Os foliões partem para as visitas
levando a bandeira do Divino com o objetivo de recolher donativos,
chamar o povo para a festa e levar as bênçãos do Divino. Os donos
das fazendas enfeitam suas casas, preparam o altar e muita comida
para receberem a bandeira do Divino e os foliões. A cada noite, o
grupo se reúne para orações, louvores e saudações ao Divino,
junto ao anfitrião que os recebe, e em seguida são servidas
tachadas de comida gratuitamente a todos os presentes - foliões e
comunidade que vem de várias partes do município e também de
cidades vizinhas para participar dos chamados “Pouso de Folia”.
Após
o giro das folias, é iniciada na Igreja Nossa Senhora do Rosário a
novena em louvor ao Divino Espírito Santo, que este ano aconteceu no
dia 30 de maio. Além da oração do terço e celebração da missão,
durante todos os dias da novena, a comunidade católica organiza, no
Largo da Matriz, a Barraca da Família, um espaço para
confraternização da comunidade e onde são comercializadas comidas
típicas para levantar fundos para custear ações beneficentes da
Igreja.
Alguns
anos depois, em 1826, foi a chegada das Cavalhadas, por iniciativa do
Padre Manuel Amâncio da Luz. O espetáculo que encena as guerras
entre Mouros e Cristãos reúne todos os anos milhares de visitantes
no Campo das Cavalhadas, tipicamente conhecido como Cavalhódromo.
Características:
Época
- Pentecostes (50 dias depois da páscoa).
Local
- Na cidade - Igreja, casa do Imperador, pelas ruas, pelas casas, no
teatro, na beira rio.
Na
zona rural - pousos de folia.
Duração
- Cerca de 23 dias.
Significado
- Receber o Divino Espírito Santo e suas bençãos, seguidos, cujos
preparativos começam uma quinzena antes, no início da Festa do
Divino, que é marcada pela saída da Folia, assim como os apóstolos
de cristo o receberam na festa de Pentecostes, distribuir esmolas e
alimentos.
Cavalhadas
Introduzida
em Pirenópolis em 1826, pelo Padre Manuel Amâncio da Luz, como um
espetáculo chamado de "O Batalhão de Carlos Magno", a
festa manteve-se no município e é hoje a mais tradicional festa de
Pirenópolis. Considerada uma das mais expressivas do Brasil, as
Cavalhadas de Pirenópolis segue um ritual de três dias Durante uma
semana os cavaleiros se reúnem para os ensaios das corridas que vão
executar nos três dias do evento. Nestes dias, às quatro horas da
manhã, a Banda de Couros, formada por um saxofonista seguido de
vários meninos empunhando rústicos tambores de couro, executando
cantigas melodiosas, percorrem a cidade a pé avisando a população,
e principalmente os cavaleiros, que é chegada a hora de se levantar,
arriar os cavalos e dirigir-se ao ensaio. Primeiro, parte de sua
residência o último cavaleiro dos doze de cada exército e,
seguindo uma hierarquia, vão de casa em casa, agrupando o resto da
tropa, até que, por último junta-se a tropa, o Rei.
A
hierarquia dos exércitos das Cavalhadas segue, tanto para os
cristãos como para os mouros, a seguinte ordem: dos doze cavaleiros,
temos no mais alto posto o Rei, abaixo deste temos o Embaixador e
seguindo abaixo os dez restantes cavaleiros. O último cavaleiro só
subirá de posto se houver morte ou desistência de algum outro
acima, o mesmo acontece com o Embaixador, que só tornar-se-á Rei se
o próprio Rei morrer ou desistir. Depois de reunido os dois
exércitos, estes seguem em fila hierárquica, com o Rei a frente
para a casa de um cidadão que se prontificou a lhes fornecer, por
cortesia e respeito, o desjejum matinal, chamado de "Farofa".
Neste vai e vem de cavaleiros cavalgando pelas ruas da cidade, não
podem os cavaleiros cristãos se encontrarem com os mouros, a não
ser na ocasião da Farofa e posteriormente no ensaio. Os cavaleiros,
nesta ocasião, rezam em grupo e dançam a catira, uma dança
folclórica onde se enfileiram frente a frente os 24 cavaleiros e,
embalados por violas, pandeiros e canções, batem palmas e pés no
ritmo cadenciado e típico. Após o agradecimento, que é feito em
forma de cantilenas, ao dono da casa que ofereceu a Farofa, partem
para o campo de ensaio.
O
Domingo do Divino
Desfile
de abertura
No
Domingo do Divino é repetido o mesmo ritual de recolhimento da
tropa, só que ao meio dia, sem Banda e sem Farofa, e devidamente
paramentados. A forma com que os cavaleiros se apresentam no campo
oficial hoje, não são as mesmas de outrora. Antigamente os
cavaleiros assemelhavam-se a oficiais de milícia, envergando farda
militar de gala com galoneiras douradas e quepes de veludo, mas
sempre cristãos em azul e mouros em vermelho, os reis e embaixadores
usavam elmos de estilo romano. Hoje, com a criação de tecidos
sintéticos e a nova estética carnavalesca, os Cavaleiros se
apresentam um tanto mais luxuosos, chegando a usar elmos de metal
dourado, para o caso do Rei e Embaixador mouro, e elmos prateados
para os cristãos. Todas as vestimentas são ricamente ornamentadas
com plumas, metais polidos, pedras incrustadas, veludos, fitas e
tecidos vistosos, e todos os cavaleiros sustentam longos mantos
bordados e cravejados de lantejoulas multicores formando desenhos
simbólicos das duas crenças, como o peixe ou a pomba branca para os
cristãos e o dragão ou a lua e estrela para os mouros. Levam também
uma lança, com fitas na ponta, uma espada e uma pistola com tiros de
festim, para o combate. Os cavalos também são amplamente
ornamentados, com patas pintadas, protegidos na fronte com metais
polidos, e envergando plumas na cabeça.
As
Cavalhadas iniciam-se sempre no domingo, no campo oficial construído
para este fim, o Campo das Cavalhadas ou Cavalhodrómo. Na abertura
solene das Cavalhadas ingressam no campo todos os grupos folclóricos
da Festa do Divino que fazem sua própria apresentação: Catireiras,
Congados, Pastorinhas, Dança de Fitas, Banda de Couros, a Banda de
Música Phoênix e os Cavaleiros Mascarados. Um dos momentos mais
emocionantes da abertura é a evocação ao Divino sob execução do
Hino do Divino pela Banda de Música. Toda a população fica de pé
com chapéus na mão. No campo, voltados para os camarotes oficiais,
os grupos folclóricos formam blocos à frente dos mascarados que se
sustentam em pé sob o dorso de seus cavalos.
A
encenação, que é a expressão máxima do evento, se dá em três
dias e é composta por músicas específicas, carreiras equestres
coreografadas, diálogos, exercícios e torneios à moda medieval.
Os
Mascarados
Conhecidos
também como "Curucucús", por causa do som que emitem, são
pessoas que se vestem com máscaras, roupas coloridas, luvas e botas.
Mudam a voz ao falar e cobrem todo o corpo para que ninguém os
reconheçam. Enfeitam seus cavalos com fitas, tecidos, plantas e tudo
quanto a criatividade mandar. Tradicionalmente existe vários tipos.
Os mais tradicionais são aqueles com máscara de cabeça de boi,
seguindo pelos que usam máscaras de onça, máscara de homem, e mais
recentemente apareceram aqueles com máscaras de borracha, com cara
de monstro, desfocando um pouco a originalidade da festa. Mas isso
não diminui a beleza e o entusiasmo dos Mascarados, que já no
sábado saem às ruas à galope em algazarra.
A
máscara de boi é a mais tradicional e só é encontrada entre os
Mascarados de Pirenópolis. Outro mascarado muito interessante é o
São Caetano, chamado assim, pois orna seu cavalo, escondendo-o com
ramas de Melãozinho de São Caetano, erva trepadeira muito comum na
região, e folhas de bananeiras. Leva na cabeça uma máscara de
homem, com um chifre reto na testa, e na mão uma cesta de frutas que
atira para a platéia. Outro muito engraçado veste-se com um macacão
extremamente grande de tecido de colchão que recheia com capim,
ficando enormemente gordo, envolvem a cabeça com um pano preto onde
pinta em branco a face de uma caveira.
Não
se sabe a origem destes personagens, que são encontrados em todas as
cavalhadas do Brasil com diversas diferenças entre as cidades. Eles
se fundem com os cristãos e mouros num trinômio perfeito.
Representa o papel do povo e daqueles que não tem acesso a pompa dos
cavaleiros, que representam socialmente a elite e o poder. São
irônicos e debochados, fazendo críticas aos poderosos e ao sistema.
E, ao contrário da rigidez dos Cavaleiros, entre os Mascarados não
há regras, tudo é permitido, menos mostrar sua identidade.
Neste
ano acontece a 197ª Cavalhadas de Pirenópolis, de 24 a 26 de maio,
sob a regência do imperador João Geraldo da Costa Pina, mais
conhecido como João Pé de Chumbo.
ACOMPANHE
A FESTA
Folias
- No dia 1º de maio terá início a Folia da Renovação Cristã,
depois de percorrer nove fazendas, os foliões motivados por muita fé
e devoção concluíram a novena com a chegada no domingo (10), na
Igreja Nossa Senhora do Rosário, onde comunidade católica e Pe.
Anevair José os receberam para a missa e a benção do Divino
Espírito Santo.
Está
previsto para o dia 8 de maio, o envio de outras duas folias, que
sairão para o giro - uma na zona rural e uma na zona urbana do
município de Pirenópolis. Depois de percorrer por várias casas,
com muita reza, forró e fartura.
Novena
na Igreja Nossa Senhora do Rosário
– De 15 a 23 de maio, às 18h30.
Cavalhadas
– De 24 a 26 de maio, a partir das 13h, no Cavalhódromo.
Av.
Benjamin Constant, Centro.
Informações:
Site da Prefeitura de Pirenópolis e do livro: A Festa do Divino
Espírito Santo em Pirenópolis, Goiás: polaridades simbólicas em
torno de um rito. Veiga, Felipe Berocan.
Serviço:
Festa
do Divino de Pirenópolis
Data:
1º a 26 de maio de 2015
Local:
Pirenópolis-GO
Assessoria
de Imprensa
Thalita
Braga
As fotos publicadas foram cedidas pela Prefeitura Municipal de Pirenópolis
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Adriano Curado